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Adiado fórum para acelerar investimento em Cabo Verde

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Foi adiada o “Fórum de Investimento Cabo Verde 2020 (CVIF2020)” que teria lugar nos dias 1 a 03 de junho. O Governo promete anunciar uma nova data para a realização deste fórum, considerado uma plataforma de investimento que se propõe atrair e congregar interesses empresariais de alto nivel, destinado a promotores e investidores, instituições financeiras e parceiros de desenvolvimento que queiram facilitar, intermediar, promover parceiras, apoiar e financiar projectos, privados e/ou públicos em Cabo Verde, nos PALOP’s, nas regiões ou a nível internacional.

Este adiamento, de acordo com nota do executivo, deve-se à evolução da situação em relação ao novo coronavírus e à decisão da Organização Mundial da Saúde em declarar a crise do covid-19 uma pandemia. “A decisão do adiamento está alinhada com as directivas do Executivo para fazer face a esta crise de saúde pública”, lê-se no documento do Governo, que aproveita para pedir desculpas por quaisquer inconvenientes causadas e diz esperar voltar a ver todos quando a crise estiver ultrapassada. 

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A primeira edição deste fórum foi realizado no ano passado na ilha do Sal e resultou de um compromisso assumido pelo Governo na Conferência Internacional “Construindo novas parcerias para o desenvolvimento sustentável de Cabo Verde”, realizada em dezembro de 2018 em Paris, para reforçar o diálogo entre os setores público e privado cabo-verdiano, e os parceiros de desenvolvimento e a comunidade empresarial internacional.

Foram identificados 78 projetos. Desses, apenas 41 foram considerados bancáveis e apresentados aos investidores e financiadores nas sessões B2B, tendo em conta os critérios de pré-seleção definidos pela Comissão de Conteúdo, nomeadamente montante mínimo do investimento (2,5 milhões de euros) e nível de necessidade de financiamento, bem assim o estado de preparação do projeto (planos de negócio, e/ou outras métricas financeiras).

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No total estes 41 projetos foram avaliados no montante de 50,5 milhões de euros, sendo a maioria ligado ao sector do turismo e transporte. De se realçar que a maioria deles já estão a ser implementados. Quanto ao Portfólio de Projetos do Setor Privado, o maior valor de um projeto foi de 250 milhões de Euros, enquanto o menor valor foi de 2,5 milhões de Euros.

Para os 41 projetos apresentados, o valor acumulado das necessidades de financiamento foi de 1.010,454 milhões de Euros, sendo 87% deste valor para os projetos do setor do turismo 876,777 milhões de Euros). Em termos de estrutura de financiamento global, as necessidades financeiras representaram cerca de 63% do volume total dos investimentos, dos quais 64% foram para os projetos do setor do turismo.

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Mas a maioria dos promotores optaram pela contratação de empréstimo como principal instrumento de financiamento de seus projetos e não manifestaram, à partida, muita abertura para os investidores participarem no capital dos projetos (equity). Este recurso, conforme informações veiculadas na página do Ministério das Finanças não suscitou muito interesse por parte dos promotores devido, muito provavelmente, ao desconhecimento dos mecanismos ligados a esta ferramenta e às inquietações em relação ao controlo do negócio.

“Se os fundos próprios, que representaram em média 28% da estrutura de financiamento dos projetos, podem representar uma taxa de esforço por parte dos promotores, os mesmos são constituídos na sua maioria por valores de terrenos, e, portanto, podem esconder as reais dificuldades financeiras dos promotores, que em muitos casos não conseguem nem financiar os estudos ligados ao desenvolvimento dos seus projetos”, explica.

Relativamente ao Portfólio de Projetos do Setor Público, de acordo com a mesma fonte, aproximadamente 14 projetos foram analisados, mas muitos projetos não foram retidos devido ao incumprimento dos critérios básicos, ligados ao incipiente estado de preparação (apenas ideia de projeto).

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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