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Candidato do PAICV Albertino Graça defende Regionalização e mais um município em S. Vicente

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Albertino Graça, o candidato do PAICV para a Câmara de S. Vicente, defendeu a criação de um segundo município na ilha do Porto Grande que poderia ficar na zona Sul, pelos lados da Ribeira d’Julião. Segundo Graça, a cidade do Mindelo já está a “arrebentar pelas costuras” pelo que é urgente fazer um plano de requalificação de um novo assentamento urbano. “Para que não haja mais crimes contra o património histórico de São Vicente, uma nova cidade terá de nascer na ilha o mais breve possível”, salientou o reitor da Universidade do Mindelo, apresentado à imprensa como a aposta desse partido na conquista do poder autárquico na terra do Monte Cara.

Sob o lema “Soncent, nôs razão”, Graça mostrou-se também a favor da Regionalização. Para ele, Cabo Verde precisa definitivamente vencer os preconceitos contra esse figurino, pois o que está em causa não é apenas o cumprimento de um imperativo constitucional para a criação de um nível regional de administração do Estado, mas sim disponibilizar um instrumento de combate às desigualdades e assimetrias. 

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“Estamos a falar da possibilidade de definir, a nível regional, a estratégia de desenvolvimento que se pretende prosseguir, bem como de estabelecer as prioridades de investimento e mobilização de recursos para o seu cumprimento, com decisões tomadas em cada região por órgãos eleitos pelas populações e perante as quais respondem”, enfatizou Graça, que foi apresentado como um “independente” próximo do partido da estrela negra, mas que tem estado longe da política activa.

Uma condição que, a priori, dá-lhe algum campo de manobra para tecer críticas tanto à esquerda como à direita. Foi nesta lógica que Albertino Graça lançou farpas tanto ao MpD quanto ao PAICV. O agora candidato elencou algumas situações que, a seu ver, demonstram a necessidade de se resgatar o orgulho dos mindelenses e o respeito por S. Vicente.”Quanto uma ministra vem a S. Vicente e diz que é preciso travar o desenvolvimento da ilha, e nada acontece, eu fico humilhado (…); Quando se suspende os voos da TACV de SV-Lisboa-SV e nada acontece fico a pensar no orgulho sanvicentino e na sua capacidade reivindicativa; (…) quando vejo o actual elenco governamental fico a pensar se não haverá gente em S. Vicente com inteligência suficiente para integrar o Governo”, lançou Graça, que também visou o PAICV ao dizer que, quando olha para os partidos do arco do poder e não vê um vice-presidente sequer de S. Vicente é porque algo está “muito mal”.

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“Pergunto: falta de ambição? Não temos qualidade ou competência? Estamos a ser secundarizados ou deixamos a vida nos levar”, pergunta Graça, para quem essa situação está a acontecer porque são os próprios mindelenses que a têm estado a aceitar.

Luta por São Vicente, uma “ilha estagnada”

Titota, como é vulgarmente conhecido, assume a sua candidatura como uma luta por Soncente. Aliás, diz ter a consciência que, se for eleito, vai encontrar uma ilha estagnada e desanimada, uma Câmara endividada e com muitos problemas. Este lembrou que o próprio ministro das Finanças já anunciou que o desemprego vai duplicar, a recessão económica vai atingir os dois dígitos, assim como o défice orçamental e que haverá uma quebra de receitas na ordem dos 18 milhões de contos. Apesar desse cenário, diz, está decidido a assumir a gestão da autarquia mindelense porque pensou bem e se sentiu motivado pela mensagem da música Suplica, do malogrado Djóia, quando quando diz “oiá unha Fidji un mestê dobo”, numa alusão a S. Vicente.

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Graça afirma que só com imaginação e criatividade será possível enfrentar os desafios que S. Vicente tem pela frente. Por isso pensa reforçar a sua plataforma programática com subsídios que irá recolher de um ciclo de conferências denominado “Ouvir São Vicente”, durante o qual serão debatidos os cinco pilares da sua candidatura: a sustentabilidade urbana, a coesão social, a economia e cultura e a segurança das pessoas. Isto sem contar com a aposta na formação profissional e universitária dos jovens.

Leila Barros para Assembleia Municipal

Albertino Graça vai à luta autárquica tendo como companheira de jornada Leila Barros, mestre em Engenharia Informática, que assume a corrida a presidente da Assembleia Municipal de S. Vicente. Convidada para integrar a lista do PAICV nas eleições anteriores, só agora esta professora universitária decidiu assumir o desafio. Ela que se confessou um pouco apreensiva no início com o repto político lançado pelo PAICV. “Contudo, decidi aceitar por encarar este convite como uma oportunidade única para servir, trabalhar e ajudar S. Vicente a crescer. A minha única e real motivação é o meu amor por S. Vicente.”

Segundo Leila Barros, acabou por aceitar dar a cara por acreditar na equipa que está por trás da candidatura do PAICV. Para ela estão reunidas todas as condições para fazer parte e integrar esse projecto político, pois confia, admira e respeita o candidato Albertino Graça. “Reconheço a sua capacidade e espírito empreendedor…; ele pensa grande, idealiza e concretiza coisas grandes. É um homem de projectos inovadores e acredito que juntos poderemos implementa-los e dar o nosso contributo por S. Vicente”, frisou Leila Barros, 42 anos, que se auto-denomina “mnininha d’Soncent”, nascide e criode, mas também como uma cabo-verdiana que ama o seu país.

A apresentação dos dois candidatos ocorreu na presença da comunicação social e de dezenas de militantes do partido da estrela negra e foi acompanhada por Janira Hoppfer Almada a partir da cidade da Praia. Segundo Alcides Graça, presidente da Comissão Política Regional do PAICV, a escolha de Albertino Graça é a prova que o seu partido decidiu apostar forte nessa corrida política. Para ele, nunca o PAICV reuniu tantas condições para assumir o poder autárquico em S. Vicente como agora. Tcheps, como é conhecido, assegurou que o nome de Albertino Graça reuniu unanimidade tanto na CP Regional como na Comissão Política Nacional do PAICV, o que foi, aliás, uma das condições impostas por Albertino Graça para assumir a candidatura.

Por esta razão, Alcides Graça mostra-se convencido que o seu partido tem desta vez todas as condições para congregar a força dos seus militantes, simpatizantes e amigos em torno das eleições autárquicas. E está ciente de que a vitória está ao alcance do seu partido.

A candidatura do PAICV terá como director de campanha o engenheiro informático Emanuel Spencer, o cronista Roca Vera Cruz assume a função de mandatário, Suzel Cruz terá a responsabilidade pela área da comunicação e imagem, enquanto que Luana Jardim será a mandatária para a juventude e Celeste da Paz a pela área das mulheres.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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