Pub.
Opinião

“Cordá Soncent, fugentá kel sombra mau…”

Pub.

Por Nelson Faria

O pesadelo de ontem insiste em não me abandonar, mantendo-se presente ao longo deste dia. Amo demais a minha ilha/cidade e o que lhe faz mal também me faz. Por causa disso a noite de ontem foi, de facto, um pesadelo. Seria capaz de o descrever nos mais ínfimos detalhes, o que é raro porque quase nunca lembro-me dos sonhos, mas deste pesadelo, por ter sido tão real, creio que só se afastará se a realidade me mostrar que estou enganado. É o que espero.

Publicidade

Esquisito como a maioria dos sonhos, basicamente o pesadelo consistiu no seguinte: São Vicente foi invadida por um tsunami com três frentes de grande intensidade: uma enxurrada de água vinha da Baia das Gatas para a Cidade outra de São Pedro e a terceira, que afundou Mindelo, do Porto Grande. As águas confluíram e, literalmente, afogaram Mindelo quando se realizava uma grande festa popular no centro da cidade com quase toda a população reunida. Não sobrou nada. Literalmente, Mindelo “fcá ptod ága”. Mais adiante no pesadelo, quando noticiado, nacional e internacionalmente, denominavam as três frentes de água como os três males que assolam a ilha: a centralização, a falta de visão da gestão local e a acomodação/conformismo da maior parte da sua gente. As notícias diziam: “Um tsunami de três frentes (Centralização, Gestão local e Conformismo) afundou Mindelo em plena festa popular. Resta saber se há sobreviventes e se será possível resgatar a ilha. Actualizaremos esta notícia nos próximos informativos.”

Que pesadelo terrível! Porém, com o seu fundo de verdade. Desejo profundamente que nunca se concretize naquela dimensão. O pesadelo, se calhar não foi tão inconsciente. Foi obra do subconsciente em mais um aniversário da ilha, onde várias questões me puseram: quais os principais males que assolam a ilha e tem impedido o desenvolvimento almejado? Qual a posição da sua gente? O que temos feito para impedir o “tsunami”? Foram tantas as perguntas que me ocorreram e levam a reflexão, antes e depois do mal que me impediu de um sono tranquilo. Isto acontece porque a dor da cidade também é minha e porque os seus males, directa ou indirectamente me afectam.

Publicidade

Mesmo tendo sido arrasador o maldito pesadelo, prefiro guiar-me pela utopia de uma ilha/cidade que explora ao máximo os seus potenciais em todas as dimensões: cultural, desportivo, económico, saúde, educação, turístico. Uma ilha que fomente e catalisa o desenvolvimento económico, social e cultural; uma ilha bonita em prol do país e do mundo. Uma ilha que serve e é servida por quem a quer bem. Uma ilha que ama e congrega todos na alma Mindelense. Uma ilha que não afunda e nem afoga. Obviamente, para isso, as frentes do tsunami devem ser combatidas, já que os sinais são mais que evidentes e que todas as frentes, ou uma delas, pode originar estragos nesta utopia.

PARABÉNS SONCENT!

Publicidade

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

2 Comentários

  1. Bom dia ilustre.
    Recebi este texto muito coerente. Nos impõe a responsabilidade de pensar um pouco mais sobre nossas ações, especialmente num ano de escolhas para nosso Pais.

    Leitura recomendável.

    Ademar Seccatto

    A Diferença entre as Nações Pobres e Ricas não é a Idade da Nação.

    Isto pode ser demonstrado por países como Índia e Egito, que têm mais de 2000 anos e são países pobres ainda.

    Por outro lado, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que há 150 anos atrás eram insignificantes, hoje são países desenvolvidos e ricos.

    A diferença entre a nação pobre e rica não depende também dos recursos naturais disponíveis.

    Japão tem um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura ou agropecuária, mas é a segunda economia do mundo. O país é como uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima de todo o mundo e exportando produtos manufaturados.

    Segundo exemplo é a Suíça, onde não cresce cacau mas produz os melhores chocolates do mundo. Em seu pequeno território ela cuida de suas vacas e cultiva a terra apenas por quatro meses ao ano, não obstante, fabrica os melhores produtos de leite. Um pequeno país que é uma imagem de segurança que tornou-se o banco mais forte do mundo.

    Executivos de países ricos que interagem com seus homólogos dos países pobres não mostram nenhuma diferença intelectual significativa.

    Os fatores raciais ou de cor, também, não têm importância: imigrantes fortemente preguiçosos em seus países de origem, são altamente produtivos em países ricos da Europa.

    Então, qual é a diferença?

    A diferença é a atitude das pessoas, moldadas durante muitos anos pela educação e cultura.
    Quando analisamos o comportamento das pessoas dos países ricos e desenvolvidos, observa-se que uma maioria respeita os seguintes princípios de vida:

    1. Ética, como princípio básico.
    2. Integridade.
    3. Responsabilidade.
    4. O respeito pela legislação e regulamentação.
    5. O respeito da maioria dos cidadãos pelo direito do outro.
    6. O amor ao trabalho.
    7. O esforço para poupar e investir.
    8. A vontade de ser produtivo.
    9. A pontualidade.
    10. O orgulho de cumprir com o seu dever.

    Nos países pobres, uma pequena minoria segue esses princípios básicos em sua vida diária.

    Não somos pobres porque nos falta recursos naturais ou porque a natureza foi cruel conosco.

    Somos pobres porque nos falta atitude. Falta-nos vontade de seguir e ensinar esses princípios de funcionamento das sociedades ricas e desenvolvidas.

    ESTAMOS NESTE ESTADO PORQUE QUEREMOS LEVAR VANTAGEM SOBRE TUDO E TODOS.

    ESTAMOS NESTE ESTADO PORQUE VEMOS ALGO FEITO DE FORMA ERRADA E DIZEMOS – “Não é meu problema”
    DEVERÍAMOS LER MAIS E AGIR MAIS!

    SÓ ENTÃO SEREMOS CAPAZES DE MUDAR NOSSO ESTADO PRESENTE.

    Se você não encaminhar esta mensagem nada vai acontecer-te.

    Mas, se você ama seu PAÍS tente fazer circular esta mensagem para que o máximo número de pessoas possível, reflita sobre isso

  2. Sao,Sente terra querida terra nos todos mindelense onde queremospartilhar Este Sao Vicente para nos todos mais felizmente falta muitas coisas,Sao sente terra que abrio portas para imigracao caverdiana para o nundo interocom clandistimente dos teus filhos das ilhas ,Principalmente filhos da minha ilha querida MindeloSao sente /bo e Sabe bo e tude pa nos filhos di bo,Senos podia ser melhore nao era mal Nos que abrio portao das ilhas Se hojesao vicente e uma ilha bem criada gracas aos Sao Vententinos Sao Sente bo e um ilha sem pai mas no ca tachb morre bo enossa na bo no ta morre pa bo No sabe que nos edescraminade,Mais um dia Senhor Sao Vicente ta olha para nos E que aSenhora daLuz,ForcaSao Sente

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo