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Médicos alemães despem-se em protesto contra falta de equipamentos

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Um grupo de profissionais de saúde alemães decidiu posar sem roupas para protestar contra a falta de equipamentos. Denominado “Blanke Bedenken”, este protesto envolve homens e mulheres médicos nus em contexto de trabalho e visa destacar a falta de equipamentos de proteção no combate ao novo coronavírus. 

O movimento foi criado por um grupo de médicos alemães que viram ignorados os vários e repetidos pedidos anteriores, mais tradicionais, desde a chegada da pandemia à Alemanha, no final de janeiro.

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“A nudez é um símbolo de como somos vulneráveis sem proteção”, disse ao jornal alemão “Ärzte Zeitung” o médico Ruben Bernau, que lamenta estar, tal como o resto da equipa, insuficientemente equipado para lidar com o novo vírus. “Treinada para costurar feridas”, Jana Husemann, médica, viu-se obrigada a costurar a própria máscara facial. Quer continuar a tratar pacientes, mas exige material adequado.

O grupo, completou Christian Rechtenwald, de clínica geral, foi inspirado pelas ações do médico francês Alain Colombié, fotografado nu na sua clínica, depois de descrever a classe como “carne para canhão” na luta contra a pandemia do novo coronavírus.

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Um estudo recente de uma associação de seguradoras de saúde alemãs revela que os médicos carecem de mais de 100 milhões de máscaras descartáveis, quase 50 milhões de máscaras de filtro, mais de 60 mil aventais descartáveis e o mesmo de luvas descartáveis.

As empresas que fabricam roupas de proteção aumentaram as capacidades de produção, mas não conseguem atender à procura. A imprensa  diz que os pedidos receberam uma resposta insuficiente, com a Renânia do Norte-Vestfália e a Baviera a serem as regiões mais necessitadas. Os hospitais relatam roubos de desinfetantes e máscaras, com as autoridades a responsabilizarem “gangues criminosos organizados”.

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A Associação de Tecnologia Médica pediu ao Governo que apoiasse um aumento estruturado da produção doméstica, de forma a assegurar “quantidades  por preços justos”, mas o Executivo planeia centralizar a aquisição desses equipamentos.

C/JN.PT

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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