O Festival de Cinema de Veneza parece ter encontrado o filme mais controverso do ano. “The Painted Bird” provocou a saída de membros da platéia no festival após cenas gráficas de violência, agressão sexual e mutilação, de acordo com relatos do crítico Xan Brooks para o portal The Guardian.
Estrelado por Harvey Keitel, Stellan Skarsgård e Udo Kier, o filme acompanha um garoto judeu sem nome (Petr Kotlar) deixado aos cuidados de uma senhora idosa por seus pais durante a Segunda Guerra Mundial. Quando a mulher morre, o menino fica vagando de vila em vila, onde inevitavelmente acaba encontrando diferentes pessoas más ao longo do filme.
Uma cena representando um homem arrancando os olhos de um adolescente foi o que provocou a primeira saída de parte do público da sala, seguida por outra quando outro personagem enfrentou uma morte sangrenta e violenta, de acordo com Brooks. “Um dia, eles farão um filme sobre a primeira exibição pública de The Painted Bird“, escreveu o jornalista em sua resenha.
O Financial Times também relatou que o filme “provocou saídas em massa, mesmo entre os críticos endurecidos pela batalha, pagos para enfrentar qualquer coisa”. No Twitter, a International Film Critique escreveu: “O #ThePaintedBird de Václav Marhoul é uma jornada de 3 horas brutal, angustiante e impiedosa. Cheia de cenas horríveis que variam de espancamentos extremos, estupro brutais até uma de alguém arrancando os olhos. Sim, as pessoas saíram! Ótima direção e excelente cinematografia em preto e branco de 35 mm. #Venezia76″.
Outro membro da plateia escreveu no Twitter: “Harvey Keitel está tão longe de seus divertidos anúncios de seguro de carro quanto possível nessa produção metafórica sobre o holocausto #thepaintedbird. O maior número de saídas que testemunhei este ano. Certo que vai alcançar notoriedade MASSIVA e também provavelmente ganhará o prêmio principal. #Venezia76″. “E depois da cena da garrafa, algumas pessoas não suportaram e começaram a sair. #ThePaintedBird não é para os fracos de coração, assim como o romance de Jerzy Kłosiński”, escreveu outra pessoa.
No filme, o garoto sofre tortura, estupro e testemunha vários casos de violência. Skargård interpreta um oficial nazista simpático que hesita em matar o garoto sob ordens, uma vez que fica claro que ele é judeu. Keitel interpreta um padre católico que entrega o garoto a um pedófilo (Julian Sands).
O filme é baseado no romance de 1965 de Jerzy Kosinski, que inicialmente alegou que o livro era autobiográfico, embora mais tarde isso tenha sido desmentido.
C/Globo.com (revistamonet.globo.com)