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Covid-19: INSP pondera mudar indicações sobre uso das máscaras pela população

As indicações sobre o uso das máscaras dadas pelo Instituto Nacional da Saúde Pública podem ser mudadas tendo em conta a nova orientação emanada da Organização Mundial da Saúde e a possibilidade de começar a haver transmissão local do novo coronavírus. Esta eventualidade foi admitida esta manhã por Maria da Luz, presidente do INPS, que esteve a acompanhar o Ministro da Saúde numa conferência de imprensa cujo ponto central foi a infecção confirmada de uma cidadã chinesa na cidade do Mindelo e que está a levantar dúvidas sobre a origem do contágio.

Segundo Maria da Luz, o uso das máscaras de protecção individual pela população deve ser adoptado consoante o contexto. E lembrou que a OMS recomendou no início da epidemia a utilização desse equipamento apenas pelas pessoas suspeitas de infecção, os doentes e os seus cuidadores, além dos profissionais de saúde. Isto, sublinha, num cenário em que não há registo de contágio comunitário.

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“Tendo em conta que a situação epidemiológica está a mudar, vamos analisar o contexto e provavelmente daremos outras orientações sobre o uso das máscaras. Sabemos que elas devem ser usadas inevitavelmente pelos doentes e suspeitos porque são uma barreira que evita a dispersão das gotículas quando o doente tosse”, salienta a responsável do INSP, que não descarta a hipótese de o Instituto passar a aconselhar à população o recurso às máscaras. No entanto, adverte, essa medida será confirmada ou não com a devida urgência, após uma avaliação do quadro epidemiológico nacional.

Neste momento, segundo o Director do Gabinete dos Assuntos Farmacêuticos, Cabo Verde recebeu 110 mil máscaras no âmbito do projeto Alibaba, que foram distribuídas para todas as estruturas de saúde do país, a Proteção Civil e guardas prisionais. Entretanto, acrescenta, o Governo está a preparar a aquisição de mais máscaras e de outros equipamentos de proteção individual, com o apoio do Banco Mundial, e que pode assegurar um stock das necessidades em torno de três meses.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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2 Comentários

  1. Neste momento em que não se pode identificar claramente a cadeia de transmissão em São Vicente, tornando-se, portanto, o lugar de maior risco em Cabo Verde, seria aconselhável que o uso de máscaras fosse tornado obrigatório para todos os que têm de sair à rua ou contactar com outras pessoas, reforçando-se, contudo, o distanciamento social e a obrigatoriedade de se sair de casa só em caso extremo. O uso de máscaras só funcionará bem se todos tiverem de as usar. Neste caso, os infectados assintomáticos, que ninguém sabe quem são, mas que desde o princípio se sabe existirem, não poderão passar o vírus para a comunidade (desde que toda a gente lave as mãos antes de sair de casa e não se leve as mãos ao rosto, etc. etc.); por outro lado, os saudáveis (que estarão também a usar máscaras) não se poderão infectar com as suas próprias máscaras, pois essas não conterão vírus, por todos os infectados sem sintomas também andarem de máscara.
    O problema é não haver máscaras para todos. Mas se a Delegacia da Saúde identificar um tecido de uma trama bem apertada, que possa ser usada em duas camadas (para aumentar a possibilidade de protecção) e as nossas costureiras e muitos voluntários (incluindo eu) poderem fabricar máscaras com o tecido apropriado e aprovado, e elas forem distribuídas à população, e for declarada a obrigatoriedade de todos as usarem na rua, lojas, etc. (sem descurar as outras medidas de prevenção), poderemos ganhar esta batalha antes que seja tarde demais.
    Uma vez que as máscaras sejam usadas uma vez, basta lavá-las com lixívia ou sabão e colocá-las ao sol a secar, para poderem ser usadas novamente quando for indispensável que a pessoa saia de casa.
    O problema do Covid 19 na maior parte dos países tem sido o erro de se descurar esta questão dos infectados assintomáticos. Nisto, creio que a própria OMS falhou em não realçar repetidamente este facto, para que as providências adequadas fossem tomadas. Quando uma entidade patogénica pode ser transmitida sem que os portadores tenham sintomas, a epidemiologia sozinha não serve. Neste caso, todos os sintomas respiratórios moderados (há leve, moderado e grave) têm de ser tratados como possíveis infectados, para se poder identificar rapidamente as cadeias de transmissão. Depois de pouco tempo, esta ramifica-se tanto que se perde na voragem. Entrar em linha de conta com a possibilidade de infectados assintomáticos devia levar à obrigatoriedade de todos, mas todos, que tenham vindo de países afectados estarem obrigados à estrita quarentena, não essa caricatura de quarentena que se tem estado a instaurar, em que pessoas em quarentena saem para ir a festas. Essa história da Constituição aqui não colhe, pois quem aprovou a Constituição não podia prever um caso destes, e não se pode pôr em risco toda uma nação em caso de pandemia! Tivessem perguntado à população e ela teria sido mais sábia do que isso!

  2. A OMS, o INPS e o Governo de CV sempre estiveram errados em informar a população que não se deve usar as máscaras. As máscaras são para usar sim, pelo menos em público. Dizer que a máscara não protege é como dizer que não é preciso usar a camisinha contra gravidez. A máscara não é 100% eficaz, mas é uma barreira, portanto, reduz drasticamente gotículas e saliva de pessoas doentes e protege as pessoas saudáveis de contrair. Mais, estar com a máscara é um lembrete de que não devemos levar as mãos para a cara.

    Se calhar como não temos stock de máscaras preferem desinformar a população. Ou por falta de conhecimento seguem a risca o que a OMS diz, quando outros países não seguem. É por isso que a própria OMS sente-se isolada em relação a decisão do uso das máscaras e vai reverter sua posição. Vergonha, em pleno século XXI e ainda não saberem se uma máscara deve ser usada ou não.

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