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Deputado Emanuel Barbosa acusa MpD de liquidar Carlos Veiga nas presidenciais: “Tempestade organizada”

O deputado Emanuel Barbosa acusou o Movimento para a Democracia de “liquidar” Carlos Veiga nas eleições presidenciais, apesar do apoio declarado pelo partido no poder ao ex-presidente do partido. Num post na sua página no Facebook, Barbosa enfatiza que alguns membros do partido e do Governo que subiram aos palcos para discursar a favor de Veiga trataram de o apunhalar pelas costas, através de pronunciamentos à comunicação social anunciando “os venenos que iam matar” a candidatura do fundador do MpD.

Emanuel Barbosa começa por afirmar no seu post que as presidências pelas bandas do MpD foram uma tempestade. “O estranho é que parece ter sido uma tempestade organizada, ao contrário do que acontece na natureza em que a tempestade aparece sem sabermos donde, como e nem porquê”, escreve o deputado, que pergunta com que propósito o MpD declara apoio político a Carlos Veiga “para depois o liquidar”, naquela que, diz, seria a última hipótese de Veiga sair pela porta grande da política, como o PAICV fez com Pedro Pires.

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Na perspectiva de Barbosa, o seu partido liquidou a candidatura de Veiga “através de medidas de políticas impopulares tomadas desabridamente e de forma injustificada durante a campanha eleitoral”. “Qual a razão desta atuação que feriu de morte a candidatura do Carlos Veiga?”, questiona o autor da publicação, que pergunta se o MpD está perante ministros/políticos ingénuos, incompetentes ou de má-fé. Após lançar estas perguntas responde que não seja esses os casos. No entanto, enfatiza que se está perante, sim, “ministros/políticos maquiavélicos” que, na sua opinião, quiseram urdir a derrota do líder histórico do MpD.

Conforme o deputado alguns daqueles que subiram ao palco para discursar a favor de Veiga trataram de o apunhalar pelas costas através de pronunciamentos à comunicação social anunciando os venenos que iam matar a candidatura do fundador do MpD.

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Estas eleições sugerem, segundo Barbosa, que o MpD/Governo as encarou de forma diferente de como enfrentou as legislativas. Nestas últimas, diz, houve um esforço titânico para não se perder o escrutínio. “Perdoou-se dívidas de energia, entrou o cadastro social, socorreu-se quem estava com tetos a cair, etc., etc”, exemplifica. Porém, prossegue, nas presidenciais foi tudo de avesso: subida de energia, combustível e gaz, não pagamento aos jovens inquiridores do INE, aumento galopante dos preços dos bens essenciais, anúncio despropositado de mais IVA, demora inadmissível no despacho de pequenas encomendas, atraso no pagamento dos doentes evacuados…

“Sim, foram um conjunto de medidas e ações desastrosas que penalizaram fortemente a candidatura do Carlos Veiga”, admite o deputado, que acusa Ulisses Correia e Silva, presidente do MpD e Primeiro-ministro, de assistir a tudo isso de forma impávido e sereno. Barbosa termina o post salientando que a base do partido que quis ver Carlos Veiga eleito deve agora tirar as suas ilações e ser consequente.

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Esta publicação tem provocado uma avalanche de comentários, com vários simpatizantes do MpD a concordar com a análise de Emanuel Barbosa. Há quem tenha aplaudido o deputado pela sua coragem em colocar o dedo na ferida e diz esperar que não venha a sofrer represálias.

Mas há outros que entendem esse post como uma confissão das estratégias de manipulação de consciências pelos políticos, quando Barbosa admite que houve medidas impopulares tomadas no pior momento. Por outras palavras, entende-se que as mesmas deveriam ser anunciadas após os resultados das presidenciais. Por outro lado, o próprio Barbosa lembra no seu post que nas legislativas o MpD foi, diria-se, mais inteligente, ao perdoar dívidas de energia, socorrer quem cujo teto da casa estava a desabar…

Carlos Veiga acabou por perder as eleições para José Maria Neves logo à primeira volta e com uma margem superior a 16 mil votos, resultado que surpreendeu muita gente.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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