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Inconformados com o aumento do frete na CVI, condutores fazem protesto amanhã no cais do Porto Novo

Condutores começaram a perceber o impacto do novo acordo celebrado hoje entre o Governo e a CVI. O preço do frete das viaturas saltou dos 5.400 para 15.200 escudos ida e volta entre Santo Antão e S. Vicente.

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Condutores, proprietários de viaturas e comerciantes prometem criar uma frente unida amanhã no cais do Porto Novo em protesto pelo aumento exponencial do custo dos fretes nas viagens marítimas entre Santo Antão e S. Vicente. Conforme informações avançadas ao Mindelinsite pelos condutores José Rodrigues e Anderson Sousa, hoje de manhã ficaram boquiabertos quando souberam que a tarifa aplicada pela CV Interilhas saltou de 5.400 para 15 mil e 200 escudos no percurso ida e volta. Uma subida exponencial que, dizem, criou revolta no seio dos profissionais, que negaram, por isso, viajar no navio Chiquinho.

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“Acabamos por fazer a viagem no navio Mar d’Canal porque manteve o preço de 5.400 escudos. Mas sabemos que vai também aumentar a tarifa, só que ainda não disseram quanto e quando”, revela José Rodrigues, que faz o transporte de mercadorias entre as duas ilhas há dez anos. E durante este tempo, diz, pagou sempre 5.400 escudos ida e volta.

Segundo este condutor, quando foi confrontado com o preço da CVI ficou revoltado e preocupado com o impacto que essa subida vai ter na sua vida e na própria economia das ilhas de Santo Antão e S. Vicente, que são interdependentes. “Se o preço for este prefiro ficar a trabalhar apenas em Santo Antão, ganhar mil ou quinhentos escudos por dia”, comenta Djô, como é conhecido. Para ele, a CVI procurou apenas satisfazer os seus interesses comerciais, sem pensar no impacto nefasto que a nova tarifa vai ter na vida de muitas famílias, em particular dos agricultores de Santo Antão, que precisam colocar os seus produtos no mercado de S. Vicente.

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Anderson Sousa espera uma forte mobilização de condutores amanhã logo cedo. A ideia é juntar dezenas de condutores no cais do Porto Novo para demonstrar o descontentamento da classe. A expectativa é que o preço seja revisto e o próprio Governo chamado a capítulo.

“Vamos fazer essa manifestação e, se as coisas continuarem como estão, podemos partir para outras medidas”, deixa perceber Anderson Sousa, para quem é inconcebível pagar 15.200 escudos de frete de uma viatura no trajecto Santo Antão – S. Vicente. Este profissional informa que costumava cobrar 10 mil escudos e tinha como despesa fixa 5.400 escudos da viagem marítima, combustível e salário de um ajudante. Agora, diz, vai ter de cobrar para cima de 20 contos, valor que ele considera exorbitante.

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A expectativa dos condutores era que o frete passasse a custar 6.500 escudos. Fizeram essa conta após saberem que o bilhete dos passageiros iria subir 20 por cento. Tanto José Rodrigues como Anderson Sousa estavam à espera do aumento da tarifa, até porque já sabiam que o novo contrato com a CVI iria comportar um agravamento dos preços. Porém, admitem que ninguém estava a contar com um salto tão grande.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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