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Polícia lidera disparado ranking das instituições mais corruptas em Cabo Verde

A polícia continua a liderar o ranking das instituições mais corruptas em Cabo Verde, de acordo com os primeiros dados do inquérito sobre a qualidade da democracia e da governação divulgados hoje pela Afrosondagem e pela Afrobarómetro. 27% dos cabo-verdianos afirma que a maioria/todas as pessoas desta instituição estão envolvidas em corrupção. Em segundo lugar aparecem os deputados da Assembleia Nacional com 24% e, na terceira posição, o Primeiro-ministro e o seu staff com 22%. O Presidente da República e o seu staff aparecem logo a seguir com 21%. 

De uma forma sucinta, o inquérito apresentado hoje na cidade da Praia diz que todas as instituições nacionais inquiridas foram consideradas como sendo corruptas por pelo menos 20% dos cabo-verdianos. A percepção do aumento da corrupção é maior nas zonas urbanas (49%) comparativamente com as ruais (43%). “A proporção dos críticos ao desempenho do governo no combate à corrupção é mais expressiva nas zonas urbanas do que nas rurais”, lê-se no comunicado.

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Este revela ainda que a corrupção é um tema pouco debatido e escrutinado no espaço público, exceptuando-se nos períodos eleitorais em que entra na agenda dos partidos políticos. “A sua pouca discussão pública e a ausência de condenações por parte dos tribunais judiciais dos atos de corrupção ao nível da administração pública local e central encontram-se na contramão da percepção da população sobre este fenómeno social que pode contribuir para minar as bases das instituições democráticas”, aponta esta sondagem.

Relativamente as conclusões, para além das instituições já referidas, o estudo revela que quase de metade dos cabo-verdianos (47%) é de opinião que o nível de corrupção aumentou muito em 2022, contra 11% que afirma que esta diminuiu. A grande maioria (75%) entende que as pessoas comuns correm risco de retaliação ou de outras consequências negativas caso relatem incidentes de corrupção. Estes dados representam um aumento na ordem dos dez pontos percentuais comparado com 2019.

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Entretanto, menos de 3%  dos cabo-verdianos admite ter pago nos últimos 12 meses um suborno, doado um presente ou fez um favor a um funcionário, seja de escola, hospital, policia ou de qualquer serviço público para conseguir os serviços que precisava. “O governo continua a ser avaliado negativamente no combate à corrupção, com dois em cada três cabo-verdianos a considerar que este vai mal/muito mal nesta matéria, contra 22% que o atribuem uma nota positiva neste quesito.”

Foram inquiridas um total de 1.200 pessoas entre os meses de Julho e Agosto de 2022. A margem de erro é desta sondagem é de cerca de 2,5%.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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