Por: Alector Timas
2020 é o ano que marcará a humanidade. A pandemia denominada de covid-19 está a criar pânico por toda a parte do mundo, obrigando líderes mundiais a tomar medidas radicais para prevenir a propagação do vírus. Países como os Estados Unidos da América, Itália e Espanha, segundo as estatísticas são das mais afetadas, chegando até 500 mortos num dia, estão a ver os seus cidadãos a serem dilacerados por essa pandemia.
Uma das medidas amplamente tomadas em todo o mundo é a quarentena total por um largo período, o que tem causado um conjunto de transtornos, sobretudo na economia. Outros até chegaram ao ponto de decretar o estado de emergência, como é o caso de Cabo Verde, um país com 560 899 habitantes (estimativa 2017 INE), com uma economia que depende parcialmente do exterior e da sua comunidade na diáspora – que é bem maior do que os próprios residentes -, por isso vê-se encuralado pela pandemia. Mas o povo cabo-verdiano é forte e resiliente.
Nenhum país pode resolver esse problema sozinho, nenhuma parcela da sociedade deve ser desconsiderada se quisermos efetivamente enfrentar esse desafio mundial. Essa pandemia é um teste, não só aos nossos sistemas e mecanismos de assistência médica para responder às doenças infeciosas, mas também à própria comunidade de nações diante de um desafio comum. As universidades como polos de conhecimento preparando os seus jovens para colmatarem os desafios do mercado, digo que já é chegada a hora dos jovens soldados universitários unirem e mostrarem ao país que são o futuro e dignificarem os esforços que foram feitos para eles. Os laboratórios universitários podem e devem prestar auxílio neste momento aos nossos guerreiros da saúde, não só, todos os alunos, cada um na sua área, neste momento é um soldado na nossa luta contra este novo inimigo invisível.
O país precisa da solidariedade de todos neste momento. Não apenas dos nossos amigos de Cuba e da China, que são ponta-de-lança no apoio sanitário aos mais afetados, peço que também olhem para nós, esta “ilha insular e afortunada” como disse Basil Davison. Aos estudantes cabo-verdianos no exterior é hora de colocarmos as nossas habilidades técnicas em ação, porque somos CABO VERDE.
O nosso novo inimigo colocou-nos entrincheirados nas nossas casas, mas é a partir das trincheiras que se derruba o inimigo. Fiquemos em casa, sim, mas fabriquemos estratégias a partir das nossas trincheiras. Um soldado quando vai à luta não sabe o que a originou, mas sabe porquê está a lutar. Esta luta é de todos nós, venceremos com a solidariedade de todos.