O Primeiro-ministro confirmou há momentos a decisão do Governo de prorrogar o estado de calamidade por mais 30 dias e anunciou a chegada a Cabo Verde de 100 mil doses da vacina AstraZeneca ofertadas pela Hungria, 31.200 no âmbito da iniciativa Covax e mais 50.000 doadas pela China. Este reforço é esperado no mês de junho, sendo que as doses provenientes da Hungria chegam no dia 7 ao país.
Segundo Ulisses Correia e Silva, há uma tendência para a estabilização e até de abrandamento dos casos de Covid-19, porém é preciso reduzir ainda mais esse nível de incidência para Cabo Verde sair da “calamidade” e poder regressar à normalidade. “Por agora, a prorrogação do estado de calamidade justifica-se”, salienta o Chefe do Executivo.
Neste sentido, o país vai continuar sujeito às medidas de restrição, que limitam a realização de eventos desportivos, de lazer, número reduzido de público em actividades culturais, proibição de festas de natureza pública, horário de funcionamento mais restrito dos espaços comerciais… Adicionalmente serão reforçadas as ações de controlo dessas regras e também das pessoas sujeitas a isolamento domiciliar. Estas podem ser sancionadas em caso de incumprimento.
“A vacinação vai a bom ritmo e é preciso que as pessoas se inscrevam e apareçam para serem vacinadas”, frisa Correia e Silva, lembrando que há ações que cabem a cada indivíduo, nomeadamente decidir ser vacinado e comparecer.
Para o chefe do Governo, é imprescindível que as pessoas continuem a usar máscaras, mantenham o distanciamento fisico e a higienização. Medidas que, conjugadas com a vacinação, que almeja atingir 70% da população este ano, irão permitir baixar a taxa de contaminação para níveis que permitem a retoma normal da vida social e da economia.
A intervenção do PM foi antecedida de uma apresentação do Director Nacional da Saúde sobre o gráfico da pandemia, que, nas palavras de Jorge Barreto, dá sinais de estabilização e mesmo de abrandamento de casos. Uma tendência positiva que Barreto associa às medidas de controlo aplicadas com a declaração do estado de calamidade.
Como recordou o DNS, Cabo Verde não tem atravessado “dias facéis” nos últimos tempos devido ao aumento das infeções em todo o país, tendo mesmo chegado a Brava com alguma intensidade, ilha que vinha sendo poupada. A situação epidemiológica na “ilha das flores” chegou a tal ponto que acabou por ser abrangida desta feita pelo estado de calamidade, pela primeira vez.
Aliás, Barreto adverte que, ao contrário da maioria dos concelhos, onde a tendência é de regressão, o quadro epidemiológico continua preocupante na Brava, Ribeira Grande de Santo Antão e S. Filipe. Segundo o DNS, apesar dos sinais positivos, é preciso tempo e aplicação das medidas de restrição para se consolidar os ganhos obtidos.
“As medidas determinadas pelo Governo e sua implementação surtiram efeito, mas ainda temos de ter cautela porque a taxa de positividade situa-se acima dos 4 por cento, quando o desejável é ser inferior”, enfatiza Barreto, tendo adiantado que 6% da população elegível já recebeu uma dose da vacina contra a Covid-19.