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Mãe acusa médico do HBS de negligência: “Meu filho perdeu movimento no braço direito e está frustrado”

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A jovem E. Rodrigues acusa um médico do Hospital Baptista de Sousa de negligência, que causou a perda de movimento no braço direito do filho de 4 anos, após três cirurgias. Esta mãe, que perdeu o emprego por ter optado dedicar-se ao filho enquanto este esteve internado, sente-se desamparada e alega não ter condições financeiras para procurar outros meios de tratamento.

“O médico assegurou-me que ja não pode fazer mais nada para recuperar os movimento no braço direito do meu filho. Ele disse-me que tentaram, mas não conseguiram recolocar o osso no lugar e D. terá para sempre esta deficiência”, declarou esta mulher ao Mindelinsite, transtornada.

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Sentindo-se à deriva, esta ex-emigrante, que há alguns anos o destino fez regressar a São Vicente, clama por auxílio para que possa procurar outros tratamentos que devolvam a normalidade à criança, que já não faz nada sozinho. “Meu filho antes era independente, conseguia fazer tudo sozinho. Agora precisa de ajuda para tudo. Está frustrado e briga porque não entende e nem aceita que, até para tomar banho, tem que ter apoio”, lamenta.

Rodrigues questiona ainda o facto de D. de Pina, o filho, não ter sido encaminhado para um tratamento de fisioterapia, para ver se  seria possível recuperar algum movimento.

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O caso

A jovem, mãe de outros quatro filhos, afirma que deu entrada no HBS no dia 26 de junho porque a criança tinha dormido cheia de febre. Mas não fazia ideia que poderia ter uma luxação no braço. “Meu filho tinha caído de cama no dia anterior, mas não pensei que fosse sério porque ele não se queixou de nada. Entretanto, por ter febre à noite, resolvi procurar pelo serviço de saúde, mas pensei que fosse uma gripe qualquer”, explica a mãe.

No hospital, após perceberem que a febre estava alta, resolveram deixar a criança em observação. Antes fizeram um raio-X e análises na criança, porém nega ter sido informada sobre os resultados destes exames.

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Dois dias depois, ao perceber que o braço da criança começava a inflamar, informou a enfermeira, que providenciou uma liga para o imobilizar. “De imediato, entraram em contacto com o médico, que me informou que o meu filho deveria ser operado com urgência no braço”, conta.

Após a cirurgia, a jovem foi informada que a operação tinha sido um sucesso. Mas o alívio não durou muito. Cinco dias depois o médico voltou a avisá-la que a criança precisaria passar por uma nova cirurgia. E, uma semana depois, o seu filho precisou submeter-se a uma outra intervenção. “Antes da terceira operação procurei o médico e disse-lhe que meu filho era muito pequeno para passar por três cirurgias em menos de 15 dias. Ele me assegurou que era ele o profissional, sabia o que era melhor para a saúde da criança e fez-lhe a terceira cirurgia”, continua E., na sua descrição.

A mãe e o filho ficaram hospitalizados durante um mês e quinze dias. Receberam alta no dia 5 de Agosto. Depois disso, E. Rodrigues passou a apresentar-se nos serviços de saúde apenas para fazer o curativo na criança. Entretanto, frisa, percebeu, mesmo com o braço imobilizado, que a criança tinha o ombro descaído. “Só consegui confirmar a real situação quando o braço deixou de estar imobilizado. Ao tirarem a liga, o ombro do meu filho caiu sem forças. De imediato comecei a procurar o médico que fez as intervenções para lhe pôr a par do estado do meu filho. Só depois de 15 dias é que o consegui encontrar .

Após novo raio X, o médico terá informado à mãe do paciente que “o braço não teria mais solução e que iria ficar deficiente para o resto da vida”. Uma “sentença” que para esta jovem pode baralhar o futuro do filho e que acredita ter sido resultado de cirurgias “mal feitas”. E. Rodrigues reclama de falta de informação da parte do hospital e de relatos fantasiosos, uma vez que, após as três cirurgias, disseram-lhe que tinham conseguido resolver a situação no braço de D, quando o resultado final “desengana”. 

Rodrigues diz-se disposta a procurar outros pareceres e tratamentos para o filho de 4 anos, mas as suas condições financeiras não lhe permitem. Por isso clama por apoios, uma vez que não consegue trabalhar, para dar atenção à criança. Por outro lado, já não tem emprego e nem outros apoios. E tem outros quatro filhos ao seu cargo.

Contactada para reagir, a direcção do HBS alega que não tinha conhecimento dessa ocorrência uma vez que nunca a mesma lhe foi reportada. Este jornal promete publicar a versão do estabelecimento público de saúde se houver interesse do mesmo em falar do assunto.

Sidneia Newton (Estagiária)

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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7 Comentários

  1. Mas que estupidez!!!
    Quem afirmou que tinham procurado o hospital?? Ninguem!!
    Entao para quê responder dizendo que nunca procuraram o hospital para falar sobre o assunto??
    Isto, é mesmo a tecnica de quem sabe que nao tem como responder.
    O que se quer saber, enfim, o que interessa aqui, é outra coisa.
    É saber se o que a senhora contou é verdade ou nao.
    É saber se de facto assim aconteceu ou nao aconteceu, independentemente de terem ou nao terem procurado o hospital para falar sobre o assunto.
    Agora tudo neste pais, é feito com esse descaramento de se fazer de conta que se está a tratar de um assunto quando na verdade está-se a fugir dele.
    Que falta de seriedade! De ombriedade!
    Esta ousadia e descaramento está a tornar-se cultiral e a naturalizar-se perigosamente.
    Alás, já está completamente naturalizado, tal é o descaramento nas respostas.!

  2. petulância o ignorância de quem ? pq o comentário não aporta nada alem de arrogância . A ignorância ate’ deus perdoa . O artigo tem 2500 visual

  3. Vai na ordem dos médicos e denuncia. O presidente da Ordem dos médicos numa conversa na RCV disse que ninguém denuncia e assim nada podem fazer.

  4. A Sra mãe vai pedir por escrito ao director do serviço de atendimento e a Direção do Hospital nova avaliação para buscar alguma solução nomeadamente evacuação , fisioterapia ,nova intervenção cirúrgica ,sela’ …. ,tenho certeza que será positivo para o filho . Não tenha medo de nada nem de ninguém ,vai com todo o direito que tem ,pois o HBS e’ PUBLICO .Agora interessa procurar solução e não confronto ” A PAZ do Sr que esteja” com nos .

  5. Maus tratos, incompetência e até negligência acontencem. Mas … Hospital Baptista de Sousa todos os meses há um caso que chega a Comunicação Social. Isso é demais. Creio que o maior problema desse Hospital é a sua Direção. Esta estrutura hospital não pode ser dirigida por menininhas. Infelizmente o que temos em termos da Direcção desse Hospital é isso: menininhas mimadas que não tem maturidade suficiente para aquelas funções. Se a questão fosse só recursos e meios então porque é que esses casos não acontecem com tanta frequência no Hospital da Praia ? É caso para perguntar se Praia tem mais gente então porque é que não há tantos casos de negligência como S.Vicente ? Enfim … agora é esperar o “Comunicado Conjunto do Hospital Batista de Sousa e Delegadu di Saudi” a garantir que não se passou nada.Só mais uma quinta-feira normal no HBS.

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