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Ministro da Saúde confiante que o país não será “abatido” pelo covid-19

O Ministro da Saúde não vê a possibilidade de um aumento exponencial de casos positivos depois do fim do estado de emergência. Arlindo do Rosário acredita que, mesmo com muitas pessoas a cumprir confinamento, que termina a 02 de maio, desde que cumpram as recomendações das autoridades sanitárias para a prevenção como a de lavarem as mãos, principalmente na cidade da Praia, onde os números de casos positivos aumentam todos os dias. 

Foi esta a sua resposta ao ser questionado por este digital se as novas medidas preventivas anunciadas para depois do fim do confinamento obrigatório, em que o Governo recomenda uso de máscaras e álcool gel como reforço de medidas de proteção individual para todas as pessoas a fim de evitar-se a propagação do novo coronavírus. O problema é que Cabo Verde, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), tem uma população pobre. Mais de 170 mil pessoas a viverem na pobreza. Destes 50 mil vivem em pobreza absoluta e 5% são desempregados e que destes grupos a maioria vive na ilha de Santiago, mais precisamente na cidade da Praia onde já se regista casos comunitários da pandemia, pelo que, perante este cenário, o factor financeiro torna-se relevante, tendo em conta que uma família terá de sacrificar, no mínimo, uma bolsa de arroz para comprar máscara e ou álcool gel por pelo menos durante 6 meses.

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Cenário complexo

Perante estes dados, o responsável pela pasta da saúde admite que a questão é relevante. “É evidente que, quando o Governo decidiu avançar com essas medidas, analisamos, como tem feito até agora, a possibilidade do seu cumprimento trazer, digamos, despesas catastróficas para as pessoas. O Governo tem tido uma atenção muito forte em relação aos mais vulneráveis e todas as medidas de proteção social que têm sido implementadas vêm exactamente confirmar esta nossa preocupação” , argumentou

Estas medidas visam, prossegue, preparar caso houver falhas ou um crescimento rápido e exponencial de positivos e ainda um cenário mais complexo em que poderão surgir casos graves em 5%, da população possa perder vida. Por isso mesmo, volta a frisar, tudo o que vem sido feito desde janeiro, foi no sentido de, inicialmente, evitar a entrada do vírus e, depois, a sua contenção para que o impacto da epidemia em Cabo Verde seja menor.

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Estamos em Abril e tivemos o primeiro caso em Março. O número de casos registados até o momento e a evolução da epidemia aqui no país mostra que, de facto, estas medidas têm sido eficazes e tem contribuído, digamos, para uma curva pouco expressiva. É evidente que também não foram apenas as medidas do Governo. Houve situações de desrespeito das recomendadas de confinamento. Mas, de forma geral, devo dizer que a população tem vindo a  colaborar. É por isso que estamos na situação que temos nesse momento. Acredito que aquilo que tem sido feito e bem irá permitir que não tenhamos esse cenário que foi colocado. Vamos acompanhar essa evolução”, reforça

Mesmo assim, considerando um cenário mais complexo, sobretudo na cidade da Praia em que se regista diariamente novos casos positivos, Arlindo do Rosario mostra-se tranquilo. Lembra que, recentemente, foram apresentados os cenários da evolução da epidemia em Cabo Verde em dois estudos do matemático Fernandes e um outro da Organização Mundial de Saúde. Estes mostraram,  segundo o ministro, os possíveis quadros de evolução da epidemia se nada tivesse sido feito. Sobre este particular, garante que estas apresentações não foram para assustar as pessoas. Sao estudos que permitem ao Governo planear. 

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“Trabalhamos em função dos cenários. Estamos a equacionar várias respostas. Não é apenas para tranquilizar. Estamos ainda na fase de epidemia, mas devo dizer que, se não fossem as medidas tomadas. não estaríamos aqui e agora a falar de cenários”, acrescentou, para terminar dizendo que o momento é para acompanhar, com rigor, a evolução da doença e tomar medidas em função dos acontecimentos, sem entrar em questões muito especulativas. 

Nadine Gomes

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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Um Comentário

  1. Senhor Ministro da Saúde, já está provado que o corona vírus segue os cenários mais pessimistas. Aqui não há lugar para optimismo mas sim zelar para que a sua equipa seja 100% profissional

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