Pub.
COVID-19

Covid-19: Marco trágico dos 500 mil mortos no Brasil repercute na imprensa internacional

Pub.

O marco trágico dos 500 mil mortos em decorrência da covid-19 registados este sábado e os protestos contra o presidente do Brasil ocuparam as páginas dos principais veículos internacionais neste fim de semana. Todos relatam uma indignação crescente dos brasileiros contra Jair Bolsonaro, apontado nos protestos como culpado pelo alto número de vítimas da pandemia no país.

A imprensa interncional ambém retrata a situação “crítica” do Brasil, onde a vacinação lenta e o descontrole do vírus podem levar a uma terceira onda e um número ainda maior de mortos pelo vírus. “Brasil ultrapassa marco sombrio de 500 mil mortes por covid-19 em meio a protestos contra a resposta de Bolsonaro”, diz o título do jornal britânico The Independent.

Publicidade

Ontem, mesmo dia em que o Brasil alcançou 500 mil mortes, milhares de pessoas nos 26 Estados do Brasil, além do Distrito Federal e cidades do exterior, manifestaram contra Bolsonaro. “Críticos dizem que a rejeição de Bolsonaro às restrições à covid-19, como medidas de distanciamento social e uso de máscaras, e sua promoção de tratamentos refutados, como a hidroxicloroquina, são em parte responsáveis pelo enorme número de mortes no país e pela lenta campanha de vacinação”, diz a reportagem.

Também britânico The Guardian registrou que os protestos contra Bolsonaro têm ganhado “impulso” em meio a uma curva ascendente de casos de covid-19 no país. “O presidente brasileiro, que subestimou a pandemia e resistiu às medidas de contenção, está sendo investigado no Congresso porque seu governo ficou para trás na aquisição de vacinas, mas incentivou o uso de drogas ineficazes como a cloroquina”, registrou o jornal.

Publicidade

Já a BBC destacou como o Brasil alcançou 500 mil mortes em meio a uma situação “crítica”, com uma crise que pode piorar pela vacinação lenta e o início do inverno. “O vírus continua a se espalhar enquanto o presidente se recusa a apoiar medidas como o distanciamento social”, escreve.

O espanhol El País publicou reportagem no sábado referindo como os “meio milhão de mortos” por covid-19 compõem o segundo maior número do mundo. “O triste marco de 500.000 mortos é chocante. O único país onde mais pessoas perderam a vida devido à doença foram os Estados Unidos”, diz o texto, em que há vozes de brasileiros que perderam entes queridos. “A perda de meio milhão de vidas no Brasil ocorre em um momento em que o governo de Jair Bolsonaro é pressionado por uma investigação do Senado sobre a condução da pandemia“, acrescentou o El País.

Publicidade

A informação de que o Brasil se tornou o segundo país do mundo a superar 500 mil mortos por covid-19, atrás apenas dos EUA, também foi destaque no jornal The Times of Israel. No americano The Washington Post, uma reportagem da Associated Press mostra como manifestantes foram às ruas em diversas cidades no dia em que o Brasil chegou a 500 mil mortes por covid-19 – “uma tragédia que muitos críticos atribuem à tentativa do presidente Jair Bolsonaro de minimizar a doença”.

A Al Jazeera apontou, por seu turno, como há especialistas que dizem que o número de mortes por covid-19 no Brasil deve crescer ainda mais. Também registrou as críticas que o governo enfrenta por ter “perdido oportunidades de comprar vacinas”. “Manifestantes em todo o país criticaram o governo pelo alto número de mortos e pediram a saída do presidente”, diz.

Brasil superou os 500 mil mortos por coronavírus e manifestantes repetem marcha contra Jair Bolsonaro”, diz o jornal argentino El Clarín, destacando uma publicação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a lamentar as “500 mil vidas perdidas” e dizendo estar a trabalhar “para vacinar todos os brasileiros no menor tempo possível”. Refere ainda que, nas principais cidades, “milhares de pessoas voltaram a sair às ruas para protestar contra Bolsonaro, a quem chamam de ‘genocida’ por sua política sanitária”.

Fonte: Terra.com.br

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo