A delegada em São Vicente da Organização das Mulheres de Cabo Verde constatou um aumento do número de famílias a necessitar de ajuda, ao mesmo tempo que diminuiu os apoios de empresas e particulares este ano. Fátima Balbina assegura que se regista nesse momento um novo fenómeno na ilha, com muitos jovens a recorrem às instalações da organização à procura de suporte.
“Antes, a maioria dos pedidos que recebíamos era de idosos e de mães com muitos filhos. Agora temos também muitos jovens desempregados, inclusive que vieram de outras ilhas e que, sem forma de sustento, recorrem às nossas instalações”, lamenta esta dirigente.
Os meios que a OMCV tem conseguido colocar à disposição destes jovens, além de materiais, com cestas básicas e créditos sociais, passa por oferta de formações e direcionando-os para outras instituições como a Câmara Municipal e o Centro de Emprego como forma de conseguirem estágios, no caso dos formados.
Apesar de esta instituição ter considerado 2020 como um ano de solidariedade, em que as empresas responderam aos seus apelos e conseguiram unir esforços para fazer chegar os apoios a quem precisava, considera Fátima Balbina que esta solidariedade deve continuar. A razão apontada é que a Covid continua, com a situação “pior” do que no início da pandemia, com famílias a passarem por dificuldades.
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Entende, no entanto, que as pessoas e empresas estejam saturadas, por terem respondido durante o ano todo, mas solicita novamente o auxílio destes para fazer frente a tantas pessoas a passarem por dificuldades.
“Chegou-nos uma mãe que nos disse que se tem um pão prefere ficar com fome e dar para o filho porque ele, por ser pequeno, não entende que ela não tenha o que lhe dar para comer. Como podemos não nos solidarizar com estes relatos?”, questiona Balbina.
O apelo é nacional, mas também internacional e desta forma pede apoios para a OMCV, mas também para outras associações no terreno que estão a dar o seu contributo às famílias desfavorecidas.