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L. Vasconcelos na Gala 30 anos da Ímpar: “As resseguradoras confiam em empresas como a Ímpar e negociamos em pé de igualdade”

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O gestor Luís Vasconcelos afirmou ontem na Gala dos 30 anos da Ímpar Seguros que uma das virtudes do ramo segurador cabo-verdiano tem neste momento é o poder de sentar-se à mesa e negociar, em pé de igualdade, com as resseguradoras que dão proteção a marcas como Allianz, na Alemanha, e AIG, nos Estados Unidos. Isto ocorre, especifica, porque as resseguradoras confiam em empresas como a Ímpar, confiança essa conquistada ao longos dos anos, determinada pelo rácio de sinistralidade em Cabo Verde.

“E isto é um caminho percorrido que faz com que Cabo Verde, enquanto país, tenha alcançado uma grande reputação no mercado internacional do resseguro, que lhe permite ter coberturas de primeira linha mundial. Algo que nos possibilita dar cobertura aos aviões da TACV e responder rapidamente às demandas que recebemos”, enalteceu o responsável da seguradora privada nascida em Cabo Verde por iniciativa do empresário Augusto Vasconcelos e do poeta Corsino Fortes em 1992.

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Um passo ousado, mas que, decorridos três décadas, demonstra que foi uma aposta certa, apesar dos constrangimentos enfrentados. Segundo Luís Vasconcelos, se há algo que pode retratar o percurso da empresa são os números. A seguradora, diz, arrancou a sua actividade com 200 mil contos de capitais próprios, num mercado dominado pelo público, e logo no primeiro ano alcançou 70 mil contos de venda. Cinco anos depois, diz, a empresa já tinha uma posição consolidada. Atingiu uma facturação de 300 mil contos e continuou a crescer até 2003, tendo chegado neste ano a cerca de 500 mil contos de facturação.

Porém, a Ímpar viria a enfrentar momentos difíceis. Para ultrapassar a crise teve de fazer fortes investimentos, tendo duplicado o capital próprio de 200 para 400 mil contos, em 2002. Mas chegaria à conclusão que estava a “destruir valores”. “Os 400 mil contos investidos pelos acionistas valiam nessa altura, na verdade, 240 mil contos. Tínhamos de inverter a situação”, revelou Luís Vasconcelos aos convidados da Gala.

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Medidas foram tomadas, revelaram-se assertivas e em 2008 a empresa já tinha ultrapassado os capitais investidos. Em 2015, prossegue, a empresa já valia mais de 1 milhão de contos. “Isto potenciado pelas vendas, que conseguimos ultrapassar em 2015 em 1 milhão e 100 mil contos”, especifica o gestor, adiantando que, tal como tudo em Cabo Verde, a seguradora também sentiu os impactos da pandemia, a partir de 2020. Mas conseguiu dar a volta à situação logo no ano seguinte, fruto das medidas de combate à propagação da Covid-19 levadas a cabo pelo Governo.

Hoje, decorridos 30 anos, os 200 mil contos investidos por um grupo de 50 acionistas representam, segundo Vasconcelos, mais de 4 milhões de contos em investimentos feitos na economia real cabo-verdiana. E um desses investimentos foi a aquisição do controlo do Banco Cabo-verdiano de Negócios, que permitiu criar um grupo económico com presença nos ramos dos seguros e bancário. Outra aposta que deu frutos e que, diz o citado gestor, traduz a capacidade de trabalho dos cabo-verdianos.

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Certificado de avião da TAAG disponibilizado à TACV pronto em 24 horas

Uma prova desse empenho revelada nessa gala pelo próprio Presidente da República foi o facto de a Ímpar ter conseguido emitir em 24 horas os certificados internacionais de seguros que permitiram ao Boeing disponibilizado pela TAAG à TACV iniciar as actividades, com a autorização das entidades aeronáuticas. Segundo José Maria Neves, pela natureza e envergadura deste negócio, trata-se de uma prova de “excelência, confiança, eficiência” e da capacidade demonstrada pela empresa nos mercados e junto dos seus clientes.

PR José Maria Neves entregando um troféu ao sócio-fundador da Ímpar, o empresário Augusto Vasconcelos

“Constitui ainda motivo de satisfação constactar que as nossas seguradoras disfrutam de um prestígio consolidado e de respeito entre as maiores seguradoras do mundo, em particular junto das europeias, podendo sentar-se à mesa e negociar com elas em pé de igualdade”, realçou o Chefe de Estado, convidado de honra da cerimónia.

Para Neves, celebrar os 30 anos da Ímpar, que começou a sua caminhada do zero, é enaltecer o sucesso de uma empresa referência em Cabo Verde e cuja história ele tem acompanhado com especial interesse. A seu ver, esse caminho trilhado pela seguradora orgulha os seus acionistas, muito em particular os mentores Augusto Vasconcelos e Corsino Fortes, este último classificado como um homem visionário. “Esta minha convicção sai mais reforçada com o testemunho do líder e um dos seus fundadores, o sr. Augusto Vasconcelos, essa figura ímpar, de cidadão modelo, que décadas sobre décadas nos tem inspirado com o seu entusiasmo e o espírito empreendedor contagiante”, salienta o PR, para quem Vasconcelos tem ensinado que no mundo empresarial não há barreiras intransponíveis.

Em nome do Governo, o ministro Abraão Vicente saudou o sucesso da Ímpar e o contributo que a empresa tem dado a Cabo Verde na área do negócio. Uma sociedade privada cabo-verdiana que, enfatiza, arriscou e empreendeu num mercado dominado pelo gigante estatal. Segundo Vicente, os privados uniram-se para fazer algo impensável na altura, uma prova de empreendedorismo.

“Penso no frio na barriga que foi para os acionistas entregar parte das suas poupanças a uma empresa sonhada por um poeta. E aos poetas e artistas não damos nada. Porém, se pensarmos, o nosso país tem sido obra do sonho de grandes empreendimentos de sucesso desde a luta da independência”, fez constactar o ministro do Mar e da Cultura, para quem celebrar as três décadas da Ímpar é assumir a forma “ímpar” de ser do cabo-verdiano.

A gala dos 30 anos da Ímpar começou com a apresentação do livro “Obra quase completa de Luís Loff de Vasconcelos”, trabalho coordenado por Larissa Rodrigues, feita por Ana Cordeiro e o Bispo Dom Ildo. A noite incluiu uma homenagem aos sócios-fundadores da empresa, entre os quais Augusto Vasconcelos, que foram agraciados com a entrega de um galardão feito em pedra.

Em nome dos colegas, o empresário Edmund St’Aubyn lembrou que tudo começou a desenhar-se em 1992 graças a iniciativa do amigo Augusto Vasconcelos e do malogrado Corsino Fortes. Estes deram início aos contactos com os acionistas e tiveram a capacidade de os convencer a aplicar as suas poupanças no negócio. “Em abono da verdade, usaram da força da persuasão e elevado grau de convencimento que dispunham no contacto com os acionistas”, realçou o porta-voz dos donos da Ímpar Seguros.

Segundo St’Aubyn, nem tudo foram rosas, houve também espinhos pelo caminho, porém, diz, a empresa soube superar as adversidades fruto de uma administração com mão firme.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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