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Quase dez anos a receber pizzas que nunca encomendou

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Este caso insólito aconteceu na Bélgica. Jean Van Landeghem, 65 anos, está há quase dez anos a receber pizzas à porta da sua casa, na cidade belga de Turnhout, sem nunca ter feito os pedidos de entrega ao domicílio. Os entregadores de pizzas, mas também de hambúrgueres e asas de frango tocam à campainha da casa deste belga reformado várias vezes por semana, mas também já aconteceu mais do que uma vez num só dia. Van Landeghem está cansado e farto desta situação. “Quero que isto acabe”, diz.

Doente, com problemas de coração, Jean Van Landeghem admite que às vezes assusta-se quando lhe tocam à campainha já depois da meia-noite, quando está a dormir. É mais uma pizza que não pediu. O ritual é sempre o mesmo, diz ao funcionário que não encomendou nada para entrega ao domicílio, pede-lhe para se ir embora e, no dia seguinte, vai à polícia.

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Há quase uma década que isto acontece religiosamente, mas ainda não foi possível saber quem será o responsável por tantas encomendas para entregar na morada de Van Landeghem. Desconhece-se também os motivos para tanta persistência em chatear o reformado belga, que vive sozinho. “Nem sequer gosto de pizzas,”desabafa.

“Mais uma vez, quatro pedidos não solicitados chegaram à minha porta. Não tenho ideia da identidade do culpado ou a razão pela qual faz isto. Estou cansado da situação e quero que termine. Não consigo dormir por causa do stress”, lê-se numa das denúncias referida pelo jornal El País.

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Em entrevista a este jornal Van Landeghem relata que o belga mergulhou num estado de nervos com esta situação. Tudo porque a campainha pode tocar a qualquer hora do dia para alguém lhe entregar comida que não pediu ou por ouvir o barulho de uma mota a passar na rua. “Nem sequer gosto de pizzas”, afirmou.

“Não consigo dormir. Começo a tremer de cada vez que ouço uma mota a passar na rua”, afirmou, realçando que já teve encomendas que lhe foram entregues às duas horas da madrugada. Houve ainda dias um dia que lhe apareceram à porta 10 estafetas, um dos quais queria entregar-lhe 14 pizzas. “Tenho problemas cardíacos e levantar-me de repente às duas da manhã não é a melhor coisa”.

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As encomendas são pagas na hora da entrega, mas Van Landghem não as deixa passar além da porta. A maioria dos pedidos é feita através da aplicação Takeaway.com, que permite esta opção de pagamento em dinheiro no acto da entrega. Uma situação que ajuda a pessoa que tem estado a fazer os pedidos, uma vez que usa diferentes emails e inscreve-se utilizando nomes como Michelle ou Marcel, escreve o El País. “Isto custa dinheiro aos restaurantes, que têm que deitar fora a comida. Nesse dia das 10 entregas, eu fiz as contas: custou tudo 450 euros”, explicou ao Het Laatste Nieuws. “

O jornal falou com Ali Akin, o proprietário de um dos restaurantes afetados, o Pizza Talia. Contou que depois de vários pedidos devolvidos, reuniu os seus funcionários e disse-lhes que mais nenhuma encomenda sairia do estabelecimento com destino à morada de Van Landghem. “Às vezes chegam novos funcionários que não o conhecem, ou estamos com uma centena de pedidos ao mesmo tempo e não percebemos”, disse Akin, admitindo que nem sempre consegue evitar as entregas.

Os pedidos falsos são uma constante e atingem uma dimensão que faz desesperar o belga aposentado. Numa das queixas à polícia é referido que num dia, “entre as 19:45 e as 21:05, estafetas de cinco pizzarias diferentes bateram à porta”. “Não pode ser uma piada porque dura há muito tempo”, considera Van Landeghem, que acalenta a esperança de que a divulgação do seu caso pelos media ajude a colocar um ponto final a este pesadelo. Desconhece-se a pessoa que faz os pedidos falsos e que continua a atormentar este belga há quase uma década.

Link: https://www.7sur7.be/insolite/depuis-des-annees-il-recoit-des-pizzas-qu-il-n-a-jamais-commandees-je-tremble-des-que-j-entends-une-mobylette~a0cb7b0b/?fbclid=IwAR3aRycwTyAU4Xjz4bvINNAtz1YWBBK5NcQ3gNrenY8kDg7Xx3e0jxrFTho&referrer=https://t.co/pqx7zZOOix

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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