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PN efectuou quase 255 mil operações em 2023 e deteve 4.205 pessoas a nível nacional, revelam dados da instituição

Crimes contra património e roubos diminuiram, mas aumentaram os contra pessoas, como ofensas corporais e homicídios.

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A Polícia Nacional realizou 254.801 operações em Cabo Verde no ano passado, um aumento de 29% em relação a 2022, que resultaram na detenção de 4.205 pessoas. Na prática, a PN capturou mais 476 suspeitos nas diversas intervenções levadas a cabo nas ilhas, conforme dados revelados esta manhã na Cidade do Mindelo pelo Director Nacional da corporação.

Segundo o Superintendente-Geral Emanuel Estaline Moreno, que discursava na abertura do XVIII Conselho de Comandos da Polícia Nacional, a instituição concretizou 169 buscas em 2023, um crescimento de 4%, e realizou 33 operações especiais de prevenção criminal, que representaram um aumento em torno de 560% em comparação a 2022. Dados da Polícia Nacional revelam ainda que no ano transacto 19.080 pessoas foram conduzidas às unidades policiais para efeito de identificação, uma diminuição de 58 casos.

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Apesar das notícias sobre o frequente uso de armas artesanais em crimes, os chamados “boca bedju”, as estatísticas policiais mostram que a PN apreendeu menos unidades em 2023. Foram 430 contra 585 em 2022. Houve também uma redução de revólveres convencionais apreendidos, que passaram de 235 em 2022 para 215 no ano passado.

No tocante às armas brancas, muito usadas na prática criminosa em Cabo Verde, a PN apreendeu “apenas” 3.077 nas operações, menos 1.148 do que em 2022. Já em relação a munições, recuperou 4.017 em 2023, número inferior ao do ano anterior, que foi de 5.137.

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A Polícia Nacional diminuiu significativamente as fiscalizações de discotecas, bares e estabelecimentos comerciais, como evidenciam as estatísticas. Segundo o DN da PN, foram realizados 25.863 actos, sendo 1.686 em boîtes, discotecas, dancings e similares, 9.552 em bares e 14.559 a estalecimentos comerciais, números que indicam uma queda de 22% dessas ações por parte da PN. Entretanto, a instituição policial efectuou mais 102 controlos a estabelecimento de ensino. Passaram de 7.445 para 7.547.

Continuando a “radiografia” das ocorrências no âmbito das competências da PN, o responsável da Polícia Nacional revelou que em 2023 foram registados 5.545 acidentes rodoviários em Cabo Verde. Este número representa um acréscimo de 61 desastres nas estradas do país em comparação a 2022. No entanto, houve menos 6 vítimas mortais, enquanto os feridos graves foram 236, os mesmos que em 2022.

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“De se destacar neste capítulo que em 2023 registaram-se 252 detenções por condução de veículo sob influencia do álcool, com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 gramas/litro, mais 33 detençòes do que em 2022; foram concretizadas ainda 436 detenções por condução sem habilitaco legal, ou seja mais 40 do que em 2022”, informou o Director Nacional da PN. Em matéria de enfrentamento da criminalidade, salientou Emanuel Estaline, o número de ocorrências registadas na PN, no cômputo geral, atingiu os 22.838, em 2023, mais 494 participações do que em 2022.

Sobre os tipos de delitos mais e menos cometidos no ano passado, a PN revela que os crimes contra património diminuíram 0,8%, assim como os roubos (13.5%), em contraponto aos furtos – que aumentaram 13,1%, com 5.071 registos -, e os delitos cometidos contra pessoas, que tiveram um aumento de 6,4% em 2023. Neste grupo estão incluídos as ofensas corporais, VBG, abuso sexual, ameaça…

Os homicídios tiveram um aumento estatístico, com mais 6 mortes registados, totalizando 39 casos. Na Cidade da Praia houve, entretanto, menos 4 assassinatos, que passaram de 18 para 14 no ano passado. As outras ocorrências foram nos concelhos de Santa Catarina de Santiago (5), Santa Cruz (4), S. Vicente (4), Sal (3), Tarrafal de Santiago (2), Ribeira Brava (2), S. Miguel (2), Ribeira Grande de Santiago (1), S. Salvador do Mundo (1) e Boa Vista (1 caso).

Na sua intervenção, o DNPN salientou a importância de o Governo continuar a disponibilizar os meios humanos, materiais e de infraestruturas para aumentar a eficácia das operações da PN na prevenção e no combate à criminalidade, em particular a de elevado grau de violência. Na sua perspectiva, é preciso continuar com o ingresso de novos agentes, mais formações especializadas e melhorias das condições de trabalho das unidades policiais.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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