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Ginástica Rítmica Desportiva: Um grito de revolta contra as injustiças

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Por: Kawinne Sharon

Há muito tempo que as ginastas de São Vicente vêm sendo prejudicadas nas competições nacionais e internacionais e isso é bem visível para todos.

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Como atleta e ginasta cabo-verdiana não posso mais ficar em silêncio perante as injustiças que temos enfrentado. Vivemos num arquipélago e, quando se fala de ginástica rítmica, é importante destacar que as ilhas de São Vicente e Santiago estão mais desenvolvidas nesta modalidade em comparação com outras ilhas. No entanto, apesar dos avanços e conquistas, há uma desigualdade enorme que precisa ser abordada.

Há muito tempo que as ginastas de São Vicente vêm sendo prejudicadas nas competições nacionais e internacionais e isso é bem visível para todos. Por diversas vezes, ginastas mindelenses se qualificaram com mérito e conquistaram pódios, o que naturalmente as habilitaria representar Cabo Verde. No entanto, imprevistos – que são claramente intencionais, e improváveis – sempre surgem e, curiosamente, são as atletas de São Vicente que acabam por ser impedidas de participar nessas competições.

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Já pararam para pensar no esforço dessas ginastas? No impacto psicológico e moral que isso causa? E o dano financeiro? Nós dedicamos horas de treinamento, superamos desafios físicos e emocionais, e, no final, somos desrespeitadas.

Eu mesma passei por isso e nunca houve um mínimo de consideração por parte dos responsáveis envolvidos. Nenhuma justificativa plausível foi dada, muito menos um pedido de desculpas. Apenas seguem em frente, ignorando o estrago que causam, destruindo sonhos e limitando conquistas que poderiam ser alcançadas.

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E o mais frustrante é ver que muitos daqueles que têm o poder de mudar essa situação nada fazem. Somente quando lhes convém é que reagem. Não há respeito pelos nossos esforços, pela nossa dedicação ou pelo amor que temos pelo desporto.

Talvez seja perda de tempo vir aqui publicamente expressar a minha indignação na esperança de que algo possa mudar. Mas não posso ficar indiferente e como tal venho expor essa realidade que nos afeta e que tem inibido muitas vezes o crescimento do potencial existente entre os atletas. Alguém de direito há de agir!!

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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