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Prisão de filho de narcotraficante “El Chapo” transforma Sinaloa em zona de “guerra”

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A polícia do México prendeu Ovidio Guzmán-López, filho do narcotraficante Joaquín Guzmán, conhecido como “El Chapo”, e um dos líderes do cartel de Sinaloa. Após a prisão de Guzmán, em uma operação nas primeiras horas de quinta-feira em Culiacán, narcotraficantes bloquearam as principais estradas de acesso à cidade e dispararam contra o aeroporto e uma base aérea. Pelo menos cinco pessoas morreram, entre as quais, três agentes da polícia mexicana. 

Mais de uma centena de voos foram cancelados pelas autoridades mexicanas, segundo adiantou a Reuters, acrescentando que Ovidio Guzmán-López era o cabecilha do cartel de Sinaloa e estava a ser procurado pelas autoridades do México e dos Estados Unidos. Washington tinha oferecido uma recompensa em dezembro de cinco milhões de dólares.

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Em publicação nas redes sociais, o governador do Estado de Sinaloa (México), Rubén Rocha Moya, pediu calma à população e disse que foi notificado pelo governo federal de que as Forças Armadas estavam a caminho para uma operação. Moya afirmou que a prisão ocasionou “alguns eventos violentos na capital e em outros lugares do Estado”, mas é importante que “cidadãos mantenham a calma e se resguardem enquanto as ações não forem concluídas”.

De acordo com uma reportagem da revista Veja do Brasil, os casos desta quinta-feira lembram o chamado “Culicanazo”, as horas de terror vividas na região em 2019, quando Guzmán-López foi preso, mas solto horas depois para conter a escalada de violência. Junto com os irmãos Iván Archivaldo e Jesús Alfredo, Guzmán-López é um dos filhos de “El Chapo” que compõem um grupo do Cartel de Sinaloa conhecido como “Los Chapitos”. 

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Também em 2019, o próprio “El Chapo” foi sentenciado à pena perpétua com um acréscimo de 30 anos na prisão por crimes de condução de organização criminosa, distribuição internacional de cocaína, de heroína, de maconha e de outras drogas, além de conspiração para camuflar narcóticos. Antes de receber a sentença, este disse que não recebeu um julgamento justo e reclamou da prisão federal na qual esperava pela sentença, chamando-a de “tortura psicológica e emocional 24 horas por dia”.

Os testemunhos e evidências que o júri recebeu trouxeram à tona assassinatos e torturas brutais, esquemas de corrupção, queima de corpos de vítimas em fogueiras, ataques com bazucas e até mesmo o estupro de jovens previamente drogadas pelo próprio El Chapo. O traficante também costumava ter seu monograma impresso em fuzis AK-47 e portava pistolas incrustadas de diamantes. 

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Ele só começou a ser julgado nos Estados Unidos após um acordo entre os governos americano e mexicano para extraditá-lo. O processo de negociação foi longo e difícil devido à rede de corrupção que o narcotraficante criou dentro do México. Por exemplo, uma das testemunhas chegou a afirmar que o ex-presidente mexicano Enrique Peña Neto recebeu 100 milhões de dólares em propinas. 

C/Veja.com.br e TSF

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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