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Covid-19: Medidas iguais, efeitos diferentes em Santiago e Boa Vista

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As duas ilhas, Boavista e Santiago, vivem agora cenários completamente diferentes sobre a Covid19. Boavista foi a primeira a registar caso confirmado da doença há dois meses atrás. Enquanto que nessa ilha de uma assentada aparecia 45 casos activos, em Santiago, na cidade da Praia, se registava apenas um infectado.

O facto é que, com o passar do tempo, o cenário mudou na chamada ilha das dunas. Após dois estados de emergência foi possível controlar o vírus, registando neste momento nenhum caso activo. Em sentido inverso, Praia continuou a somar infectados, acumulando agora um total de 295 casos; destes 73 já receberam alta.

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As medidas de contingência bem como as estratégias foram iguais, mas os efeitos durante o mesmo percurso mostram-se completamente diferentes. Na habitual conferência de imprensa, quisemos saber se na Capital houve alguma falha nas medidas de contingência e na estratégia. O Director da Saúde Pública (DGS), Artur Correia, garante que foram tomadas as mesmas medidas na Boa Vista e em Santiago. Este frisa, no entanto, que Boavista, apesar de ser a terceira maior ilha de Cabo Verde, tem de longe menos população que a cidade da Praia. Por outro lado, Correia aponta a vivência das pessoas em Santiago como uma realidade que não favoreceu na prevenção do vírus. Segundo o DNS, em Santiago “as pessoas vivem amontoadas em cima das outras. A população é maior, há bairros com mais pessoas, existe também a cultura de estarem muito próximas uma das outras”.

O estado de emergência obriga ao confinamento obrigatório, visando um maior controlo da situação. Santiago nesse momento é a única ilha que conta com casos activos, tendo sido prorrogado um novo estado de emergência, que termina no dia 29 de Maio. Este jornal digital perguntou ao DNS se, depois do estado de emergência, os casos podem aumentar nos três concelhos afectados: Praia, Santa Cruz e Tarrafal. Em resposta, Correia reforça que a luta deve continuar, que as autoridades sanitárias vão continuar a batalhar juntamente com outras entidades na contenção da doença.

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Nadine Gomes

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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3 Comentários

  1. A forma como vírus entrou e se disseminou na Praia foi diferente do que aconteceu na Boa Vista e isso explica tudo. Isso para além do que disse o DNS.

  2. A retificar a seguinte informação, a segunda maior ilha em termos de áreas em Km2, temos:
    Santo Antão _ 779
    Santiago _ 991
    Boavista _ 620
    Quanto ao número de população aproximadamente:
    Santiago _ 266 mil
    Santiago _ 47 mil
    Boavista _ 15 mil
    De realçar que em Santiago existem outros fatores que ajudam na propagação das doenças contagiosas, convém relembrar casos mais recentes de surtos de cólera, dengue entre outras doenças de fácil propagação, onde a incidência em Cabo verde foi na referida ilha.

  3. Penso que futuramente, estudos epidemiológicos irão demonstrar o porquê,de o vírus comportar de forma diferente entre as ilhas.

    Procurem o seguinte;
    Número de pessoas afetadas pela gripe nas diversas ilhas entre novembro e janeiro.
    Número de mortos de pessoas idosas, nesse mesmo período.

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