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CACVE reabriu as portas 18 meses após suspender as actividades por causa da Covid-19

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O Centro de Acolhimento para Criança com Vulnerabilidades Especiais (CACVE), sito em Canalona – Chã de Alecrim, reabriu as sua portas na segunda-feira, 16, dezoito meses depois de suspender todas as suas actividades por causa da pandemia da Covid-19. A coordenadora do centro, Cibele do Rosário, explica que agora estão a funcionar em novos moldes por conta das medidas de prevenção e segurança. A título de exemplo, indica que não estão a aceitar estagiários e as visitas foram restringidas, principalmente a circulação dos pais no centro, por forma a preservar os utentes, crianças e adolescentes com paralisia cerebral.

De acordo com Cibele do Rosário, o CACVE fechou as portas logo que foi decretado o estado de emergência no país, mas continuar a apoiar as crianças e adolescentes em casa, através de visitas e oferta de uma cesta básica mensal por parte da Câmara de São Vicente para ajudar na sua alimentação. Mas, sempre souberam das muitas dificuldades que os pais enfrentavam em encontrar alguém para cuidar destas crianças e adolescente, para poderem trabalhar.

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Foi neste sentido que decidiram retomar a actividade, após reunião com a Delegacia de Saúde para se discutir as medidas de prevenção e segurança necessária. Posteriormente, contactaram as famílias que aceitar os novos moldes de funcionamento do centro, designadamente a restrição de circulação de pessoas. “Explicamos aos pais as novas condições e aceitaram porque estavam a aguardar com ansiedade a reabertura do centro porque não conseguiam encontrar pessoas para cuidar das crianças e adolescentes com paralisia cerebral, limitações de locomoção e de fala”.  

Reabriram as portas no dia 16 e estão a funcionar normalmente, de segunda a sexta-feira. No centro estão neste momento oito crianças e adolescentes, com idade compreendida entre os quatro e os 30 anos de idade. “Estas são recolhidas diariamente em casa por uma viatura da CMSV Às 8 da manhã e regressam às 16 horas. A única diferença em termos de funcionamento é que estamos a restringir ao máximo as visitas. Também não estamos a receber estagiários porque temos de primar pela segurança e sabemos que as crianças são muito vulneráveis“, informa.

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O suporte aos utentes é garantido por uma equipa multidisciplinar, constituída por fisioterapeuta, fonoaudióloga, de entre outras valências. “Procuramos desenvolver todas as habilidades e capacidades dos nossos utentes em questões que percebemos que têm dificuldades. Também tentamos alfabetizar as crianças e adolescentes porque algumas nunca frequentaram a escola. Ou seja, trabalhamos todas as vertentes possíveis no CACVE”, relata a coordenadora, que diz ter constatado algum recuo no desenvolvimento de algumas crianças. Por isso, mesmo, nesta fase inicial, estão a trabalhar a nível da observação para elencar as perdas. O próximo passo é a elaboração de um plano de actividades, que vai incidir nas limitações encontradas, procurando recuperar os ganhos.

O CACVE conta com um leque de parceiros, para além da Câmara Municipal de São Vicente. Nesta reabertura, diz Cibele do Rosário, abordaram os parceiros e todos se mostraram receptivos em continuar a apoiar, mesmo sem deslocar ao centro. Para isso, uma viatura da CMSV faz a recolha dos donativos. Mas a principal carência é uma viatura adequada para transportar as crianças e adolescentes nas suas deslocações para fora do centro. A coordenadora deixa, em jeito de remate, um apelo à população para que ajudem o centro a inserir os seus utentes, realçando que as crianças e adolescentes com necessidades especiais são ainda muito discriminadas por familiar e por outras pessoas.

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Inaugurado a 01 de junho de 2015, o Centro de Acolhimento de Crianças com Vulnerabilidades Especiais constitui uma resposta social da Câmara Municipal de São Vicente, cujo objectivo primordial é proporcionar um aumento progressivo de qualidade de vida a crianças/adolescentes com paralisia cerebral. Propõe ainda habilitar e integrar os seus utentes, através de sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, cuidados de enfermagem, acompanhamento psicossocial, jogos e brincadeiras, expressão corporal e dança, música, teatro e contos infantis.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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