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Internautas aceitam “repto” de Ulisses C. e Silva e muitos opinam contra atribuição do nome de Pelé ao Estádio Nacional

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O “premier” Ulisses Correia e Silva terá sido apanhado “fora de jogo” com a pressa de propor a atribuição do nome do lendário futebolista Pelé ao Estádio Nacional e comunicar essa intenção ao presidente da FIFA. O chefe do Governo pediu a opinião dos cabo-verdianos sobre essa ideia e muitos aceitaram o repto. A maioria deu cartão amarelo e vermelho ao “lance”.

As reações nas redes sociais têm sido expressivamente contra e o próprio presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol afirma que não foi previamente consultado sobre essa provável proposta/decisão. No entanto, Mário Semedo ressalvou que o campo é propriedade do Estado e que o chefe do Executivo está a atender a um pedido lançado a nível mundial pelo presidente da FIFA.

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O post de Ulisses Correia e Silva suscitou uma onda de comentários, na sua maioria estranhando essa intenção. Vários internautas consideram que o Primeiro-ministro foi “rápido no gatilho” para poder agradar o chefe máximo da FIFA, e, em contrapartida, apontaram nomes de jogadores, técnicos e outras figuras de carácter social que, na opinião deles, teriam mais “direito” a esse tributo. No entanto, boa parte dos internautas que fizeram comentários no Facebook enaltece as qualidades incomparáveis de Pelé enquanto futebolista.

Na sede da FIFA, o anúncio de Ulisses C. e Silva mereceu os aplausos de Gianni Infantino, que exprimiu a sua gratidão numa publicação no Instagram. Na mensagem, o presidente da FIFA estende os agradecimentos ao ministro do Desporto, Carlos do Canto, e ao presidente da FCF, Mário Semedo. Para ele, esse gesto dignifica Cabo Verde, honra a memória de Pelé e diz esperar que outros estádios possam associar-se à homenagem.

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A página Ofutebolero.br destacou, entretanto, a “pronta resposta” de Cabo Verde em anunciar a intenção de rebatizar o Estádio Nacional com o nome do Rei Pelé. Adiantou ainda que a FIFA anunciou que o seu próprio estádio localizado na Suíça deixará de ser chamado de Home of FIFA in Zurich para ser batizado como “Estádio Pelé”.

Já no Brasil, a prefeitura do Rio de Janeiro atribuiu anteontem o nome de Pelé à avenida que circunda o estádio Maracanã. Entretanto, em 2022, o Estado do Rio de Janeiro tentou alterar o nome do Maracanã para Rei Pelé, mas a proposta foi chumbada na assembleia legislativa, que, segundo a página O Futebolero, manteve o nome do jornalista Mário Filho. Já a proposta da alteração do baptismo da referida avenida Radial Oeste foi “amplamente aceite” pela população carioca.

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Pelé faleceu no dia 29 de dezembro após internamento e foi sepultado no dia 2 de janeiro no Brasil. A imprensa chegou, entretanto, a revelar a ausência de vários nomes do futebol brasileiro no funeral daquele que é considerado o maior talento do “desporto-rei” a nível planetário, vencedor de três campeonatos do mundo.

Na sua publicação no Facebook, Ulisses Correia e Silva começa por dizer que Cabo Verde e Brasil têm uma história e cultura que andam de mãos dadas e que é desejo do Governo homenagear o Rei Pelé, nascido brasileiro, mas que se transformou numa “figura planetária e ícone de massas”. O chefe do Palácio da Várzea afirma que, como homenagem e reconhecimento ao futebolista, manifesta a sua intenção de nomear o Estádio nacional como “Estádio Pelé”. Ulisses Correia e Silva adianta que já comunicou à FIFA a intenção por ter sido essa federação a lançar o repto. E acrescenta que espera poder concretizar o mais breve possível esse acto simbólico.

Foi sobretudo o pedido para os cabo-verdianos opinarem sobre esta pretensão do PM, entretanto suprimido numa segunda publicação, que provocou a indignação dos cabo-verdianos. Muitos internautas alegaram que Ulisses C. e Silva este já tinha tomado uma decisão definitiva quando decidiu fazer a “consulta” pública.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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