Barbados proclamou-se esta terça-feira oficialmente república, ao retirar à rainha Isabel II o título de Chefe de Estado, numa cerimónia na qual esteve presente o filho da monarca britânica, o Príncipe Charles. Durante a cerimónia, e como símbolo da mudança de regime, o estandarte real do Reino Unido foi retirado e a governadora-geral Sandra Mason prestou juramento como primeira Presidente da nação das Caraíbas.
“Eu, Sandra Prunella Mason, juro ser fiel e mostrar verdadeira lealdade a Barbados de acordo com a lei, com a ajuda de Deus“, declarou a nova Presidente, eleita por sufrágio direto em outubro, ao fazer o juramento.
O legado de séculos de escravidão continua muito presente na ilha. Os problemas da influência britânica e o racismo foram dois elementos-chave na decisão de Barbados de se tornar uma república. Barbados pretende, no entanto, permanecer como membro da Commonwealth, a comunidade de nações que pertenceram ao império britânico.
A rainha Isabel II deixa assim de ter o poder de Chefe de Estado da ilha, antiga colónia com cerca de 280 mil habitantes, que se tornou independente em 1966.
Esta não é a primeira ex-colónia britânica nas Caraíbas a tornar-se uma república, seguindo os exemplos da Guiana (1970), de Trindade e Tobago (1976) e da República Dominicana (1978).
A nova presidente
Sandra Mason, de 72 anos, foi a primeira mulher admitida na ordem dos advogados de Barbados. Ela começou sua carreira como professora, secretária e então advogada, até finalmente se tornar governadora geral, a representante perante a rainha, em 2018.
Como presidente, Mason terá o cargo mais alto do país e seus poderes não estarão mais nas mãos da monarca. Suas funções, porém, serão em grande parte cerimoniais, na maioria dos casos exigindo a assinatura conjunta da primeira-ministra.
Nascida no distrito da classe trabalhadora de St. Philip, Mason atribui ao sistema de educação pública de Barbados suas realizações estelares.