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UCID defende profissionalização do Carnaval e construção de uma “Cidade do Samba” em São Vicente

A UCID defende um maior investimento para o Carnaval de São Vicente, com os grupos a terem estaleiros próprios para montar os seus andores e, inclusive, com alguns profissionais a serem remunerados mensalmente. Dora Pires, que fazia a antevisão da sessão Parlamentar que arranca amanhã, mostrou-se ainda aberta à “construção de uma cidade do samba” em São Vicente, à semelhança do Brasil, realçando que o Carnaval dá dinheiro e é uma atração turística. 

Para esta deputada democrata-cristã, o Carnaval de Cabo Verde, de São Vicente em particular, é uma actividade cultural economicamente viável, em especial para a cidade do Mindelo. É neste sentido que pretende abordar o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas no sentido da transformação desta manifestação cultural para o campo profissional, criando todas as condições para que esta seja pensada e preparada ao longo do ano e não apenas nos dois ou três meses que antecedem esta festa. 

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“Achamos que o Carnaval de São Vicente devia ser profissionalizado, no sentido dos grupos oficiais terem estaleiros próprios e se organizarem melhor. O Governo poderia atribuir uma mensalidade a pelo menos cinco criadores de cada grupo, totalizando 25 assalariados. Fazendo as contas, não será uma grande quantia, mas seria um investimento em termos de desenvolvimento dos seus projectos. Também poderia ensinar aos adolescentes e jovens, criando o gosto para o Carnaval”, sugere Dora Pires.

Dora Pires, deputada da UCID

Para sustentar esta sua afirmação, a vice-presidente da UCID realça que, quando o carnaval termina, muitas vezes os carros alegóricos são abandonados, o que não aconteceria se os grupos tivessem os seus estaleiros. Neste caso, diz, os andores seriam levados para estes espaços, desmontados e os materiais seriam reaproveitados para os próximos desfiles. “Bem organizados, com estaleiros próprios e profissionais a trabalhar a tempo integral, seria possível manter várias famílias e não às pressas, dois ou três meses, começar a desarrumar e tentar aproveitar restos de outros carnavais”.

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Relativamente a questão do financiamento, Dora Pires considera que, para se ter um Carnaval de qualidade que atraia com maior intensidade os turistas do mundo inteiro, 11.800 contos é um montante irrisório. “É muito mais insignificante quando uma ilha como São Vicente, que realiza um carnaval com alguma qualidade devido ao esforço dos responsáveis dos grupos tenha somente um financiamento de 5 mil contos por parte do Governo, sendo que, num estalar de dedos, se disponibilizou mais de 400 mil contos para a Corrida Atlântica e o stopover, realizada no país de 20 a 24 de janeiro.”

Sessão parlamentar

Na interpelação ao Governo, a UCID pretende questionar a Ministra das Infra-estruturas e Ordenamento do Território sobre alguns projectos previstos para os municípios e que constam do Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidades (PRRA), num valor superior a 11 mil contos. “São projectos que constaram do OE 2018 e, como houve uma pausa devido a pandemia, gostaríamos de saber os montantes gastos e se o governo vai continuar a investir para que podemos ter concretizado o mapa de investimentos por eixo de intervenção e por município que nos foi apresentado.”

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O partido democrata-cristão vai ainda exigir ao governo a verificação e/ou a realização de uma auditoria dos níveis do Cadastro Social, questionar sobre a situação dos funcionários do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente que se arrasta e ainda sobre a possibilidade de introdução de consultas de especialidade no rol de preocupações do INPS.

Em pauta para a primeira sessão de fevereiro estão ainda algumas propostas de lei, de entre os quais uma sobre o estabelecimento de uma pensão que garante direitos aos militares da Primeira Incorporação de 1975, para além de projectos de resolução que a UCID acredita serem passivos, visto que foram socializados.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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