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Começa hoje a votação na Rússia com a reeleição assegurada de Vladimir Putin: “Cartas marcadas”

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Começa hoje a votação que vai manter Vladimir Putin na Presidência da Rússia até 2030, conforme a previsão da imprensa internacional. Com os potenciais opositores independentes colocados “fora de jogo” e um controlo da informação nas mãos, a reeleição do actual líder russo para um quinto mandato é mais do que certa.

Até domingo, 112,3 milhões de eleitores são chamados a votar na Rússia e nos territórios ocupados na Ucrânia e na anexada península ucraniana da Crimeia. Pela primeira vez o escrutínio decorre durante três dias numa eleição vista como uma “formalidade”. Putin está tão certo da recondução “democrática” ao cargo que sequer participou em debates ou fez campanha.

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Ainda em agosto de 2023, antes da confirmação da candidatura de Putin, o secretário de imprensa do Kremlin salientou numa entrevista ao New York Times que, alem de esperar uma reeleição fácil, a disputa não era propriamente uma democracia, mas sim uma “custosa burocracia”. Pouco depois Dmitri Peskov tentou refazer esse comentário ao afirmar que foi mal interpretado pelo jornal norte-americano. Segundo Peskov, aquilo que queria dizer era que a votação não era teoricamente necessária porque era óbvia a reeleição de Putin.

Sondagens divulgadas sempre deram a vantagem a Putin, a ponto de a mais recente indicar que o actual Presidente tem a escolha de 86% dos eleitores. Tamanha certeza de algo que acontece sem sobressaltos desde 2004 — com a breve excepção em 2008, quando Putin foi impedido pela Constituição de se candidatar — reflete o grau do controle estabelecido sobre as instituições russas pelo atual presidente, incluindo a Justiça eleitoral.“A começar pela mudança de regras, com o plebiscito de 2020 que abriu caminho para mais duas candidaturas de Putin. Isto sem contar com a exclusão de candidatos considerados inconvenientes”,,escreve a Globo.com.

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Em 2018, o líder oposicionista Alexei Navalny, morto no mês passado em circunstâncias por demais duvidosas numa prisão no Ártico, foi impedido de concorrer por causa de uma condenação num processo por corrupção. Este ano, a jornalista Yekaterina Duntsova, que defendia o fim da guerra na Ucrânia e a libertação de todos os presos políticos e o activista pela paz Boris Nadejdin, foram desqualificados por supostas inconsistências apontadas pela Comissão Eleitoral Central.

C/Globo e Dn.pt

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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