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Líder da bancada da UCID denuncia derrapagem nas obras da CMSV e pede intervenção das autoridades

O líder da bancada municipal da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) denunciou hoje que há “derrapagem” nas obras feitas pela Câmara Municipal de São Vicente e pediu a intervenção das autoridades, das quais o Tribunal de Contas.

Jorge Fonseca fez estas declarações à imprensa após visitar as obras do polidesportivo Oeiras Norte e também as das instalações da Assembleia Municipal de São Vicente, na ex-Conservatória de Registos, local onde diz ter constatado que se transformou num “autêntico pardieiro, no centro da cidade, abandonado e alvo de vandalismo”.

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“Sem dúvidas que há derrapagem nestas obras. A olho nu pode-se aperceber isso porque entra ano sai ano não fazem nada. E estamos sempre a adicionar valores aos inicialmente orçamentados. Neste momento há especulação dos preços dos materiais e concluir essas duas obras certamente vai custar o triplo do valor que na altura foi projectado. O Governo e o Tribunal de Contas têm que fazer o seu trabalho”, pediu Jorge Fonseca.

Segundo o político, a verba para a obra na ex-Conservatória de Registos, que vai acolher a Assembleia Municipal de São Vicente, foi aprovada em 2017 e financiada pela câmara municipal a 100 por cento.

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Mas, apesar das inúmeras recomendações, fruto das visitas dos eleitos e das comissões especializadas a essas obras, o presidente da câmara, Augusto Neves, tem a mesma desculpa de que está à espera de empresas ou de vigas metálicas, quando essas vigas já estão colocadas há muito tempo.

 “O Governo tem que entrar para concluir essa obra porque a câmara está a mostrar que financeiramente não há como terminá-la. Houve um empréstimo de 200 mil contos em que uma parte seria para asfaltagem da cidade do Mindelo e outra parte, no valor de 73 mil contos, se não estou em erro, era para essa construção. Esse valor foi gasto há muito tempo e todos os orçamentos temos vindo a propor mais valores e não há nada já se atingiu a 100 mil contos”, afirmou.

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Concretamente à obra do polidesportivo Oeiras Norte, na zona de Chã de Alecrim,  explicou que ela foi iniciada em meados de 2007 e, portanto, já está com mais ou menos 16 anos de construção. Mas, adiantou, em todos os orçamentos que aprovam posteriormente na câmara municipal afectou valores para a conclusão da obra que não avançou.

“Há sempre promessa em terminá-la, mas a obra já se arrasta há mais ou menos 16 anos. O vereador que nos acompanhou disse que há uma promessa de cobertura do polidesportivo fruto da cooperação da Câmara Municipal de Oeiras (Portugal). Mas, constatamos que o que falta para ser feito é muito mais que que já foi feito e vai absorver muito mais valores”, criticou Jorge Fonseca, acrescentando que “a câmara não consegue avançar qual é o montante que já foi gasto neste momento porque certamente já perderam as contas”.

Para o líder da bancada da UCID, esta situação deve chamar a população a reflectir porque a Câmara Municipal de São Vicente é construtora dessas obras mas ela não tem vocação para construir.

A este propósito lembrou que o Relatório da Inspecção das Finanças recomendou a câmara a limitar a construção das obras e que há derrapagens que depois é difícil justificar.

“Temos obras do mercado de peixe que foram financiadas pelo Fundo do Turismo que está na mesma situação. Temos uma obra na Praça Nova (Amílcar Cabral) que posso considerar de menor dimensão e que também nunca o presidente conseguiu concluir”, exemplificou.

Agência Inforpress

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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