O candidato Luiz Lula da Silva voltou ao poder no Brasil ao ser eleito ontem Presidente num embate renhido com Jair Bolsonaro, o actual Chefe de Estado. Lula obteve 50,90 por cento dos votos e vai herdar um Brasil dividido ao meio em termos políticos, diferença esta que ficou bem marcante nas campanhas eleitorais e no equilíbrio nas urnas.
Nas primeiras declarações após consumar a vitória, Lula da Silva agradeceu primeiro a Deus pelo seu regresso à Presidencia do Brasil 12 anos depois, ele que foi dado como politicamente morto desde que foi preso em 2018 no âmbito da operação Lava-Jato. “Tentaram enterrar-me vivo, mas eu estou aqui”, disse aos apoiantes, ele que derrotou Bolsonaro pela diferença de dois milhões de votos num universo de 124 milhões de eleitores.
Para Lula, não se trata de uma vitória pessoal ou do partido PT, mas de um “imenso movimento democrático” que, nas suas palavras, se formou acima das forças políticas, dos interesses pessoais e das ideologias para o regresso da democracia ao Brasil.
Lula assumiu que vai herdar um fardo enorme devido a forma como Bolsonaro governou o Brasil durante o seu mandato. Assegurou, no entanto, que vai encontrar uma saída para a situação e garantiu que irá restabelecer a paz entre as famílias.
Lula já recebeu mensagens de parabéns de presidentes e chefes de governo de vários países, com destaque para Estados Unidos da América, Cuba, Argentina, Bolívia, Chile, Espanha, França, Portugal, Canada, Guiné-Bissau e da União Europeia.
Uma das incógnitas que ganha evidência é se Bolsonaro vai aceitar os resultados pacificamente, ele que passou o mandato lançando dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro. Até agora o candidato derrotado não fez declarações públicas sobre o pleito e consta que vários apoiantes próximos tentaram falar com ele, mas sem sucesso. Entretanto um elevado número de apoiantes derramaram lágrimas de desespero e de tristeza pela derrota de Jair Bolsonaro.