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Ministra brasileira diz que Carnaval desrespeita a fé cristã

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A ministra brasileira da Família, Mulher e Direitos Humanos, a pastora Damares Alves, afirmou num evento da ONU que o Carnaval “desrespeita” e “ridiculariza” os cristãos, e ameaçou com medidas do Governo para mudar esse quadro, sem no entanto especificar quais.

Damares, uma das vozes radicais entre os inúmeros representantes de movimentos evangélicos no governo de Jair Bolsonaro, fez as declarações numa cerimónia da Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, órgão da ONU sediado em Genebra, na Suíça.

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“O que estamos vendo nas festas de Carnaval no Brasil, infelizmente, é uma afronta e um desrespeito à Fé cristã,” reclamou a pastora, acrescentando: “Cristãos estão sendo ridicularizados de forma vil, em nome da arte, da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa.”

As declarações da ministra, que defende que os filhos sejam educados em casa para não serem “contaminados” nas escolas com ideias impróprias e que advoga a abstinência sexual como forma de purificação espiritual e de prevenção a doenças, são uma alusão às manifestações de protesto contra o radicalismo político e religioso do governo de Jair Bolsonaro que deram o tom ao Carnaval por todo o Brasil. 

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Numa das mais contundentes, a Escola de Samba Mangueira, do Rio de Janeiro, levou para a passarela um desfile que representou Jesus Cristo, além de na forma tradicional, também como negro, como índio ensanguentado, como mulher e como morador de uma favela fluminense a apanhar da polícia.

O próprio Presidente da Republica, Jair Bolsonaro, alvo principal das críticas em desfiles oficiais e blocos de ruas de norte a sul do país, já tinha reagido a esta última representação do filho de Deus. Bolsonaro afirmou que mostrar Cristo a apanhar de polícias, que ele defende que não possam ser punidos por excessos nem mesmo por mortes de suspeitos, é uma tentativa de o atingir.

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“Essa representação faz uma clara vinculação comigo. Estão a tentar criar uma imagem minha distorcida no Rio de Janeiro para me atingir”, reagiu Bolsonaro, que classificou o episódio como “um desacato”.

Fonte:CM

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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