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Reencontros, risos e um susto: foi assim o princípio do fim da série Guerra dos Tronos

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A espera foi longa, mas bastaram os primeiros acordes do genérico de A Guerra dos Tronos para se perceber que tudo mudou e o fim está a chegar. É verdade que o genérico da série tem mudado ao longo dos anos, desde a estreia em 2011, mas nunca tanto como agora, Em vez da vista com o mapa de Westeros, Winterfell, o episódio exibido esta madrugada em Portugal, numa estreia mundial simultânea, começa a norte da Muralha, exibindo o buraco feito naquela fortificação pelo dragão de gelo no último episódio da sétima temporada.

Daí o olhar do espectador é levado Westeros abaixo – o continente saído da imaginação de R. R Martin e recriado na série, seguindo o caminho do que todos sabem vir a ser a invasão dos mortos-vivos, os Caminhantes Brancos ao serviço do Rei da Noite, num avanço até ao Trono de Ferro.

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Mas, se os mortos-vivos ameaçam invadir todo o continente, neste primeiro episódio a ação centra-se em Winterfell, o castelo da família Stark, com as primeiras imagens a mostrarem a chegada do exército dos Imaculados. Lado a lado nos respetivos cavalos, Daenerys Targaryen e Jon Snow avançam sob o olhar desconfiado dos habitantes do Norte, que veem o seu rei regressar depois de ter prestado vassalagem à Mãe dos Dragões.

Com eles vêm muitas das personagens que seguimos durante sete temporadas, convergindo para Winterfell, na antecipação da batalha final. E numa carruagem, Varys e Tyrion Lannister arrancam ao espectador o primeiro sorriso da noite (perdão, madrugada!), com o anão a fazer piadas de eunucos, lançando a Varys: “Pelos menos não congelas os tomates!” no frio do Norte.

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É de reuniões que se trata neste episódio: a de Sansa com Tyrion, depois de a mais velha das irmã Stark ter fugido de Porto Real na temporada 4, sob suspeita de envenenar Geoffrey Lannister, o sobrinho do anão. A de Arya com Jon Snow. A mais nova das irmãs Stark não via o irmão desde a primeira temporada e faz questão de lhe mostrar que ainda tem a Agulha, a espada que este lhe deu então. O abraço emocionado entre os dois choca com a frieza com que Bran, o mais novo dos Stark recebe Jon Snow. Os dois não se viam também desde a Temporada 1, mas o facto de ser agora o Corvo dos Três Olhos, sabendo tudo sobre o passado e a origem de Jon, explica essa receção.

Outro muito aguardado reencontro é o de Arya com Gendry, o filho bastardo de Robert Baratheon, a quem pede para lhe construir uma misteriosa arma.

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O episódio não termina sem um reencontro final: Jamie Lannister chega a Winterfell e a primeira pessoa que vê quando desmonta do cavalo é Bran Stark. No último episódio da primeira temporada, Jamie empurra o mais novo dos Stark da janela de uma torre do castelo quando este o apanha com a irmã gémea Cersei, deixando Bran por morto – mas rapaz acaba por recuperar, não voltando contudo a andar.

Uma voltinha de dragão

“Anda”, lança Daenerys a Jon Snow no meio da neve, onde jaz um monte de ossos, despojos da refeição dos dois dragões que continuam vivos (o terceiro é o dragão de gelo, morto pelo Rei da Noite e agora um zombie ao seu serviço). O desafio é para o Rei do Norte montar um deles. Ele fica desconfiado: “Não sei andar de dragão”. “Ninguém sabe, até o fazer”, responde Daenerys. “E se ele não quiser que eu o monte?”, pergunta Jon. “Então gostei muito de ter a tua companhia!”, exclama a Mãe dos Dragões.

O suficiente para convencer Jon a arrastar-se para cima do dragão, agarrar-se “onde puderes” e descolar. Os dois partem então para um passeio de dragão que deixa boquiaberto todos os que os veem sobrevoar Winterfell e acaba junto a uma cascata, com Jon a brincar: “Estragaste o meu prazer de andar a cavalo, sabias?”

Bem patente ao longo do episódio fica a tensão entre Sansa e Daenerys. Apesar de a Senhora de Winterfell garantir à Mãe dos Dragões que Winterfell é dela, não deixa de questionar como vão alimentar os seus dragões e, quando a sós com Jon de confrontar o irmão: “Dobraste o joelho para salvar o Norte ou porque estás apaixonado por ela?”

Daenerys percebe a desconfiança de Sansa e comenta com Jon como a irmã dele não gosta dela. Ele desvaloriza.

“Queres uma rainha, faz por merecê-la”

A Sul, em Porto Real, Cersei continua sentada no Trono de Ferro. E recebe o apoio de Euron Greyjoy e de uma frota inteira de navios que trazem a Companhia Dourada e os seus mercenários.

Em troca, claro, exige uma noite com a rainha, que começa por resistir: “Se queres uma prostituta, contrata uma, se queres uma rainha, faz por merecê-la”, lança Cersei. Mas acaba por ceder. No final da temporada 7, Cersei anuncia a Jamie que está grávida – levantando suspeitas sobre se estará a mentir ou não. Mas a cena com Euron termina com este a garantir que vai pôr “um príncipe” na barriga da rainha.

Morte e um susto

Sempre sombrio, Bran começa logo por lembrar a todos que “não temos tempo para isto”. E a verdade é que se não vimos nenhum neste episódio, todos sabem que os Caminhantes Brancos estão a caminho. Para já, o Corvo de Três Olhos pressiona Sam Tarly a ir contar a Jon quem são os seus pais, E este, depois de ficar a saber que Daenerys matou o pai e o irmão dele por recusarem prestar-lhe vassalagem, procura o amigo a quem anuncia que não é filho de Ned Stark, mas sim de Lyana, a irmã deste e de Rhaegar Targaryen, o irmão mais velho de Daenerys. Ou seja, é ele o verdadeiro herdeiro do Trono de Ferro.

Jon fica abalado e teremos de esperar pelos próximos episódios para perceber como é que esta revelação irá interferir na sua relação com a Mãe dos Dragões.

Famosa pela forma brutal como mata as suas personagens, A Guerra dos Tronos volta a não desiludir. Numa das cenas mais marcantes deste episódio, podemos ver os sobreviventes da Muralha, os homens, entre eles Thormund Giantsbane, Beric Dondarion e Edd Tollett, que estavam lá quando esta foi destruída pelo dragão de gelo, a entrarem num castelo onde reina a morte e destruição. Depressa percebemos estar na residência de Ned Umber, o pequeno líder foi morto e pregado na parede, rodeado de partes de corpos que formam um padrão em espiral.

Uma clara mensagem do Rei da Noite. No silêncio irrompe de repente um grito agudo! Ned Umber ressuscita dos mortos, apenas para ser trespassado pela espada de Beric Dondarion, incendiando as partes de corpo em seu redor para formar uma espiral de fogo.

Fica o alerta. O Rei da Noite e o seu exército estão a caminho. E a batalha final aproxima-se.

C/Dn.pt

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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