Algumas padarias de São Vicente começaram esta segunda-feira, 16 de janeiro, a vender o pão por 28 escudos a unidade. Mais cautelosas, as maiores padarias ou unidades de produção – como, por exemplo, a Fábrica Sport ou a Padaria Alecrim -, preferem fazer os necessários ajustes sem precipitação, antes de anunciarem os novos preços deste que é um dos alimentos mais presentes na dieta dos cabo-verdianos.
Em uma breve ronda por mercados e mercearias que revendem pão é possível constatar que algumas aumentaram o preço de 18 para 28 escudos a unidade. Entretanto, algumas empresas preferem aguardar por uma definição. Enquanto isso, dizem, estão a encaixar enormes prejuízos. É o caso da Fábrica Sport, uma das mais tradicionais de S. Vicente.
John Leão, gerente da Fábrica Sport, garante que ainda estão a praticar os preços anteriores ao aumento do preço do trigo. “Infelizmente não é tão fácil fixar os novos preços do pão porque há muitas variáveis que têm de ser tidas em consideração. Estes são dias de perdas, por conta disso”, afirmou o empresário, que se mostra bastante cauteloso face aos impactos do aumento de preços.
Segundo este gestor, era impossível fazer todas as demarches necessárias em dois dias, sobretudo tendo em conta o feriado. “Nestas coisas não tem de haver precipitação. Mexer no preço do pão é uma situação muito delicada. É muito diferente de alterar o preço do whisky, materiais escolares ou outros”, afirma Jonh, que diz já ter recebido muitas chamadas de outros colegas, pedindo a sua opinião sobre novos preços do pão.
Enquanto isso, diz, as padarias vão continuar a encaixar prejuízos, até porque, afirma, ainda sequer conseguiram reunir, primeiro entre si, para pedir um encontro com o Governo. “É uma situação desagradável, mas ainda não sabemos quando vamos conseguir fazer este tal encontro. Seria muito mais fácil quando a Associação de Padarias estava activa.”
Também Ricardo Lima, da Padaria Alecrim, mostra-se cuidadoso relativamente a este assunto. Garante que já fizeram as suas contas mas, pelo menos por agora, prefere não avançar com os novos preços e nem com a data da alteração dos valores de venda ao público do pão.