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Igreja de JCSUD e Agência Pura Vida impedem extinção do Banco Alimentar em São Vicente

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A assinatura do protocolo esta semana entre a Organização das Mulheres de Cabo Verde e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, para a entrega do valor de 101 mil escudos mensais – para aquisição de alimentos de modo a abastecer o Banco Alimentar Contra a Fome – resgatou o projecto, que estava em vias de se extinguir. A falta de ajudas constantes para abranger 160 famílias era tida como a principal barreira para esta instituição gerida pela OMCV, em São Vicente.

Este projeto, que terá a duração de um ano, consiste na entrega de 1.212 contos anuais, distribuídos mensalmente em 101 mil escudos. “Isto traz-nos algum alento porque desde a pandemia que o banco vem passando por grandes dificuldades em conseguir atribuir as 160 cestas básicas para as famílias inscritas na base de dados desde 2017”, começou por explicar a delegada da OMCV no Mindelo, Fátima Balbina Lima.

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Inicialmente, a distribuição das ajudas às famílias era feita de dois em dois meses, fruto de apoios de empresas e da campanha de recolha de alimentos à porta das superfícies comerciais. Porém, o distanciamento social imposto com a pandemia extinguiu as campanhas diretas de voluntários e as doações foram se escasseando, segundo a mesma fonte.

Esta ajuda veio agregar mais ao apoio que a Agência Pura Vida tem prestado à instituição, com o valor de 200 mil escudos que atribui de três em três meses ao BA, e desta forma as ajudas irão ser divididas em fases. “Vamos selecionar as associações por ordem de prioridade de acordo com o valor que temos e iremos passar a dar cestas básicas mensalmente. Num mês, uma certa quantidade de pessoas recebe, no mês seguinte alternamos, conforme o valor que temos”, explica Fátima Balbina, que acrescenta ainda que “o valor irá rondar os 3 mil escudos por cesta básica, devido ao aumento do preço dos artigos.

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Desta forma, a igreja e a agência resgatam a instituição que almejava já fechar as portas no Mindelo por falta de financiamento. “Estava praticamente com as portas fechadas porque somos representantes de um banco alimentar contra a fome sem alimento. Logo, não faz sentido estarmos aqui, quando aumenta a demanda de procura de pessoas que pensam que a instituição tem alimento todos os dias para dar, ignorando a filosofia de que só os membros inscritos nas bases de dados é que podem receber as cestas básicas”, sublinhou. Entretanto, Fátima Balbina clama por outras estruturas para dar vazão a esta demanda de pessoas com necessidades básicas, que aumenta todos os dias.

O Banco Alimentar Contra a Fome em São Vicente é constituída por 15 associações, inclusive a OMCV, no entanto a delegada garante que a parceria deveria ser em outros moldes, com maior envolvimento das organizações responsáveis por fazer a entrega dos donativos.

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“Inicialmente, quando assumimos esta responsabilidade, as associações eram chamadas para cada um dar a sua participação com alimento, fazer a recolha junto dos seus parceiros, entregar ao BA e o BA faria a distribuição das cestas básicas. Inicialmente isso acontecia, mas depois a responsabilidade recaiu somente em cima da OMCV e das casas comerciais que nos dão ainda algum alimento”, lamenta.

Com o tempo, a delegada da organização assume que a OMCV perdeu a capacidade de pedir, já que o pedido tem sido feito sempre para “as mesmas pessoas e empresas”, o que fez com comunicasse à Fundação Donana, que gere o Banco Alimentar Contra a Fome em Cabo Verde, a intenção de deixar esta delegação. “Mesmo assim tivemos encontros com parceiros e, entre eles, com a Igreja de JCSUD, que ofereceu também responder a esta demanda para que as portas do BA não fossem fechadas em São Vicente.”

Com mais este apoio, a instituição religiosa aumenta o número de projetos que tem financiado na OMCV, como os mais recentes de kits de painéis solares e kits de negócios. “Temos muito a agradecer aos nossos parceiros, em especial à Igreja que tem apoiado projetos sociais da OMCV, desde 2015. E ainda à Pura Vida Cabo Verde, por terem salvado o BA e por levarem este alento a estas famílias que recebem as cestas básicas”, finalizou.

Sidneia Newton

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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