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Cabo Verde junta a sua voz aos países que condenaram a tentativa de assalto ao poder no Brasil

Cabo Verde juntou a sua voz ao grupo de países que condenaram hoje de forma inequívoca a tentativa de tomada do poder no Brasil perpetrada por manifestantes tidos como “bolsonaristas”, ou seja, apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro. Uma semana após a tomada de posse de Luís Lula da Silva, vencedor das eleições presidenciais no Brasil, milhares de manifestantes tomaram de assalto o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, isto é, os edifícios que representam os poderes executivo, legislativo e judiciário.

Em entrevista à TCV, o ministro Rui Figueiredo Soares afirmou que Cabo Verde condena de forma inequívoca e veemente a tentativa de tomada do poder com recurso à violência, num acto anti-democrático. “Todas as ações anticonstitucionais são completamente condenáveis. O nosso governo teve a oportunidade de estar representado na posse do Presidente Lula da Silva e reiteramos toda a nossa solidariedade ao governo brasileiro democraticamente eleito”, afirmou o responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros.

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Por seu lado, o Presidente José Maria Neves fez uma ligeira publicação no Facebook para enfatizar que tem acompanhado com “enorme preocupação” os acontecimentos em Brasília. Neves afirma que condena com veemência os actos violentos e antidemocráticos registados no Brasil e manifesta a sua solidariedade e apoio ao seu homólogo Lula da Silva e às autoridades legítimas brasileiras.

Segundo Rui Soares, na tomada de posse era perceptível o clima de tensão no Brasil, mas não esperava uma manifestação dessa envergadura e com esse desfecho. Com milhares de pessoas tidas como pró Bolsonaro invadindo as sedes dos poderes, “o que representa um péssimo exemplo para a democracia brasileira”. Para este governante, esse acto parece uma réplica dos acontecimentos nos Estados Unidos, onde apoiantes do derrotado candidato Donald Trump invadiram o Capitólio com a intenção de impedir a declaração de Joe Biden como vencedor das presidenciais.

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Conforme a imprensa brasileira, esse movimento golpista ocorre há semanas em Brasília e foi engrossado neste domingo por dezenas de ónibus. Mesmo assim as autoridades não travaram essa onda.

O jornal Globo.com relata que móveis e obras de arte foram destruídos no palácio presidencial e documentos foram rasgados no Supremo Tribunal Federal. Como resposta, o presidente Lula da Silva decretou a intervenção da Polícia Federal, que passa a assumir a segurança do Distrito Federal até 31 de janeiro. Ainda o Governo pediu a prisão do bolsonarista Anderson Torres, Secretário de Segurança.

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Em declaração à imprensa, Lula da Silva diz que houve incompetência, “má-fé ou maldade” das forças de segurança do Distrito Federal. E salientou que não é a primeira vez que isso ocorre. Segundo o presidente, há imagens de policiais guiando os manifestantes na caminhada até a praça dos três poderes.  Acrescentou que eles não poderão ficar impunes e que devem ser expulsos da corporação porque não são da confiança da sociedade brasileira.

Até este momento, cerca de 200 pessoas foram detidas, apreendidas mais de 40 veículos usados pelos manifestantes e j;a foi feita a desocupação dos edifícios.

França, Estados Unidos, o Parlamento Europeu e o secretário-geral da ONU já condenaram essa tentativa de golpe.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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