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Após nove anos do sequestro das 276 meninas na Nigéria, 96 seguem em cativeiro

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Quase uma década depois de militantes do Boko Haram sequestrarem 276 alunas de um dormitório escolar em Chibok, na Nigéria, 96 permanecem em cativeiro. A informação é do Fundo da ONU para Infância, Unicef, que refere que outros milhares de meninas e meninos foram submetidos desde então a graves violações devido ao conflito na região. A agência alerta ainda para a necessidade de proteger as crianças naquele país africano. 

De acordo com o Unicef, as chamadas “meninas de Chibok” foram sequestradas na noite de 14 de abril de 2014, enquanto dormiam no internato, gerando condenação em todo mundo. Mais recentemente, oito alunas foram sequestradas no dia 3 de abril na área de Awon, na cidade de Kachia, escaparam do cativeiro dos terroristas”, disse o comissário de Segurança Interna de Kaduna, Samuel Aruwan. A representante desta agência na Nigéria, Cristian Munduate, afirma que o “pesadelo” continua hoje, pois muitas crianças estão sendo sequestradas, recrutadas à força, mortas e feridas. 

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Antes, cerca de 80 crianças já tinham sido levadas por militares na área do governo local de Tsafe, no estado de Zamfara, noroeste da Nigéria. Cristian Munduate assegura que, desde 2014, ocorreram mais de 2,4 mil violações graves, afectando 6,8 mil crianças no nordeste do país. O recrutamento por grupos armados é a principal violação, seguida de raptos, assassinatos e mutilações. 

Entre 2009 e 2022, mais de 2 mil professores foram mortos em ataques e outros 19 mil deslocados, de acordo com o Conselho de Registo de Professores na Nigéria. Além diss, mais de 1,5 mil escolas fecharam e 910 foram destruídas. 

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O Unicef celebrou, em setembro passado, um acordo com o governo para a entrega de menores encontrados durante conflitos armados, bem como seu compromisso de investir mais de US$ 314 milhões em um plano de financiamento para segurança escolar. O protocolo de entrega visa prevenir ou reduzir a detenção de crianças encontradas por militares e forças de segurança.

Segundo o documento, aquelas supostamente associadas a grupos armados serão transferidas para o Ministério de Assuntos da Mulher e Desenvolvimento Social em um período de sete dias. O Unicef apela às partes em conflito para respeitarem o direito internacional humanitário e os direitos humanos e para protegerem os direitos e bem-estar das crianças.

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C/news.un.org

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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