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Software “estiva electrónica” da Enapor nomeado na categoria de maior projecto de transformação digital dos PALOP

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Um software implementado pela Enapor no domínio da estiva, orçado em dez mil contos, foi destacado como um dos serviços digitais mais inovadores na comunidade dos PALOP. A notícia foi revelada ontem pelo administrador da Enapor na cerimónia de inauguração dos edifícios dedicados aos estivadores e ao pessoal dos serviços operacionais no Porto Grande do Mindelo.

Levantando um pouco o véu, Irineu Camacho explica que, graças ao programa de estiva electrónica, os trabalhadores passam a receber no seu telemóvel a informação sobre o navio onde estão escalonados e outros dados fundamentais. Antes, esse processo implicava usar um quadro e a chamada por microfone dos estivadores escolhidos para as escalas de serviço. “Hoje, com surpresa e coincidência, fomos informados de que fomos nomeados com este programa na categoria de maior projecto de transformação digital dos PALOP. Um grande êxito para este projecto electrónico orçado em cerca de 10 mil contos”, frisou o PCA da Enapor.

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Esta novidade foi enaltecida pelo ministro do Mar, pois, na sua perspectiva, coloca a Enapor no grupo das empresas na vanguarda da inovação tecnológica e da transformação digital em Cabo Verde. Além disso, estimula e prepara a empresa para os grandes investimentos à porta: a ampliação do Porto Grande do Mindelo e do Porto Novo, em Santo Antão, e a transição energética da infraestrutura da ilha de S. Vicente.

Estas considerações aconteceram ontem durante a inauguração de dois edifícios no Porto Grande que, informa Irineu Camacho, representam um investimento à volta de 65 mil contos assumidos pela Enapor. Segundo o PCA da administração portuária, desta forma a empresa está a materializar a melhoria das condições laborais dos seus colaboradores, com implicação directa na qualidade de vida, laboral e de segurança dos mesmos. Conforme este gestor, a Enapor definiu como seu plano estratégico a valorização do capital humano porque acredita que os trabalhadores são um pilar fundamental do seu crescimento empresarial. “É com a visão do crescimento contínuo da empresa que inauguramos este espaço”, clarificou.

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A obra, especificou, está dividida por 3 blocos: o primeiro é o do edifício da mão-de-obra portuária – que alberga uma área social, administrativa para estiva e balneários com a capacidade para 150 cacifos; o bloco 2 – que é uma nave da oficina e alberga os serviços de mecânica e electriciade para manutenção dos equipamentos – tem duas fossas técnicas, escritórios e balneários para os operadores e manobradores de maquinas; o bloco 3 é o edifício balneário para os manobradores e operadores de máquinas. Servirá ainda aos electricistas e mecânicos.

“Mas, a obra ainda não terminou. Já estamos a projectar o seu futuro, que passa pela construção de um armazém stock e mais uma oficina para cobrir a total necessidade do porto”, acrescentou Camacho.

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A infraestrutura ocupa uma área de 2.330 metros quadrados, está orçada em 65 mil contos, mas o investimento inclui tanto a construção dos edifícios como aquisição de equipamentos tecnológicos, como o software de estiva electrónica.

Esta ação, segundo o ministro do Mar, demonstra a visão humanística da Enapor, que está a construir um futuro onde há lugar para os recursos humanos. Abraão Vicente relembra que 35 mil dos 65 mil contos foram dedicados às infraestruturas destinadas aos trabalhadores de estiva. O governante frisou que esses espaços oferecem condições de acolhimento, segurança e de higiene pessoal dos trabalhadores, além de propiciarem uma convivência mais sã entre esses profissionais.

Este tipo de projecto, segundo Abraão Vicente, aponta para o futuro. E, para ele, os portos podem estar inseridos na vida das cidades, como foi possível verificar com a escala dos veleiros da Ocean Race ’23 no Porto Grande do Mindelo. O ministro, que elencou algumas obras encetadas pela Enapor nos portos de algumas ilhas, revelou que está nos planos construir o Museu da Enapor, onde será contada a história da Cidade do Mindelo a partir do Porto Grande. Para ele, isso prova que a Cultura e o Mar, os dois ministérios sob a sua tutela, nunca estiveram tão ligados.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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