Os vigilantes das empresas privadas de segurança começaram esta manhã uma greve em S. Vicente, que poderá arrastar até quarta-feira, se o Governo não accionar a requisição civil. Logo pelas oito horas, vários profissionais já se encontravam reunidos na praceta Dom Luiz, ostentando cartazes com mensagens dirigidas ao patronato e ao Executivo. No geral, pedem a implementação do Acordo Colectivo de Trabalho, publicado em 2018, que estabelece uma nova grelha salarial e o descongelamento das progressões. Algo que depende neste momento de uma negociação entre as empresas e o Estado, mas que, na visão dos trabalhadores, não acta nem desata. Aliás, devido a essa demora, já fizeram várias manifestações na cidade do Mindelo.
“O pessoal está a dirigir-se para o ponto de concentração, mas ainda os vigilantes que trabalham no aeroporto Cesária Évora estão indecisos. Na verdade, houve uma pressão das empresas que provocou algum medo no seio desses profissionais. Inclusive fazem referência a serviços mínimos quando não chegamos a acordo na reunião entre o sindicato, as empresas e a Direcção-Geral do Trabalho”, afirma Eddy Ganeto, delegado sindical do SIACSA, que ainda acredita na possibilidade de adesão dos vigilantes do aeroporto até o meio-dia.
Neste momento, salienta o sindicalista, os serviços mais afectados são o Porto Grande e o atendimento nas empresas petrolíferas. A intenção do sindicato é estender a greve até quarta-feira, se não houver requisição civil. Se isso acontecer, os grevistas pretendem suspender a paralização e agendar outra para daqui a duas semanas, tal como, aliás, chegaram a fazer em Janeiro de 2019. Na altura, tomaram essa decisão tendo por base uma promessa do Governo de publicar o Preço Indicativo de Referência (PIR), que atribui um valor base e que deverá evitar a concorrência desleal no sector da segurança privada. O sindicalista Heidy Ganeto salienta que a implementação do Acordo Colectivo de Trabalho está ligado à efectivação do PIR.
Kim-Zé Brito