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Dia dos Heróis Nacionais? Não, Dia dos Heróis e das Heroínas Nacionais!

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Por: Kátia Cruz

“AS HEROÍNAS, AS INVISÍVEIS.”

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Com efeito, a luta de libertação nacional é um importante momento histórico para Cabo Verde, sendo uma das referências históricas para a construção da nossa identidade nacional, que está ancorada em discursos, narrativas, representações, símbolos e registos que enaltecem a visibilidade numa perspetiva masculinizada.

Embora, se tenha começado a notar “alguma” atenção sobre a pertinência da participação / contribuição da mulher cabo-verdiana na luta, ainda não há uma linguagem inclusiva por parte da sociedade civil, da academia e das instituições políticas do país.

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Por outo lado, torna-se importante refletir como são transmitidas essas narrativas. Nosso conhecimento é construído pelas narrativas que escutamos e muitas vezes essas narrativas deixam alguns acontecimentos de fora ou são “intencionalmente” esquecidos.  

Bom, penso eu, que as mulheres cabo-verdianas não são compreendidas como “sujeitos” históricos, revelando apenas a voz dos homens enquanto intérpretes e participantes da História Nacional, silenciando e invisibilizando as mulheres, relegando-as ao lugar secundário da nossa História.

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Nesta perspetiva, como Cientista Social, e como filha desta nação, anseio que façamos uma correção nas nossas narrativas, enfatizando nas nossas narrativas uma linguagem inclusiva, onde homens e mulheres têm o mesmo valor na construção identitária destes “10 grunzim d`terra”. Pois, ao lado dos homens “heróis” estiveram mulheres “heroínas” que partilharam e vivenciaram momentos de coragem, muitas não tendo pego em armas, mas deram igual contributo nas várias frentes da luta.

Sendo assim, para que essa linguagem inclusiva seja alcançada, é necessário construir novas versões da história do nosso país e que sirvam para construir nossas narrativas sobre as mulheres Cabo-verdianas.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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