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Adolescentes do Tik Tok e fãs de K-pop “enganam” Trump e a sua equipa

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O presidente dos EUA anunciou envaidecido que mais de um milhão de pedidos de bilhetes, que davam entrada no seu comício em Tulsa, Oklahoma, tinham sido registados. Mas quem assistiu à transmissão do encontro percebeu que o pavilhão onde este foi organizado estava longe de ter um milhão de pessoas. Aliás, havia muitos espaços vazios entre 19 mil lugares disponíveis. Utilizadores da rede social Tik Tok e fãs de K-Pop (género musical da Coreia do Sul) podem ter ludibriado Trump e sua equipa.

Na passada segunda-feira, o diretor da campanha de re-eleição de Trump, Brad Parscale, escreveu no Twitter que tinham recebido mais de um milhão de pedidos de bilhetes e que iam montar uma estrutura para todas as dezenas de milhares de pessoas que não pudessem entrar. A verdade é que no sábado nem o BOK Center, com 19 mil lugares, ficou cheio. Um porta-voz da campanha diz que foram manifestantes que impediram os apoiantes de Trump de chegar ao comício. Mas os jornais mostravam poucos manifestantes na rua. No entanto, utilizadores do Tik Tok e grupos de fãs de K-Pop vieram reclamar a responsabilidade por esta afluência tão reduzida.

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Durante a semana passada dezenas de videos circularam por aquela rede social com mensagens a apelar as pessoas para comprar bilhetes e não aparecessem. Os videos tiveram milhões de visualizações. O mesmo aconteceu nos grupos de fãs. Elijah Daniel, um YouTuber de 26 anos, explicou ao The New York Times que a campanha decorreu numa sessão especifica do Tik Tok onde é comum encontrar partidas e activismo social e politico. “O Twitter k-Pop e o Alt – Tik Tok Alternativo – têm uma aliança que ajuda a informação a espalhar mais rápido”, explicou este jovem. 

O objetivo era que esta campanha não chegasse à base de apoio de Donald Trump e, por isso, os vídeos desapareciam ao fim de 24 ou 48 horas. Quando Parscale foi ao Twitter afirmar que “manifestantes radicais” tinham interferido com o público, a congressista na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos por Nova Iorque Alexandria Ocasio-Cortez respondeu de forma injuriosa: “Na verdade foram apenas enganados por adolescentes no Tik Tok”.

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Depois da viralizar nestas redes sociais, o protesto passou para o Facebook, Instagram e Snapchat. Entretanto, Donald Trump disse aos apoiantes em Tulsa, que a despistagem da covid-19 era “uma faca de dois gumes” e que tinha pedido às autoridades sanitárias para diminuírem o ritmo devido ao aumento de casos diagnosticados no país. Adversários têm acusado o presidente de irresponsabilidade. Já os apoiantes dizem que este estava apenas a ser irónico.

Seis membros da equipa de Trump receberam testes positivos para a covid-19 e foram colocados sob quarentena, horas antes do início deste comício. Até aqui bastante poupado, o estado de Oklahoma regista agora um forte aumento de casos.

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Os EUA são o país mais atingido pela covid-19, com mais de 2,2 milhões de casos e quase 120 mil mortos, numa população de 300 milhões de habitantes. Depois de Oklahoma, Trump tem previstos comícios na Florida, no Arizona e na Carolina do Norte, todos estados que podem decidir o resultado das eleições presidenciais de 3 de novembro.

C/CM.PT

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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