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PS vence eleições em Portugal, mas sem maioria absoluta

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O Partido Socialista venceu as eleições legislativas, mas ficou a uma dezena de deputados da maioria absoluta. Já o PSD, o maior adversário, perdeu, mas evitou o descalabro. O Bloco de Esquerda manteve o terceiro lugar, a CDU teve o pior resultado de sempre, o CDS perdeu o seu líder e o PAN confirmou as previsões e forma grupo parlamentar. Estas eleições aumentaram ainda a diversidade no Parlamento com a chegada de três novos partidos: Chega, Iniciativa Liberal e Livre.

António Costa somou mais votos e deputados do que os quatro partidos de uma Direita, que se apresentou nestas eleições fragmentada. Mesmo assim, vai precisar reeditar o acordo à Esquerda. Foi o próprio, no seu discurso de vitória, a confirmar que vai tentar reeditar uma geringonça de que “os portugueses gostaram”. Mas será diferente, porque “o PS está mais forte”.

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Entre os antigos sócios da “geringonça”, o primeiro a ditar as suas condições foi Jerónimo de Sousa. O caderno de encargos inclui o aumento do Salário Mínimo Nacional para 850 euros, o crescimento real das pensões, creches gratuitas para todas as crianças até aos três anos, e o investimento na Saúde.

O líder comunista deixou claro, no entanto, que não há condições para viabilizar a formação de um Governo do PS. O que há para negociar é apenas e só ao nível do Orçamento do Estado. Se os comunistas também pretendem um acordo para a legislatura, não o disseram na noite de ontem.

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Quase o mesmo disse Catarina Martins relativamente à recondução de António Costa como PM. Colocou o apoio do BE em dois patamares: um acordo para a legislatura; ou uma negociação ano a ano. O Bloco também tem condições: reverter a legislação laboral (repondo férias, horas extra e indemnizações por despedimento), investir na Saúde e nacionalizar os CTT.

Mas a geringonça 2.0 poderá ter novos actores: António Costa não se esqueceu dos novos partidos, caso do Livre e muito menos do PAN, ainda que André Silva não tenha mostrado entusiasmo na resposta.

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Assunção de saída

Mais à Direita, Assunção Cristas assumiu cedo que o resultado seria desastroso (os centristas passam de 18 para cinco deputados. Anunciou um congresso extraordinário e despediu-se da liderança.

No PSD, Rui Rio justificou o resultado com factores externos, como o crescimento económico; ou os novos pequenos partidos de Centro-Direita, que levaram dois pontos percentuais; e finalmente as sondagens que “desmotivam os eleitores”. Como ameaças internas apontou os comentadores com agenda política, que contam com a “conivência” da Comunicação Social.

O discurso do líder social-democrata só passou dos longos agradecimentos e das explicações para os resultados porque havia jornalistas a fazer perguntas. E foi nessa altura que Rui Rio admitiu que continua disponível para colaborar com o PS na elaboração de reformas estruturais.

A nova Direita que retirou pontos ao PSD e ao CDS, passa a ter quatro partidos: entram no Parlamento o Iniciativa Liberal de Carlos Guimarães Pinto e o Chega de André Ventura. Pertenceu a este, aliás, uma das frases da noite: “dentro de oito anos, seremos o maior partido de Portugal”.

C/Imprensa Lusa

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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