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Passistas do Mindelo poderiam ter sucesso no Brasil, segundo professora Mari Mola, Rainha do Carnaval do Rio de Janeiro´23

A professora do samba-no-pé Mari Mola está satisfeita com a desenvoltura das passistas inscritas no workshop de rainha de bateria do Carnaval de Verão e afirma que algumas poderiam ter sucesso no Brasil desde que estivessem focadas nesse objectivo. Segundo a dançarina e influencer, três das passistas chamaram muito a sua atenção pela qualidade da dança e a dedicação que têm demonstrado nas aulas. “Posso dizer que se fizessem um trabalho bem focado poderiam ter a sua possibilidade no Brasil”, comenta Mari Mola, que foi coroada Rainha do Carnaval da Cidade do Rio de Janeiro 2023.

Um título inédito, que ganhou naquela que foi a sua estreia no concurso. Porém, confessou ao Mindelinsite que não irá defender o ceptro em 2024, preferindo deixar espaço para outras meninas realizarem o sonho de serem coroadas. “E espero que seja uma menina como eu, que veio da favela para a ribalta”, faz fé Mari Mola, que quer continuar a desempenhar o cargo de “musa” da sua escola de samba Paraíso do Tuiuti.

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Entretanto, vai aproveitando o reinado, que lhe tem permitido aumentar a sua participação nalguns festivais internacionais e espalhar os seus conhecimentos e projectos como professora de dança. E estar no Carnaval de Verão é mais um desses prémios. “Recebi o convite da Lucinha Nobre para vir participar no projecto Carnaval de Verão depois que fui coroada Rainha no Carnaval do Rio. Pude estar nalguns festivais e agora calhou a oportunidade de integrar este projecto, que tem envolvido várias personalidades do Carnaval brasileiro, como a Lucinha, que é uma das nossas maiores Porta-bandeira”, diz Mariana “Mari” Mola.

À semelhança daquilo que faz noutros workshops, esta professora iniciou as aulas com técnicas de samba-no-pé, onde e como colocar as pernas. Nas sessões seguintes passou para os movimentos do quadril e braços e mostrou a leveza de uma passista. “As aulas estão a caminhar muito bem porque elas me escutam e são dedicadas. Tenho um grupo de cinco passistas experientes e de meninas que começaram agora a aprender a sambar. Estou muito grata”, confessa a influencer, que conversou ainda com as alunas sobre as características e a dinâmica de uma ala de passistas. E espera que consigam colocar esses conceitos em prática no show de terça-feira à noite, no asfalto da cidade do Mindelo.

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Mari Mola já começou a montar a sequência da performance das passistas e diz que estão a conseguir acompanhar os exercícios. Falta, no entanto, trabalhar a musicalidade a fundo.

Durante o workshop, essa professora obrigou as passistas a participarem numa espécie de concurso interno. Segundo Mari Mola, a ideia não agradou a algumas, mas, para ela, isso é fundamental para poderem ultrapassar a vergonha e o medo de competir. “Fiz questão de incluir esse concurso porque eu própria não sou adepta de concursos, fico muito nervosa, mas temos de ultrapassar essa barreira. Para ganhar a coroa tive que fazer um trabalho árduo porque no Brasil a Rainha do Carnaval tem que possuir outras qualidades, por exemplo a oratória. Temos de aprender a comunicar-nos com os jornalistas e nos workshops porque representamos o nosso Carnaval aonde estivermos”, ilustra Mari Mola.

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Nas aulas, esta professora utiliza vários estilos de música – como funky e axé, além do samba – para obrigar as passistas a trabalhar movimentos diferentes e aprenderem a escutar a música. Até ontem, dia da entrevista, ainda não tinham iniciado o trabalho com a música do desfile, que será “Djôndjôn ca ta vergá”, do grupo Monte Sossego. Mesmo assim, Mari Mola mostra-se confiante na qualidade do show que a ala das passistas irá dar no desfile do dia 8 de agosto na cidade do Mindelo. Aquilo que quer, diz, é muita “mola” no quadril ou ela não se chamaria Mari Mola.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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