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PAICV afirma que Governo e CMSV estão perdidos sobre o que fazer por S. Vicente e a sua população

O presidente da Comissão Política do PAICV em S. Vicente afirmou esta manhã que tanto o Governo como a autarquia local estão perdidos sobre o que fazer pela ilha e a sua população. Adilson Jesus realçou que a chamada ilha do Monte Cara apresenta os piores indicadores sociais, económicos e até mesmo políticos e, para ele, os poderes central e municipal são os principais responsáveis por esse cenário.

Na sua perspectiva, ao contrário do potencial apresentado por S. Vicente em diversas áreas, a capacidade da ilha de criar e encetar projectos capazes de promover o seu desenvolvimento tem sido reduzida e por vezes até inexistente. Tudo isto, diz Adilson Jesus, está reflectido na quantidade de jovens desempregados, famílias e empresas afectadas por vários factores conjugados, com especial destaque para a pandemia da Covid-19 e o aumento generalizado dos preços provocados pelo agravamento dos direitos aduaneiros no Orçamento de 2022 e o impacto da guerra na Ucrânia.

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“A incompetência e o desorientamento da Câmara Municipal liderada pelo Dr Augusto Neves não é de hoje, apenas o processo foi se agravando, tendo atingido o seu auge a partir do momento em que o atual presidente da CMSV perdeu a maioria no órgão que preside. A crise se instalou e não há meio, dele, o presidente, arrepiar caminho e resolver um problema que depende dele e somente dele”, afirma o responsável do PAICV na cidade do Mindelo, referindo-se ao conflito político instalado entre o edil e os vereadores da UCID e do PAICV. Adilson Jesus voltou a insistir que a resolução do problema está nas mãos de Augusto Neves e assegurou que o seu partido vai trazer esse assunto à baila até que a razão e o espírito da democracia sejam interiorizados por Neves. “Acreditamos que um dia, ele há de cair em si e libertar São Vicente deste sufoco”, exclamou.

Sobre o Governo, diz, não sabe se o problema é só da “incompetência demonstrada ao longo destes seis anos” ou se é mesmo um “descaso consciente para com São Vicente”. Segundo Adilson Jesus, perante o problema instalado na CMSV, o Governo, que é a tutela das autarquias, praticamente lava as mãos e deixa as coisas correrem como se nada houvesse.

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“Começa a fazer sentido as declarações da senhora ministra das Infraestruturas, quando disse que ‘São Vicente está em crescimento acelerado, que deve ser contido…’”, relembrou o presidente regional do PAICV, que pediu à referida ministra para não travar mais S. Vicente e que o Governo passe a apontar soluções claras para o desenvolvimento da ilha.

Algumas áreas, diz Adilson Jesus, precisam de intervenção urgente, como o emprego jovem, a habitação, o desporto, o transporte marítimo e aéreo, a segurança… A nível da habitação, diz, os contornos são graves e bastante preocupantes. Explica que o V Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH – 2021) veio mostrar que São Vicente tem hoje mais de metade das casas de lata de todo o país. São cerca de 1.771 casas de lata, que representam 56,7% de todas as 3.125 casas do género de todo o país. “Reparem que este número é de 2021; hoje, com a degradação da situação social e económica, o número será talvez muito maior”, calcula.

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Para Adilson Jesus, a situação é grave, já que S. Vicente tem cerca de 15,4% da população residente no país, 17% dos agregados familiares do país, e, no entanto, alberga cerca de 56,7 % das casas de lata a nível nacional. “Isto não seria motivo para que São Vicente fosse colocado como prioridade no que respeita à política de habitação?”, questiona.

Esse porta-voz exige a concretização de projectos desportivos para S. Vicente e a manutenção de recintos degradados e disse esperar que o polivalente da Zona Norte não venha a ser usado nas próximas campanhas. A finalizar, Adilson Jesus pede ao Governo e à CMSV que concluam as obras na Baía das Gatas, que estão em curso há cerca de três anos. Este diz esperar que os trabalhos sejam terminados antes do próximo festival da Baía das Gatas.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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