A falta de doação de alimentos está a condicionar o funcionamento do Banco Alimentar Contra a Fome em São Vicente, gerida pela Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV). A instituição, que conseguiu pela última vez em Março entregar as habituais cestas, corre o risco de deixar de atender a 160 famílias, das 15 associações que dela fazem parte.
“Todos os dias somos procurados por pessoas e associações à procura de ajuda, mas a verdade é que temos um banco alimentar, sem alimento. Era para termos distribuído cestas básicas em junho, mas não foi possível porque não tínhamos e neste momento a situação se mantém igual”, frisa a delegada da OMCV em São Vicente, Fátima Balbina Lima.
De acordo com a delegada da OMCV, há um parceiro que todos os meses aparece para entregar uma quantia, mas que é irrisória, perto do número de famílias que a cada dois meses é preciso apoiar. “Temos um parceiro que todos os meses nos oferece três cestas básicas, serve-nos para apenas socorrer os casos urgentes que aparecem de pessoas que nos procuram, por causa de dificuldades. Mesmo assim, é enorme o número de pessoas que nos procura, sem contar as associações com as quais também temos compromissos. Não conseguimos abranger toda gente “, lamenta.
A delegada expõe que, recentemente, a instituição recebeu ajuda de um anónimo, que permitiu adquirir cinco cestas básicas para direcionar a uma associação e que as irá reencaminhar para algumas das famílias sinalizadas. Mas, para manter esta iniciativa que todos os anos abrange 160 famílias vulneráveis em São Vicente, Fátima Balbina confessa que precisa de apoio da população, empresas e instituições.
“Peço que se juntem a nós para podermos socorrer as famílias em situação de extrema dificuldade. Ao mesmo tempo, aproveitamos para solicitar à Fundação Donana alternativas no sentido de encontrar estratégia que levam ao pleno funcionamento do BA, ou então à sua extinção”, pede a entrevistada.
A última doação foi feita em Março, com uma campanha coordenada pela Polícia Nacional e por outras mulheres e instituições das forças de segurança. De acordo com esta responsável pelo BA em SV, neste momento não há voluntários para fazer a recolha de doações nas portas do supermercados. “Não temos voluntários para esta tarefa de ir à porta das lojas, como anteriormente era feito e com grande sucesso. E mesmo que tivéssemos, com o aumento dos casos de Covid 19, seria arriscado”, sublinha.
Durante estes 3 meses sem entregar as cestas básicas, a delegada assegura que conseguiu de uma casa comercial batatas que foram logo distribuídas pelas famílias sinalizadas. O Banco Alimentar Contra a Fome em São Vicente abrange 160 famílias, a maioria é composta por idosos e famílias numerosas.
