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Economia

CVT celebra 25 anos: Empresa quer adoptar tecnologia 5G em 2020 e ser uma das pioneiras a nível mundial

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A Cabo Verde Telecom quer ser uma das empresas pioneiras a adoptar a tecnologia 5G a nível mundial e não uma das últimas da fila como aconteceu com a 4G, como reconhece o administrador José Luís Livramento. Segundo este gestor, a companhia já está a trabalhar com o Governo tendo como horizonte a entrada nessa nova geração das linhas de telecomunicações no segundo semestre de 2020. “Mas não de forma generalizada”, enfatiza.

“Queremos ser pioneiros na adopção da 5G sobretudo pelas vantagens que essa tecnologia traz, nomeadamente para a indústria”, esclarece Livramento, realçando que a CV Telecom está neste momento a trabalhar com o regulador nalgumas questões essenciais, entre as quais o modelo e as frequências a serem usadas.

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A diferença entre a 5G e a 4G, frisa Livramento, volta a ser a velocidade de utilização de dados. Além disso, acrescenta, a nova tecnologia apresenta duas grandes componentes que permitem, em simultâneo, a oferta de produtos aos clientes pelas operadoras de telecomunicações e a possibilidade de optimização de serviços da chamada indústria vertical. Um exemplo, adianta, é a pesca que pode recorrer à 5G para um melhor controlo da qualidade do peixe.

A CV Telecom vai continuar a disponibilizar o serviço 4G em paralelo com a nova geração. Até porque a 4G entrou recentemente nos circuitos comerciais do mercado cabo-verdiano. Aliás, vários utilizadores desse serviço dizem que os saldos passaram a “voar” com a 4G. Segundo José Luís Livramento, a empresa tem conhecimento e estatísticas das reclamações. No entanto, o gestor da CVT assevera que o problema não está na tecnologia, mas sim no utilizador do serviço e explica: “As pessoas passaram a navegar a uma velocidade maior e a visitar mais websites num menor espaço de tempo. Isto significa que houve um aumento do consumo das megas porque os utilizadores passaram a usufruir de uma capacidade maior de tráfego de dados. Fica-se com a sensação que o saldo acaba mais cedo quando na verdade o que aumentou foi o consumo.”

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Estas informações foram prestadas ao Mindelinsite no âmbito da celebração dos 25 anos da CVT e que teve a cidade do Mindelo como palco central. Uma escolha que, segundo Livramento, é justificada pela relação histórica da ilha de S. Vicente com o percurso da empresa e com a própria herança das telecomunicações em Cabo Verde. Como relembra, o Porto Grande recebeu o cabo submarino em 1874, que conectou Cabo Verde ao mundo e deixou marcas na sociedade mindelense. Uma delas, o edifício do ex-Telegrafo conastruído para albergar o cabo submarino.

“Desde essa altura que as telecomunicações fazem parte da sociedade mindelense, por isso quisemos assinalar esta boda de prata aqui para demonstrar o carinho que a empresa tem por S. Vicente e ao mesmo tempo reforçar o apresso que a ilha tem pela CVT”, realçou o PCA do grupo económico. Livramento enfatizou ainda que há uma síntese entre a companhia e a sociedade mindelense e que, devido a ligação entre ambas, a cidade do Mindelo não se coíbe de pressionar a empresa quando sente a necessidade de se conservar o edifício da ex-Telégrafo ou o relógio centenário. Aliás, Livramento diz que, na verdade, a empresa não fez 25 anos, mas tem, sim, quase 150 anos fruto da herança colhida.

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Vender serviços internacionais com o cabo EllaLink

“A CVT é uma empresa que contribui para o emprego e a economia nacional e vou dar só três números para terem uma ideia do peso da empresa no tecido económico e social. Temos gastos de pessoal à volta de 1 milhão de contos; em taxas e impostos gastamos 857 mil contos; somos uma empresa que investe em média 1 milhão e meio de contos por ano”, revela Livramento. Este especifica que no ano passado o investimento feito pela empresa atingiu os 2 milhões e 400 mil contos fruto da aposta no cabo de fibra óptica EllaLink.

Trata-se de uma estrutura que vai aumentar a largura de banda, possibilitar um maior fluxo de informação. Este cabo, segundo Livramento, vai ter um troço que permitirá a ligação directa de Cabo Verde com a América Latina e os Estados Unidos e propiciar à CVT a possibilidade de vender serviços entre o continente africano e países latinos.   

“Vários países queriam que o cabo passasse por eles, mas fomos rápidos e conseguimos chegar primeiro, a tempo de sermos reconhecidos pelos promotores, um conjunto de investidores que começou com o projecto na área da investigação e educação. Não é por acaso que aparece o Banco Europeu do Investimento a financiar o nosso projecto”, frisa Livramento, que vê esse passo da CVT como crucial para a empresa vencer os desafios futuros e que, sublinha, passam pela capacidade de adaptação à transformação digital.

Presente na festa da boda de prata em nome do Governo, o ministro da Economia realçou que falar da CVT é lembrar o tempo em que, para se fazer uma ligação internacional, era preciso deslocar-se até a empresa ou o Telégrafo (como muitos ainda a designam ainda em S. Vicente). Desse tempo para o presente, lembrou Paulo Veiga, muito investimento tem sido feito em infraestruturas e modernização da rede, na melhoria da qualidade de cobertura nacional, na oferta de serviços e soluções ajustadas às necessidades dos clientes.

Em 2018, prossegue, a empresa deu mais um passo importante para o país ao decidir investir 25 milhões de dólares no sistema EllaLink previsto para estar operacional em 2020. “Este investimento irá garantir e aumentar a nossa conectividade internacional e permitir que Cabo Verde se torne num líder na transformação digital nesta região”, sublinhou Paulo Veiga. Para este governante, graças à CVT e à evolução tecnológica, hoje o cabo-verdiano sente-se completamente integrado e consegue acompanhar e aproveitar as oportunidades do sector das telecomunicações. Tudo isso, diz, tem permitido ao país posicionar-se como um “hub tecnológico”, graças aos 586 colaboradores da CVT, sem esquecer os que fizeram parte da empresa no passado.

A festa dos 25 anos da CVT foi o momento para a CVT homenagear um leque de funcionários pelos anos de serviço prestados. No final, os aniversariantes tiveram direito a um espectáculo privado da artista Élida Almeida. 

Kim-Zé Brito

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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Um Comentário

  1. NÓS NA FOGO NEM 3G DU CA TEM AGORA 5G ISSSO É BASOFARIA DOS CABOVERDEANOS HÁ LOCALIDADES NO FOGO QUE NÃO CAPTAMOS INTERNET E NEM SINAL DE TV VIA CABO, UM CONJUNTO DE ENGANADORES DE POVO. O CV MOVEL PRESTA UM MAU SERVIÇO A ILHA DO FOGO. JÁ LÁ VÃO MAIS DE 4 ANOS QUE A TVEC NÃO DÁ NO FOGO, UMA MISÉRIA E SOFRIMENTO DE POVO.

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