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Por um Cabo Verde melhor!

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Por: Yekini Timothy Pereira

A palavra “política” vem do vocábulo grego “pólis”, que quer dizer “cidade”. Originalmente, a política é a “gestão da cidade”, ou seja, daquilo que diz respeito à organização da vida social da cidade, do bem comum e da felicidade. Essa gestão da cidade, obviamente, requer o compromisso e a participação de todos os cidadãos (homens e mulheres) no bem comum e na felicidade coletiva.

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Com isso, podemos perguntar se de facto a “política” em Cabo Verde está sendo exercida na sua verdadeira e originalidade da palavra. Visto que ela (a política) consiste na busca da realização da felicidade e do bem comum em favor de todos. Será que é isso mesmo que os “políticos” veem-se exercendo? Buscam o bem comum, ou o bem individual? Se é o povo quem escolhe seus representantes, por que os eleitos se tornam insensíveis perante seus problemas (do povo)?

É verdade que o eleito pelo povo deve exercer com dignidade o seu papel, mas em primazia é chamado a SERVIR, ajudando a defender e a promover os valores que devem inspirar a política, porém não é isso que tem acontecido. Por exemplo, precisas falar com o presidente, vais na câmara municipal sabendo que ele está lá, mas a “m… da secretária” na maior cara de pau diz que ele está ausente. Uma pena! Parece que nós nos esquecemos que os políticos são os nossos empregados, foram eleitos para nos representar. Mas, o que podemos notar com clarividências é que há uma idolatria ascendendo os políticos ao topo, tidos como “semideuses”. 

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Faltam alguns dias para as eleições, é claro, como é de se esperar essa mesma “maracutaia”, onde os políticos e militantes vestem-se as roupas do partido, ou do movimento independente e saem como “gato atrás de rato”, visitando os bairros, fazendo promessas, oferecendo t-shirt, bonés e panfletos etc. Como é de conhecimento de todos, o coronavírus tornou difícil a vida de todos nós, fazendo com que passemos por necessidade sem ter o que comer devido a quarentena obrigatória. É uma vergonha e falta de sensibilidade da parte dos políticos, ao gastarem cerca de 3,6 milhões, e burrice evidente da parte dos que os apoiam recebendo apenas promessas. Por que gastar tanto nas eleições? O que podia ser feito com esse dinheiro? Cabo Verde tem 35% da sua população na pobreza e 50 mil em pobreza absoluta, um montante desse dinheiro não podia ser emprego na causa dos pobres, na saúde, na educação(…)? Que falta de conscientização.

/ Estou farto desses governantes que fazem promessas enganosas, falando “bonito” nas campanhas, mas não as cumpre. Não seria melhor calarem-se?! Chega de governantes que não preocupam com o bem da “polis” (cidade) e com o bem-estar e a felicidades dos seus cidadãos.

O desemprego é o principal inimigo do homem cabo-verdiano, em que atinge na maior parte dos jovens e adultos de 20 a 40 anos. O que mais se fala é na diminuição do número de desemprego, será que foi feito isso? A meu ver isso tende só a aumentar.  Em um país que temos um número expressivo de recursos humanos, a grande maioria está no desemprego, tendo alguns licenciados com um salário de 13 000$, enquanto um PCA recebe 600 000$, isso nos mostra a injustiça e o desequilíbrio no nosso país, os ricos cada vez mais rico e os pobres cada vez mais pobre. 

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Estou farto desses governantes que fazem promessas enganosas, falando “bonito” nas campanhas, mas não as cumpre. Não seria melhor calarem-se?! Chega de governantes que não preocupam com o bem da “polis” (cidade) e com o bem-estar e a felicidades dos seus cidadãos. Caros Jovens (futuro dessas ilhas), já é altura de sairmos do nosso comodismo e pensamento mesquinho, da nossa zona de conforto e mudar esse país se deveras somos o futuro, pois o futuro começa agora, não deixa para amanhã. A não ser que estejas bem representado por esses políticos.

O seu envolvimento na política é dar o seu voto a quem realmente merece, deixe essas coisas “amiguismo”, partidarismos. Somos convidados a construir um Cabo verde melhor, um Cabo Verde de esperança, elegendo governantes que governam com justiça e amor por essa ilhas, governantes que preocupam como bem-estar e a felicidade dos cidadãos de modo geral desse país; governantes que preocupam em desenvolver Cabo verde de igual forma, governantes que preocupam em criar mais postos de trabalhos e uma justa distribuição salarial; governantes que preocupam com uma melhor educação, infraestruturas e professores qualificados; governantes que preocupam com melhor condições de saúde, (…)

Cabo Verde precisa de governantes que proporcionam aos homens e mulheres condições de serem protagonistas das suas próprias histórias individuais, coletivas e sociais através da promoção humana. O governo que proporcionar aos seus cidadãos trabalho e educação, esses sim podem aproximar-se do bem estar social e de construir as suas histórias e de serem felizes.

Por um Cabo Verde melhor, por um Cabo verde de esperança, o nosso país precisa de homens e mulheres que querem governar “es dez grãzinho di terra” com amor e por amor, por um Cabo Verde sem drogas, sem violência, sem prostituição, sem trabalho infantil, sem pedofilia, sem pobreza, sem desemprego, etc. que seja uma Cabo verde de ESPERANÇA mesmo como escreveu o poeta. 

Pensem nisso jovens! 

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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