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Músico Dudu Nobre e irmã Lucinha Nobre querem nacionalidade cabo-verdiana

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O músico Dudu Nobre e a Porta-bandeira Lucinha Nobre estão a tratar a papelada para solicitar a nacionalidade cabo-verdiana. A informação foi confirmada por Lucinha Nobre, que está em S. Vicente e deve viajar amanhã para Santo Antão e conhecer Chã das Furnas, onde viveu a bisavó Iria Maria da Conceição. Segundo a dançarina, os documentos da bisavó foram descobertos em Cabo Verde por José Pedro Oliveira, mais conhecido por Djôpan, pelo que agora só resta formalizar o pedido de nacionalidade.

“Tínhamos o nome e a data de nascimento dela e Djôpan teve a sorte de encontrar os documentos, pelo que estamos a providenciar o pedido de cidadania. Espero que da próxima vez que regressar já possa exibir o meu passaporte cabo-verdiano”, diz Lucinha Nobre, que conheceu Cabo Verde em 2017 integrada no projecto Carnaval de Verão liderado pelo irmão Dudu Nobre. Desde o primeiro instante que pisou a cidade do Mindelo, diz, foi invadida por uma sensação de pertença. Tanto assim que conseguia entender algumas palavras e expressões usadas, ao contrário dos outros colegas.

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“Eu falo inglês, francês e alemão e isso poderá ter-me ajudado. Mas, de certa forma, os meus antepassados estavam presentes”, diz a artista, que tentou desde o primeiro instante “falar” cabo-verdiano. “Bo ta drete” foi das primeiras expressões que aprendeu. De regresso ao Brasil, continuou empenhada em conhecer melhor a língua da terra da bisavó nas conversas semanais que mantinha com uma amiga cabo-verdiana.

Segundo Lucinha Nobre, quase toda a família quer agora pedir a nacionalidade cabo-verdiana, a começar pela sua mãe. Para eles, esse passo é um regresso às origens. “Se a minha bisavó não tivesse ido para o Brasil provavelmente eu teria nascido aqui, né?!”, diz Nobre, que se lembra de ouvir a bisavó Iria da Conceição dizer que era da ilha de Santo Antão. “E a minha mãe a corrigia, dizendo que não era Santo Antão, mas sim António. É que no Brasil não existe Antão, dizemos António. Mas ela continuava a insistir”, conta.

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Tudo começou a ganhar outro sentido quando Dudu Nobre veio a Cabo Verde assistir um desfile do Carnaval em S. Vicente. “Assim que ele disse á nossa mãe que vinha, ela voltou para o Dudu e disse ‘olha que a tua bisavó é de Cabo Verde’. Só que ela não lembrava bem o nome da ilha. Fomos dando palpites até que ela ouviu o nome de Santo Antão e confirmou”, conta Lucinha Nobre.

Iria Maria da Conceição nasceu no dia 20 de Outubro de 1899 em Chã das Furnas, na ilha de Santo Antão. A pretensão dos bisnetos é passar a ter os nomes da bisavó, trisavó e tetravó. A expectativa de Lucinha Nobre é que ela, a mãe, o irmão Dudu Nobre, o filho dela e os primos consigam os respectivos passaportes cabo-verdianos. “Eu já digo a toda a gente no Brasil que sou cabo-verdiana.”

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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