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COVID-19
Tendência

Um ano de Covid-19 em Cabo Verde

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Um ano após a confirmação oficial do primeiro caso de Covid-19 em Cabo Verde, mais precisamente um turista inglês na ilha da Boa Vista, arranca o plano nacional de vacinação, que visa imunizar pelo menos 70 por cento da população até o final deste ano. Depois de ontem ter acontecido a primeira injeção na cidade da Praia, hoje ocorre em todas as ilhas actos simbólicos com a aplicação do medicamento produzido pela Pfizer em dezenas de técnicos do sector da saúde. Por enquanto, ficam nas geleiras as milhares de doses da vacina da AstraZeneca devido as dúvidas sobre os seus efeitos. 

Entretanto, o acto tem um simbolismo mais premente na Boa Vista, onde surgiu o primeiro caso e ocorreu também o primeiro óbito, neste caso do visitante britânico. Por isso não parece ser a toa o facto de o Primeiro-ministro fazer questão de testemunhar esse acto na cidade de Sal-Rei.

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Por conta da pandemia, anunciada pela OMS no dia 11 de março, Cabo Verde viveu momentos atribulados nestes últimos 12 meses. Sem estar devidamente preparado para enfrentar a “fera”, como aconteceu a nível global, o país teve de ir gatinhando e aprendendo aos tropeços como se relacionar com uma doença nova, contagiosa e mortal. Um desafio a todos os níveis para os médicos, enfermeiros, serventes, condutores e gestores dos hospitais, que viram a sua rotina de pernas para o ar de um dia para outro.

Eis uma síntese dos principais momentos registados no país neste primeiro ano pandémico, com algum destaque para S. Vicente, num dia em que o país contabiliza 481 casos ativos de Covid, 158 óbitos e um total de 16.298 acumulados. Frisa-se que os dados não aparecem obrigatoriamente de forma cronológica e que vários momentos marcantes ficaram de fora.

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Março 2020

A OMS anunciava no dia 11 de Março que o mundo estava perante uma pandemia provocada por um novo coronavírus, depois de uma missão cientifica à cidade chinesa de Wuhan, epicentro da doença. 

Em Cabo Verde, o alerta já estava lançado e pairava a certeza que cedo ou tarde o vírus iria “aterrar” nas ilhas. O escritor Germano Almeida tornava-se no primeiro suspeito, após regressar a S. Vicente de Portugal, onde participou num festival internacional de autores. Foi internado, com sintomas de uma gripe ligeira, e depois liberado para aguardar o resto da quarentena em casa. Foi alarme falso.

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– A 19 de Março o ministro da Saúde confirmava, entretanto, o primeiro caso oficial: um turista inglês de 62 anos, que chegou à ilha da Boa Vista dez dias antes e se hospedou no hotel Riu Karamboa.  Antes e depois desse evento, seguiram uma série de acontecimentos em catadupa.

– Jogando na antecipação devido a 6 casos suspeitos já encontrados, o Governo anunciava durante a apresentação do Plano Nacional de Contingência o recrutamento de 100 trabalhadores do sector da saúde para portos, aeroportos e espaços de isolamento.

– Dias depois passavam a ser interditas as ligações aéreas com Portugal e todos os países europeus assinalados com a pandemia do coronavírus e ainda os voos com os Estados Unidos, Brasil, Senegal e Nigéria. Adicionalmente, o Palácio da Várzea decidia proibir a acostagem de navios cruzeiros e veleiros, assim como o desembarque de passageiros nos portos de Cabo Verde. 

– O Executivo decidia antecipar para 23 de Março o início das férias escolares da Páscoa. O ministério da Cultura e das Indústrias Recreativas decidia encerrar todos os espaços culturais do Estado sob a sua tutela assim como cancelar a programação cultural nos museus e centros em S. Vicente, Santiago e Sal.

– Seguindo o exemplo, a CMSV anunciava o cancelamento de toda a programação cultural agendada para 14 de Abril, no âmbito das comemorações da cidade do Mindelo, assim como do Festival da Juventude e a interdição de eventos nas pracetas, polivalentes e no polidesportivo de Monte Sossego. 

– Literalmente em pânico, a população encetava uma corrida desenfreada aos supermercados e às botijas de gás para se manter em casa durante a quarentena. Quem podia, açambarcava alimentos e papel higiénico.

– Boa Vista tornava-se numa bomba relógio com 230 trabalhadores hoteleiros confinados, enquanto cá fora a população sentia-se ameaçada e encurralada. Para assegurar o plano de contingência, o Governo enviava para a ilha um contingente de 41 militares, 2 técnicos do Serviço Nacional de Protecção Civil e 2 enfermeiros dos Bombeiros da Praia. Além disso, as Forças Armadas colocavam o navio Guardião a fiscalizar o litoral para evitar entradas e saídas da ilha pelo mar. Essa força seria reforçada com a chegada do Presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e de mais 20 tropas, 11 agentes da PN e 5 bombeiros. 

– Os laboratórios da Inpharma anunciavam a produção de álcool-gel que começava a escassear no mercado. Em paralelo, o então gestor Gil Évora garantia a chegada em dois momentos de 500 mil máscaras importadas da China. 

– Com o clima de medo e de incerteza conquistando terreno, o Governo e os parceiros sociais rubricavam um acordo numa reunião extraordinária do Conselho de Concertação Social para proteger as empresas, os empregos e os rendimentos das famílias e manter a economia a funcionar. 

Ainda em março, a AJOC considerava injustificável a ameaça do Governo de responsabilizar os órgãos de comunicação social que divulgarem “informações não verdadeiras” sobre o coronavírus e pedia um posicionamento sobre o assunto da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social.

– Em S. Vicente, a IGAE e a PJ desmantelavam um esquema de adulteração do prazo de validade de frascos de álcool-gel e apreendiam 13.112 unidades.

– A Câmara de S. Vicente decidia proibir cerimónias fúnebres no cemitério assim como a concentração de pessoas no espaço.

– Aos poucos, Artur Correia tornava-se um rosto cada vez mais conhecido, enquanto Director Nacional da Saúde e que fazia diariamente o ponto da situação da pandemia.

– A associação Mindelact cancelava uma assembleia-geral e suspendia as comemorações do Dia Mundial do Teatro e a atribuição do Prémio de Mérito Teatral. Por sua vez, a Federação Cabo-verdiana de Xadrez cancelava o primeiro Open de Xadrez de Cabo Verde.

No dia 28, o Presidente da República declarava pela primeira vez na história de C. Verde o estado de Emergência, para vigorar a partir das zero horas de 29 de março até 17 de abril. 

Na sequência, 99 lojas chinesas entregavam à CMSV o equivalente a 1.500 contos em alimentos.

– Para ajudar as pessoas a ficarem em casa, a Unitel T+ e a CV Móvel lançavam a campanha “Pack fica em casa”, que consistia na oferta de 2.000 megas e 15 minutos de chamadas para qualquer rede. Aliás, “Fca na casa” tornou-se numa palavra de ordem e os cabo-verdianos passaram a seguir religiosamente a actualização dos casos de Covid-19, com o “coração na mão”. 

– No dia 30 de março, os trabalhadores cabo-verdianos confinados no hotel Riu Karamboa concentraram-se num dos jardins do estabelecimento para exigir a realização de exames à Covid-19, numa transmissão em directo no Facebook. 

Abril

– Todos os combustíveis sofrem baixas acentuadas logo no dia 1 de Abril, com maior incidência para a gasolina e o petróleo, cujos preços diminuíram 22,9 e 23,64%, respectivamente. 

– Três dias depois era confirmado o primeiro caso de Covid-19 em S. Vicente – uma cidadã chinesa, que foi logo internada. 

– A Delegacia de Saúde e o Hospital Baptista de Sousa reconheciam que houve falhas na condução do processo relativo à paciente chinesa. O ministro da Saúde determinava a abertura de um inquérito para se apurar os erros e as responsabilidades.

– Um número significativo de pessoas concentrava-se em frente ao Serviço Nacional da Protecção Civil na Boa Vista para exigir a saída da ilha. Artur Correia, reagindo sobre esse econtecimento, salientava que era preciso respeitar as leis e o estado de emergência em vigor. 

– 45 de 196 amostras dos trabalhadores do hotel Riu Karamboa deram resultados positivos para Covid-19, confirmando assim um dos cenários mais temidos pela população cabo-verdiana.

– A três dias do término do estado de Emergência, o Governo defendia o prolongamento dessa medida de excepção para consolidar os ganhos alcançados.

– Era anunciada a abertura da Linha Verde – Protecção Social para dar assistência aos beneficiários das medidas de protecção sociais anunciadas pelo Governo e que visavam combater a propagação da pandemia.

– O DNS adiantava a 15 de abril que o laboratório de virologia da cidade da Praia estava a realizar 80 testes por dia, apesar de ter capacidade para fazer mais.

– Nesse mesmo dia, o Primeiro-ministro admitia a possibilidade de o Governo ter cometido erros e falhas na gestão do caso Riu Karamboa, mas ao mesmo tempo considerou de extrema gravidade o comportamento dos funcionários em regime de quarentena e daqueles que os incentivaram a sair do confinamento.

No dia 16, o PR decidiu prorrogar a emergência em todo o território nacional com duração menor e uma diferenciação entre as ilhas.

– O quadro da Boa Vista, ilha com agora 51 casos positivos, era considerado uma “dura lição para o Governo” e UCS assegurava o endurecimento das medidas de controlo para obrigar as pessoas a cumprir o isolamento. 

– Várias viaturas foram abordadas por agentes da Polícia de Trânsito em S. Vicente, no âmbito do Estado de Emergência. O objectivo era saber se os condutores estavam munidos de autorização para circularem na via pública. 

O IMP decidia interditar o uso das praias balneares em todo Cabo Verde.

O Comando da 1ª Região Militar em São Vicente dispensava 400 novos recrutas como forma de prevenir contágios com o coronavírus no centro de instrução.

– Era apresentado a 18 de Abril um estudo sobre a evolução da Covid-19 em Cabo Verde. 

– O Ministério da Cultura lançava o edital #EnPalco100Artistas para apoiar a classe artística e criativa residente em Cabo Verde durante a pandemia do Covid-19. Enquanto isso, o Governo resolvia estender a moratória para o pagamento de empréstimos aos municípios e a CMSV anunciava o cancelamento das festas de romaria, Carnaval de Verão e o festival da Baía das Gatas e o uso do dinheiro em projectos sociais. 

– No dia 24 era confirmada a morte do turista inglês na ilha da Boa Vista, tornou-se no primeiro óbito da pandemia em Cabo Verde.

– No dia seguinte, o ministro da Saúde anunciava o registo do primeiro caso de Covid-19 na cidade da Praia: um cabo-verdiano vindo da França e com escala em Portugal no dia 18 de Marco, data em que Cabo Verde encerrou as fronteiras aéreas e marítimas. O Ministério da Saúde confirmava ainda a transmissão comunitária no concelho da Praia. 

– Numa publicação na sua página oficial, o PR afirma que, depois de um período de consultas a diferentes entidades do país, decidiu não prorrogar, pela segunda vez, o estado de emergência nas ilhas do Maio, do Fogo, Brava, Santo Antão, S. Nicolau e do Sal, terminando o estado de excepção no dia 26 de Abril.

– O Delegado de Saúde de S. Vicente afirmava no dia 28 que a ilha continuava com apenas um caso de Covid-19 porque a paciente chinesa usou sempre máscara nas suas deslocações às consultas.

Maio

– O Governo torna público o “Guia das Exigências Mínimas de Produção e Uso de Máscaras” reutilizáveis para uso comunitário no quadro da Covid-19, que aprova as directrizes para a produção e utilização de máscaras comunitárias não médicas.

– O autarca Augusto Neves regressava no dia 2 ao activo, depois de internado no HBS e de uma viagem de urgência a Portugal, quando S. Vicente começava a tentar voltar gradualmente à “normalidade”, depois de um mês sujeita ao estado de Emergência.

– A paciente chinesa, a única doente até então com Covid-19 em São Vicente, recebe alta e deixa o Hospital sob aplausos do grupo de profissionais que, ao longo de 40 dias, cuidaram da sua saúde.

– Um grupo de estivadores requisitados pela Enapor para fazer a descarga de uma embarcação de pesca da União Europeia recusa trabalhar. Alega que as autoridades sanitárias, a Polícia Marítima e a agência da embarcação em nenhum momento estiveram no navio para fazer vistoria e saber se havia algum caso de Covid-19 a bordo.

– O Governo alerta para o facto de o ano lectivo continuar em curso na modalidade de aulas à distância, por causa do novo coronavírus. 

– É anunciada a retoma das viagens marítimas de passageiros interilhas para o dia 11, com excepção das ilhas de Santiago e Boa Vista. Os passageiros passam a ser obrigados a usar máscara.

– São confirmados 5 casos de Covid-19 no Hospital de Trindade. Passam para 32 os pacientes e profissionais de saúde daquele estabelecimento hospitalar a testar positivo.

– O Presidente da República renova a prorrogação do estado de Emergência na ilha de Santiago por mais duas semanas, entre as 0h do dia 15 de maio até as 24h de 29 de abril.

– O Sindicato de Metalomecânica, Transportes, Turismo e Comunicações denuncia a demora do INPS em pagar os 35% dos salários dos trabalhadores das empresas que aderiram ao lay-off. Denuncia igualmente a suspensão de contratos de trabalho na ASA e CV Handling e a redução dos salários dos colaboradores.

– Tripulantes do navio Praia d’ Aguada mostram-se contra o embarque de um novo comandante na cidade da Praia, por alegadamente desrespeitar o Plano de Contingência da empresa CVI.

– Mesmo sem fazer campanha à porta dos supermercados, o Banco Alimentar conseguiu juntar mais de três toneladas de alimentos e beneficiar 160 famílias em São Vicente.

– Um de dois doentes evacuados de Santiago para S. Vicente num voo sanitário foge do isolamento no Hospital Baptista de Sousa sem a confirmação dos testes à Covid-19. No dia 23, o DS anuncia que o fugitivo, um fuzileiro das FA, foi capturado na sua casa e colocado em quarentena obrigatória.

Junho

– O laboratório de virologia de S. Vicente é inaugurado para dar cobertura às ilhas de Barlavento. 

– A presidente do INSP admite haver condições para a realização de testes rápidos a todas as pessoas que queiram fazer viagens aéreas inter-ilhas a partir do dia 30 de Junho. 

– O presidente da Emprofac, Gil Évora, garante que os preços das máscaras cirúrgicas e comunitárias não dependem da empresa. Isso porque, afirma, a Emprofac é 100% pública, recebe directivas do Governo, que é quem deve responder por suas decisões. 

– É anunciado o início das ligações marítimas para transporte de passageiros entre todas as ilhas de Cabo Verde a partir de 30 de junho, após desconfinamento da Boa Vista e Santiago.

– Cabo Verde soma mais 54 casos no dia 20 e fica próximo de atingir os 1000 activos de Covid-19.

– O Primeiro-ministro anuncia no Parlamento a redução do IVA para 10% no sector do turismo. 

– O medicamento dexametasona é usado em Cabo Verde no tratamento dos doentes críticos de Covid-19 e, segundo o infectologista Jorge Barreto, um paciente tratado com esse fármaco na cidade da Praia teve alta hospitalar.

– Onze dos 15 clubes presentes na assembleia extraordinária da ARFSV votam a favor da anulação da época desportiva, que foi suspensa devido a epidemia da Covid-19. O Mindelense manteve-se como campeão regional de S. Vicente, assim como a manutenção das oito equipas que disputaram o título da primeira divisão.

Julho

– A pandemia leva a organização da The Ocean Race – a nova identidade da Volvo Ocean Race – a adiar por um ano a edição da regata, que passaria por S. Vicente. A largada, que ocorreria em outubro de 2021 em Alicante, na Espanha, foi transferida para 2022.

– A ERIS autorizava 4 laboratórios privados, 3 de Santiago e 1 do Sal, a realizar testes rápidos para deteção do Sars-CoV-2. 

– Jorge C. Fonseca promulga a lei que prolonga até final de setembro o regime de lay-off para o sector do turismo, devido a crise económica provocada pela pandemia.

Agosto

– Filhos de Idalina Relvas exigem um pedido de desculpa dos bombeiros da cidade da Praia pela forma “desumana” como realizaram o funeral dessa falecida e o tratamento que deram aos familiares. Tudo porque trataram o caso como se fosse de Covid-19 quando a paciente morreu de cancro.

– Os Bombeiros da Praia pedem desculpas e depositam um ramalhete de flores na campa de Idalina Relvas para se redimir pela forma como se realizou o funeral.

– Sector do turismo em Cabo Verde está mergulhada em profunda crise e as agências de viagens anunciam que estão a enfrentar tempos difíceis, sem certezas em relação ao futuro.

Setembro

– A companhia aérea TICV retoma as ligações regulares para sete ilhas e garante que os passageiros estão a cumprir todas as medidas de segurança.

– A ERIS fixa em 14 contos, ou seja um valor superior ao salário mínimo, o preço máximo para o teste TR-PCR. A UCID reage e considera que o preço máximo dos testes PCR para viajantes é exagerado para a realidade de Cabo Verde.

– O Governo decide interditar a frequência às praias no Concelho da Praia devido ao elevado nível de transmissão comunitária da Covid-19.

Outubro 

– A ordem da IGAE de encerramento dos ginásios em S. Vicente por tempo indeterminado provoca uma onda de indignação nas redes sociais dos usuários desses espaços. 

– O Governo abre as fronteiras de Cabo Verde e estipula a obrigatoriedade de realização de testes PCR a todos os passageiros com destino a Cabo Verde.

– O site oficial covid-19.cv revela no dia 6 que foram contabilizados 1.923 infectados na faixa etária dos 20 – 30 anos. Logo a seguir surgia o grupo dos 30-40 anos com 1.561 casos detectados a nível oficial. Verificava-se ainda uma prevalência considerável da infecção entre os adolescentes, dos 10 aos 20 anos de idade, com 904 casos diagnosticados no país. O vírus tinha até então atingido sobretudo as mulheres, que representavam 52 por cento dos casos detectados.

– A população de S. Vicente demonstrava estar descontente com a forma como estava a decorrer a campanha autárquica, com aglomeração na rua e à porta das sedes.

– Surgem pela primeira vez casos de Covid-19 na ilha Brava. Dados do MS revelavam que foram analisadas cinco amostras e todas deram resultados positivos para Sars-Cov-2.

– Presidente da República anunciava a promulgação a lei que determina a utilização obrigatória de máscaras faciais em todos os espaços públicos, incluindo na via pública. 

– Entra em vigor no dia 30 as novas regras sobre a suspensão e encerramento dos estabelecimentos de ensino, nos casos de alunos, docentes ou funcionários confirmados com Covid-19.

Novembro

– Governo prorroga até 14 de novembro o estado de calamidade nas ilhas de Santiago e do Fogo e decreta a situação de contingência nas restantes. 

– Os casos de Covid-19 aumentam em S. Vicente, que passa a ter 32 pacientes activos. Entretanto, o ministério da Saúde informa o falecimento de mais uma pessoa em S. Vicente, o quarto óbito provocado pela doença.

– O número de doentes de Covid-19 continua a crescer no Fogo, que atinge 158 portadores do coronavírus.

– No outro extremo, a ilha do Sal regista uma surpreendente quebra de casos passando a ter apenas um paciente activo. Igualmente destaca-se a situação positiva da Boa Vista, que reduziu para 3 a quantidade de contaminados.

– O Delegado de Saúde de S. Vicente admite estar “muito preocupado” com a evolução da pandemia da Covid-19 na ilha por causa do aumento de casos registados em todas as localidades. 

– A repentina diminuição dos testes de Covid-19 e de casos na ilha do Sal deixa os salenses desconfiados. Estes temem que se trata de uma estratégia política para propiciar a retoma da atividade turística em Cabo Verde a partir de 15 de Dezembro. 

– A Associação dos Empresários Chineses em Cabo Verde entrega 6.000 máscaras e 120 frascos de álcool-gel à Câmara Municipal para ajudar na prevenção e combate à Covid-19. 

– S. Vicente bate novo recorde ao contabilizar 40 casos novos de infecção e passa a contabilizar 71 activos da doença, tendo em conta que 13 pessoas tiveram alta. 

Dezembro

No dia 1 era anunciada a morte de mais uma vitima da Covid-19 em S. Vicente.

– Os indicadores de Covid-19 começam a preocupar as autoridades em Porto Novo, que contava no inicio de dezembro com 33 casos activos e uma morte. Em sentido inverso, Praia e a própria ilha de Santiago revelam um abrandamento consideravel do número de infectados.

– A Delegacia de Saúde manda efectuar testes PCR a 40 reclusos e funcionários da cadeia de Ribeirinha devido ao falecimento por Covid-19 de um sueco que estava detido nesse estabelecimento. 

– A escola de Chã de Cemitério, que acolhe 194 alunos dos seis aos dez anos, é desinfectada por iniciativa da empresa Cabo Verde Medical.

– O Primeiro-ministro garante na sua mensagem de Natal que o plano nacional de vacinação contra a Covid-19 será universal, gratuita e facultativa. 

– S. Vicente tem 60 dos 150 casos activos de Covid-19 contabilizados a 30 de dezembro.

– A cidade do Mindelo esteve praticamente às moscas à meia noite de 31 de Dezembro na despedida de 2020, o ano da Covid, e entrada de 2021, o ano das esperanças renovadas.

Janeiro 2021

– O quadro epidemiológico em S. Vicente sofre um forte agravamento com a descoberta de mais 51 casos em 320 amostras. Além disso, mais uma pessoa faleceu da doença, o décimo óbito ocorrido no concelho. A ilha passa a ter 152 activos.

– Onze membros da delegação de Cabo Verde destinada para o Mundial de Andebol testam positivo para Covid-19 no exame realizado no dia 11 antes da partida para o Egipto. As análises confirmam a contaminação pelo novo coronavírus de sete jogadores, do treinador principal, um treinador-adjunto, um fisioterapeuta e um dirigente da Federação Cabo-verdiana de Andebol. 

– A praça Dom Luís é palco da manifestação de agentes culturais de São Vicente que, trajados de preto, juntaram as vozes e gritaram que a cultura cabo-verdiana estava de luto.

– O boletim epidemiológico do dia 14 indica que S. Vicente passa a ter 216 pacientes infectados em seguimento, continuando a ser o concelho mais afectado pela pandemia.

– No dia 15,  a Covid-19 “explode” em S. Vicente com 92 casos positivos. ilha de S. Vicente regista mais 92 casos positivos elevando para 266 os doentes activos na ilha. 

– Apesar de mais quatro casos de Covid-19 na equipa, Cabo Verde faz sua estreia histórica no mundial de Andebol, defrontando a Hungria. Entretanto, os Tubarões-azuis falham jogo com Alemanha por causa de mais dois casos de Covid-19 e depois anunciam a sua desistência da prova. 

– O Delegado de Saúde Elisio Silva assegura que todas as zonas de São Vicente têm pessoas infectadas pelo vírus da Covid-19, quadro que considera alarmante e o leva a defender a declaração do estado de calamidade em S. Vicente. Reforça que há famílias com várias pessoas contaminadas, o que o leva a concluir que a infeção foi transmitida durante convívios na época natalícia. 

– A marcação de testes PCR em S. Vicente passa a ser feita a partir do dia 25 apenas pela plataforma online. A medida foi adoptada para evitar as aglomerações à porta do Centro de Estágio e na Delegacia de Saúde.

– O Observatório da Cidadania Activa pede ao Governo para não decretar tolerância de ponto nos dias do Carnaval e de Cinzas para evitar o risco do aumento de contágios pelo virus da Covid-19, como aconteceu na época natalícia.

– Contra as previsões, a centenária Maria Amélia Tavares vence o vírus da Covid-19, em S. Vicente. Isolada no hospital Baptista de Sousa, oito dias depois regressava à casa curada da temível doença. 

– A ilha de S. Vicente começa a baixar o gráfico de contaminação, depois de 61 pacientes terem recebido alta no dia 4 e outros 29 no dia seguinte.

Fevereiro

– O dia de São Valentim, que se assinala a 14 de fevereiro, foi celebrado à medida da pandemia da Covid-19, com limitações, vendas muito fracas e sem reservas nos restaurantes.

– A cidade do Mindelo esteve irreconhecível na terça-feira do Carnaval, devido ao cancelamento do evento. No entanto, o grupo Vindos do Oriente ornamentou as montras das lojas no trajeto onde acontecem os desfiles e em Fonte Felipe, numa iniciativa inédita, os jovens Paulo Silva Almeida e Niss Aguiar promoveram um “Carnaval de Bonecas”. 

– O Governo prorroga o estado de calamidade em S. Vicente por mais 30 dias e justifica essa medida com a evolução da dinâmica da pandemia. O argumento não convenceu os mindelenses tendo em conta que SV tinha por essa altura 52 casos activos, contra, por exemplo, a cidade da Praia, que somava 149, quase o triplo.

– Portugal decide duplicar a oferta de testes PCR a Cabo Verde para despiste ao vírus da Covid-19.

– As autoridades sanitárias passam a exigir testes PCR com resultado negativo a todas as crianças nas viagens internacionais com origem em Cabo Verde. 

Março

– Ulisses Silva anuncia que a campanha de vacinação contra a Covid-19 começa no dia 19 de março e que a meta é atingir 70% da população ainda em 2021. O Primeiro-ministro fez esta revelação no aeroporto da Praia durante a recepção de um lote de 24 mil vacinas da marca AstraZeneca, as primeiras unidades destinadas a Cabo Verde no âmbito do programa Covax.

– A UCID critica o silêncio das autoridades sanitárias e da Comissão Nacional das Eleições (CNE) sobre as medidas a serem acauteladas nas campanhas devido a pandemia.

– Os sanvicentinos mostram-se revoltados com as aglomerações promovidas pelo PAICV e MpD neste período de pré-campanha para as Legislativas. Os directores de campanha escudam-se nas medidas de segurança sanitária.

O Delegado de Saúde, Elísio Silva, foi o primeiro dos seis profissionais prioritários vacinados na ilha do Porto Grande.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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