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Criança com cancro retirada aos pais que recusaram submetê-la a quimioterapia

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Um casal norte-americano perdeu a guarda do filho de 4 anos diagnosticado com câncer, por recusar a submeter a criança ao tratamento de quimioterapia. O casal opou por procurar tratamentos na medicina alternativa, nomeadamente de cannabis medicinal, água alcalina e oxigenoterapia. De acordo a BBC, o juiz de um tribunal da Florida considerou que há um “risco substancial de negligência” e por isso  retirou a guarda a Taylor Bland e Joshua McAdams, os pais do menino.

A criança chegou a fazer duas sessões de quimioterapia, após ter sido diagnosticada em Abril com Leucemia Linfoblástica ou Linfocítica Aguda. Esta doença ocorre em pessoas de todas as faixas etárias, mas é o câncer mais comum nos mais jovens, representando 25% de todos os cancros em crianças com menos de 15 anos de idade, com mais freqüência entre os 2 e os cinco anos de idade. O tratamento mais eficaz administrado na doença tem sido a quimioterapia.

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No entanto, a família, após a segunda sessão de quimioterapia, resolveu optar pelo tratamento alternativo, ainda, administrando vitamina B, vitamina C, chá de cogumelos Reishi ou leite materno no miúdo. A mãe, que numa publicação nas redes sociais afirmou, pouco tempo depois, que a criança estava curada, e acrescentou que a família iria continuar a usar estes remédios para manutenção nos próximos dez anos. 

Desta forma recusaram a dar seguimento às restantes sessões de quimioterapia e fugiram do Estado da Flórida. A família foi depois procurada pelas autoridades, tendo sido localizada horas depois. Os pais podem enfrentar acusações criminais de negligência infantil.

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A guarda foi atribuída à avó do menino e em julgamento ficou decidido que a este deve completar as sessões de quimioterapia, embora a família pudesse ainda optar por outro tratamento alternativo, em paralelo. De acordo com a mesma fonte, a advogada da família irá recorrer da decisão de afastar a crianças dos progenitores, com o argumento de que “o menino está a passar por uma experiência médica traumática, sem os seus pais”.

Segundo o Hospital de Investigação Infantil de St. Jude, no Tennesse, cerca de 98% das crianças com leucemia linfoblástica aguda entram em remissão poucas semanas depois de começarem o tratamento  e cerca de 90% dos pacientes ficam curados.

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A procura por medicina alternativa

A procura por medicina alternativa tem aumentado ao longo dos anos. De acordo com O Globo, estima-se que metade dos pacientes, independentemente do diagnóstico, recorra a alguma modalidade de medicina complementar alternativa. Aponta ainda o jornal que nos Estados Unidos observa-se o aumento do número de pacientes com câncer que procuram fitoterapia, massagem, megavitaminas ou cura energética, sabidamente ineficazes quando comparadas com tratamentos médicos tradicionais. A quantidade de pacientes que pagam de seu próprio bolso por essas alternativas excede o total de visitas a todos os médicos de cuidados primários.

Um estudo publicado na Revista de Oncologia da Associação Médica Americana, no qual foram avaliados quase 2 milhões de pacientes, demonstrou que aproximadamente dois terços daqueles que têm câncer acreditam que a medicina alternativa prolonga a vida e um terço espera que ela os cure.

Por outro lado, outros especialistas defendem que o uso exclusivo de terapia alternativa contra câncer eleva a mortalidade. Um estudo da Universidade Yale, dos Estados Unidos, comprovou que pessoas com câncer potencialmente curáveis que optam por terapias alternativas no lugar de tratamentos convencionais têm maior risco de morte. De acordo com esta pesquisa, publicada no Journal of the National Cancer Institute, substituir o tratamento convencional pelo alternativo aumenta em até 6 vezes risco de morte de paciente com câncer.

Fontes: O Globo, Observador, R7

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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