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ANC vence eleições na África do Sul, mas tem pior resultado de sempre

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AO Congresso Nacional Africano (ANC) venceu as eleições legislativas na África do Sul, mas o partido registou o pior resultado de sempre, com 57,5% dos votos. Este é o valor mais baixo da história eleitoral deste partido que, desde a sua primeira disputa, em 1994, nunca esteve abaixo dos 60%.

Escândalos de corrupção, elevada taxa de desemprego e persistência das desigualdades raciais no acesso a terras e habilitações 25 anos após o fim do apartheid são algumas das principais razões para a erosão do eleitorado.

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Cyril Ramaphosa, presidente sul-africano que ascendeu ao poder em 2018, pediu o apoio dos eleitores para acabar com a corrupção e implementar medidas para impulsionar a economia do país, e acabou por ser (e apesar dos resultados) legitimado como chefe de Estado, um ano após ter sucedido a Jacob Zuma, forçado a demitir-se por suspeitas de corrupção.

Mesmo assim, o ANC de Ramaphosa fica aquém das percentagens outrora conseguidas em 2004 (69%), quando era liderado pelo então Presidente sul-africano Thabo Mbeki, ou em 2014 (62%), com Zuma.​ “Vamos trabalhar juntos, negros e brancos, homens e mulheres, jovens e idosos para construirmos uma África do Sul que pertença verdadeiramente a todos os que cá vivem”, disse Ramaphosa, citado pela Reuters, no discurso de vitória.

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Se para alguns analistas este foi um “desempenho razoável” que poderá ajudar Ramaphosa a implementar reformas no país, há quem também acredite que, apesar de ter garantido a maioria dos lugares na Assembleia Nacional, o Presidente terá dificuldades em enfrentar as facções do próprio partido que se opõem à sua liderança e agenda reformista.

Segundo o jornal The Guardian, o desafio mais duro do partido poderá estar, na verdade, apenas a começar, com o ANC a enfrentar uma divisão no seu seio e com o seu desprestígio junto da população. Uma crise que está relacionada com a governação do antigo presidente Jacob Zuma, marcada por anos de corrupção e declínio económico.

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C/Publico.pt

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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