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Evo Morales exilado no México, mas promete regressar em breve

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O ex-Presidente da Republica da Bolívia aceitou a oferta de asilo politico e viajou para o México, mas prometeu regressar em breve “com mais força e energia”. Evo Morales renunciou ao cargo no domingo, após 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão nacional do país. 

“Irmãs e irmãos, parto para o México, agradecido pela abertura do Governo deste país irmão que nos deu asilo. Dói-me abandonar o país por razões políticas, mas estarei sempre vigilante”, anunciou Morales, na rede social Twitter. “Em breve voltarei com mais força e energia”, acrescentou. 

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Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país. “Já levantou voo o avião da Força Aérea Mexicana com Evo Morales a bordo”, escreveu no Twitter Marcelo Ebrard, ministro dos Negócios Estrangeiros, colocando também uma fotografia do ex-presidente. “A sua vida e a sua integridade estão a salvo”, garantiu.

A Assembleia Legislativa recebeu na segunda-feira a carta de renúncia de Evo Morales, em que o Presidente diz esperar que o seu gesto evite mais violência e permita “paz social” no país que governou durante 13 anos.

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A segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Añez, convocou para esta terça-feira uma sessão extraordinária da Assembleia Legislativa para analisar a renúncia de Evo Morales ao cargo. “Por indicação da presidente em exercício da Assembleia Legislativa da Bolívia, Jeanine Añez Chávez, convocam-se as senadoras, senadores, deputadas e deputados da Assembleia Legislativa para uma sessão extraordinária na terça-feira, 12, às 16:00, no hemiciclo da Câmara dos Deputados”, lê-se na convocatória, citada pela Agência Boliviana de Informação. 

Serão analisados os pedidos de renúncia de Evo Morales ao cargo de Presidente e de Álvaro García Linear ao cargo de vice-presidente. Jeanine Añez, uma advogada opositora de Morales, reivindicou o direito de assumir interinamente a chefia do Estado até à realização de novas eleições, dadas as demissões do vice-presidente e dos presidentes e vice-presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.

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Violências nas ruas

O chefe da polícia de La Paz pediu ontem às Forças Armadas para intervirem de modo a travar a violência nas ruas da capital, depois de Morales ter renunciado ao cargo de Presidente da República. “Pedi ao comandante-chefe das Forças Armadas, general Williams Kaliman, que interviesse”, disse o chefe da polícia de La Paz, José Barrenechea. O comandante afirmou que a polícia está mobilizada há 21 dias a “sustentar a situação”, mas referiu que não é possível continuar.

Barranechea, que apareceu em frente ao quartel-general da polícia, pediu a intervenção militar para que, “de acordo com a lei, a paz e a tranquilidade possam ser restauradas”. “Não vamos permitir uma única morte do lado da polícia boliviana, não posso permitir, a minha responsabilidade é muito grande”, advertiu, referindo que existem pessoas com armas de fogo com “intenção de matar”.

O chefe da polícia explicou que não se pode enfrentar os grupos nas ruas apenas com gás lacrimogéneo. “Decidimos pedir o apoio das Forças Armadas, para restaurar a paz social e evitar mais mortes”, reiterou.

A Bolívia sofre uma crise desde a proclamação de Evo Morales como Presidente para um quarto mandato consecutivo nas eleições de 20 de outubro, uma vez que a oposição e os movimentos da sociedade civil alegam que houve fraude eleitoral. A situação no país piorou desde que Evo Morales renunciou ao cargo, no domingo, com vários saques, incêndios e outros tumultos em grande parte do país.

As principais cidades permaneciam desertas, depois de novos episódios de violência terem sido registados, como La Paz e El Alto. A Agência Boliviana de Informação anunciou que o comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman, já ordenou operações conjuntas com a polícia, utilizando “força proporcional” contra os grupos que praticam atos de violência.

Fonte:DN.PT

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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Um Comentário

  1. O Nicolaz Maduro e o José Mario Vaz poderiam seguir-lhe o exemplo de idoneidade e responsabilidade.
    Nunca é tarde para se apreder.

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