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Emigrante nos EUA assiste roubo em sua casa em Chã d’Marinha e oferece 100 contos a quem identificar o meliante

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Sandro Luís Amarante acompanhou, via telemóvel nos EUA, um roubo em sua casa em Chã de Marinha. O indivíduo quebrou uma porta e entrou na residência na tarde de ontem, por volta das 17 horas, e saiu com uma televisão, vários pares de sapatilhas de marca, de entre outros bens que o proprietário ainda não consegue precisar, por estar longe. Os familiares já apresentaram uma queixa na PN, mas Sandro não está muito confiante, tendo em conta outros roubos similares na vizinhança, inclusive em um armazém de um transitário, pelo que decidiu oferecer uma recompensa de 100 mil escudos para quem o ajudar a identificar o meliante, que foi captado pelas câmaras de segurança. 

De acordo com este entrevistado do Mindelinsite, através da sua câmara conseguiu acompanhar em directo todo o roubo. “Tenho uma câmara instalada na parte de cima da porta de entrada e uma outra nas traseiras. O meliante tentou abrir as janelas de ferro, chegou a cortar uma lâmina, mas percebeu que havia ainda uma grande e desistiu. Foi então colado na parede, para fugir à câmara, e chegou à porta de frente, que é embutida para dentro. Com recurso a uma pedra e pedaços de ferro, quebrou a porta, a única de madeira que decidi colocar na minha casa para dar alguma estética”, conta Sandro.

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Após entrar na residência, o indivíduo, que estava sozinho, recolheu vários produtos, inclusive uma televisão. “Nesta altura, o seu rosto é ligeiramente perceptível. Percebi que não era o meu sobrinho, que mora da minha casa, porque na hora do assalto este se encontrava a trabalhar. Entrei em pânico porque senti-me impotente. Depois de acalmar, telefonei para o meu irmão, que é agente da polícia, infelizmente o seu telefone estava ocupado. Voltei a ligar para um outro, que mora em uma das habitações do complexo Casa para Todos. Ele foi imediatamente para minha casa e ainda conseguiu ver o ladrão. Desatou a correr atrás deste. Mas o ladrão ainda conseguiu levar uma bolsa cheia de controles remotos de aparelhos eletrónico e vários pares de sapatilha novos, sem uso”, detalha esta nossa fonte.

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Porta de acesso ao interior da residência

Sandro Amarante admite que, por enquanto, não consegue precisar o que exatamente foi subtraído da residência porque está longe. “Desde ontem tenho uma grande dor de cabeça e uma tristeza sem tamanho. Muitas pessoas têm me telefonado para dizer que o grupo de rapazes que tem vindo a praticar roubos, sobretudo em Chã de Marinha, está identificado pelas autoridades. Infelizmente, a polícia nada faz para travar estes meliantes. Mesmo assim, encarreguei o meu irmão, que é agente da PN, para apresentar a queixa. Não acredito que vai dar resultado porque tive conhecimento de outros roubos, inclusive em um armazém de um transitário perto da minha casa, e com videos, mas a Polícia Judiciária nada fez porque as câmaras não são declaradas perante as autoridades.”

Sobre o roubo em si, o emigrante declara que na sua casa tem muitos produtos com valores. Cita, por exemplo, a porta de entrada que foi quebrada, que lhe custou mais de 200 mil escudos. “Tenho de avaliar, pessoalmente, este roubo. Mas acredito, pelas imagens, que deve ser um bom montante. Foi por isso que fiz uma publicação oferecendo 100 mil escudos para ajudar as autoridades a identificar o ladrão. É por uma questão de orgulho e mais tarde posso pensar o que fazer com o meliante.”

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Questionado se o autor do roubo seria uma pessoa conhecida, tendo em conta o cuidado para fugir das câmaras, o emigrante garante que esta já é uma prática habitual, pelos relatos que ouviu de outros emigrantes, também eles vítimas de roubo nas suas residências em Cabo Verde. “Falei com um emigrante no Luxemburgo, que tem uma casa muito próximo da minha, que me contou que, no seu caso, os meliantes quebraram as luzes da rua, entraram na sua casa e roubaram tranquilamente. Este disse que registou tudo pelas câmaras também. Acredito que seja o mesmo grupo, que é liderado por um conhecido artista e o filho do proprietário de uma loja, perante a passividade da polícia.”

Depois de divulgar as imagens das câmara de segurança da residência nas redes sociais, Sandro Amarante conta que foi abordado por uma pessoa, por medo de represálias, que lhe garantiu conhecer o jovem, que está sempre na lixeira. Disse ainda que este foi vender alguns produtos no mercado de Monte Sossego. “Por isso, volto a repetir, estes ladrões estão todos identificados. Infelizmente, as autoridades não tomam medidas. Mesmo quando apresentamos uma queixa, nada acontece. Somos ignorados, isso porque os cargos hoje não são ocupados por competência, mas sim por amizade e cor política. Estamos de mãos atadas. O meu filho, que acompanhou o roubo comigo, está traumatizado. No meu caso, sequer consegui comer. É triste ver nosso trabalho destruído”, desabafa, revoltado. 

Por causa deste roubo, Sandro Amarante explica que está a equacionar retornar a São Vicente, de onde partiu há poucos dias, propositadamente para ver com os próprios olhos a dimensão do prejuízo e fazer as reparações necessárias na sua casa, para dissuadir outros meliantes.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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